Mais um! Este prédio que podem ver nas fotografias já há muitos anos que
lutava pela sua existência e, sabendo o que todos sabem como as coisas funcionam, estava com a "cabeça a
prémio". Quase devoluto, com um único inquilino (uma papelaria/tabacaria/casa de
jogos sociais), este edificio elegante no gaveto entre a Avenida Almirante Reis
e Rua Febo Moniz está já à venda e com projeto aprovado de construção de seis
pisos acima do solo e outros de cave. E com a manutenção de fachada e excrescência moderna no topo para dar a ilusão de recuperação.
Ora esta avenida já está bastante massacrada com prédios hediondos dos anos
60, 70, 80 e 90 e, apesar de subsistirem exemplos digníssimos daquilo que foi a
vida elegante da Avenida D. Amélia, poucos são os que mantêm a sua traça
original sem as costumeiras janelas PVC ou alumínio, com modelos diferentes na
mesma fachada, varandas fechadas, compressores de ar condicionado e cablagens
infinitas e enleadas e, claro, as publicidades das lojas, com mais ou menos
neon, mas todas de péssimo gosto.
É esta a avenida da agora famosa farmácia Magalhães cujo proprietário, num
ato de vandalismo arquitetónico, colocou uma placa de dimensões pornográficas
sobre azulejos Arte-Nova.
Quando é que as autoridades que protegem o património vão justificar a sua
existência e deixar de ser mais um número para o propalado défice?
Quando é que nós como povo vamos educar-nos a indignar-nos com a falta de
cultura e com autismo oportunista de muitos designers, arquitetos, promotores,
proprietários, lojistas e políticos?
Mais do mesmo!!
ResponderEliminarUma vergonha!
Ainda hoje passei pelo Chiado e na rua que vai dar à Faculdade de Belas-Artes vi um prédio antigo a ser "restaurado". O que acontece é que as paredes das águas-furtadas estão transformadas em painéis cinzentos. Parece um alumínio moderno.
Uma vergonha isto tudo, e os arquitectos e urbanistas ajudam à festa. Tenham decência e preservem o património!