07/09/2012

Há plano para a renovação urbanística na Praça de Espanha mas não há data.



Urbanismo
Há plano para a renovação urbanística na Praça de Espanha mas não há data
Por Carlos Filipe in Público
Vice-presidente da Câmara de Lisboa anuncia que a entrada em vigor do novo Plano Director Municipal viabiliza transferência da placa de autocarros para Sete Rios e profunda alteração no jardim central

A Praça de Espanha, em Lisboa, aguarda por uma profunda renovação urbanística que lhe mude a imagem e a vocação, que os planos camarários pretendem equilibrar, destinando metade a equipamentos públicos e a outra a habitação e serviços. Por eles falou Manuel Salgado, vereador do Urbanismo e vice-presidente da câmara, quarta-feira à noite, em Campolide, deixando escapar, mesmo que por poucas palavras, mas sem anunciar datas, parte dos planos da revolução anunciada para a zona, no centro dos eixos Sete Rios-Campo Pequeno e Entrecampos-Campolide (campus universitário, já com plano de pormenor aprovado).
Em reunião camarária destinada a escutar os munícipes das freguesias de Campolide, Nossa Senhora de Fátima e São Sebastião da Pedreira, Manuel Salgado socorreu-se de um estudo urbanístico realizado em 2009 pelo departamento de Engenharia Civil e Arquitectura do Instituto Superior Técnico para aquelas zonas, algumas já com planos de pormenor, para anunciar que já existem condições legais e disposição municipal para aprofundar aquelas ideias.
Segundo o autarca, os compromissos assumidos com o Montepio Geral, que há mais de 20 anos pretende erguer uma nova sede na Praça de Espanha (ver texto nesta página), e o facto de ter entrado em vigor, no último dia de Agosto, o novo Plano Director Municipal (PDM), levam a que seja acertado dar início a outros processos.
"O estudo está concluído, já é viável desde que entrou em vigor o novo PDM, e há compromissos assumidos com o Montepio Geral para dois lotes de terreno, onde a instituição pretende construir as novas sedes de serviço bancário e da sua seguradora, a Lusitânia. Em consequência, vamos ter de reformular toda a Praça de Espanha, promovendo as reformulações viária e da própria rotunda de circulação, que passará a ter uma forma triangular, assim como a sua acessibilidade ao interior, que passará a ser jardim", disse o vereador, respondendo às queixas sobre a degradação da envolvente da praça e suas acessibilidades feitas pelo responsável pelo Hotel Açores Lisboa, que ali se situa.

Camionetas saem

Ainda segundo o vice-presidente da câmara, muita coisa vai mudar no local, a começar pela placa do terminal de camionagem (que serve a Margem Sul), que seria transferida para o terminal rodoviário de Sete Rios, onde actualmente são apenas servidas as ligações regionais, mas que teria de ser aumentada e reformulada, sendo-lhe acrescidos pólos de escritórios e comércio.
"Há ainda as questões do financiamento, mas vai ser lançado um concurso de ideias, no próximo ano, bem assim como a discussão pública, na certeza de que os projectos não serão desenvolvidos no curto prazo", resumiu o vereador Manuel Salgado, a quem o PÚBLICO solicitou mais esclarecimentos sobre os projectos anunciados, mas que ainda não obtiveram resposta.
Segundo o estudo urbano realizado pelo IST, também está idealizado para a praça um centro de congressos com capacidade para oito mil pessoas e um novo acesso, dissimulado e enterrado no relvado, à estação do metro, a partir do futuro jardim, que passaria a ter forma triangular.
Os planos desenvolvidos redefinem os eixos (e níveis prioritários) rodoviários, a rede de caminhos, praças e jardins, os corredores pedonais e verdes (Parque Eduardo VII-Monsanto) e os principais eixos urbanos, já destacando a construção no espaço da antiga Feira Popular, em Entrecampos, e a demolição de edifícios da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, na Avenida de Berna, com serviços a transferir para o campus de Campolide.

Sonho com mais de 20 anos
Uma praça que poderia tornar-se o centro cultural e financeiro de Lisboa
Foi em 2000, por ocasião das comemorações dos 150 anos do Montepio Geral, que foi anunciada a construção de novo edifício-sede, na Praça de Espanha, correspondendo ao desejo de modernidade e inovação da associação mutualista, então presidida por Costa Leal. Segundo os objectivos daquele projecto, que ao tempo orçava em 2,5 milhões de contos, a instituição pretendia concentrar no edifício 700 trabalhadores, prevendo áreas destinadas à cultura e ao museu do Montepio Geral, alto de 15 pisos em elevação, com mais quatro em subsolo. A administração manifestava então empenho em relocalizar a sua estrutura no que perspectivava tornar-se o centro cultural e financeiro de Lisboa na viragem do século. Passados 22 anos, outro projecto ainda não deixou o papel mas, se já é anunciado com certeza pela câmara, ainda não o foi pelo Montepio. Segundo a imagem reproduzida (do atelier do arquitecto João Paciência, autor do projecto), Montepio Geral e Lusitânia erguem-se como edifícios-sede gémeos, rodeados de água, na Praça de Espanha, não distante da Avenida José Malhoa, vulgarmente (talvez) mal descrito como o centro financeiro de Lisboa, mas pelo menos onde se encontram as sedes de várias instituições bancárias. C.F.

Estacionamento no Bairro Azul
SAMS cede dois pisos
Os residentes no Bairro Azul, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, Lisboa, vão dispor de mais 140 lugares de estacionamento, cedidos, em regime de avença, pelos Serviços de Assistência Médica e Social (SAMS) do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, nos dois últimos pisos do silo auto anexo ao centro clínico da Rua Fialho de Almeida. O anúncio foi feito pelo vereador Manuel Salgado, em resposta a reivindicação da Associação de Moradores do Bairro Azul, que para tal fez alusão ao que ficou acordado, em 2011, entre a câmara e os SAMS. O acordo - um acerto patrimonial entre as entidades, concluído com a alienação pelo município, por 6,8 milhões de euros, do terreno do prédio da Fialho de Almeida aos SAMS - estipulou que, até 2035, os residentes do bairro e zonas limítrofes poderão estacionar naqueles dois pisos, segundo os actuais preços praticados pela EMEL, em período nocturno (50 euros/mês) ou de 24 horas (80 euros/mês). C.F..

3 comentários:

  1. O que é preciso é anúncios para encher o olho ao pagode.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Lisboa tinha em 1960 cerca 800 000 habitantes. Em 2011 cerca de 565 000.

    O que estamos a fazer com o tecido urbano entretanto liberto ou melhor abandonado? Nada.

    Contudo continuamos a insistir em construir "brinquedos" novos que todos iremos oportunamente pagar embora agora convencidos porventura do contrário.

    Tudo como se a cidade não estivesse em ruínas e para o ano não fossemos esmifrados em mais uns 7%

    Bom... devo estar a ver mal ...

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