Plataforma Tejo - Mais um Desvario

 Já havia sido objeto de um post em 2010 (aqui) o projeto que o descendente do incontornável engenheiro Ressano Garcia para a zona do porto junto ao Museu Nacional de Arte Antiga que, em suma, prevê a construção de um edifício que, como uma plataforma ligaria a margem do rio e a alta onde passa a Rua das Janelas Verdes. O projeto em si não cabe, neste momento, no escopo deste meu post mas trago-o como exemplo daquilo que tem sido dito, escrito, repetido: os arquitetos e designers estão cada vez mais afastados dos destinatários das suas criações, estão cada vez mais autistas. Demonstram um desprezo pela obra existente impossível de esconder, mesmo quando as memórias descritivas dos projetos repetem, a cada segunda linha, quão em sintonia e diálogo estão com a cidade, a área e os cidadãos.
Portugal e Lisboa estão a ser usados como laboratório experimental e os resultados já são conhecidos... não resulta!
Está na altura de voltarmo-nos para a nossa história como referencial para projetarmos um futuro de qualidade. É necessário rompermos com esta febre do psedo-design, batido, requentado e de origem externa e lembrarmo-nos de onde viemos.
Projetos como este que aqui trago (ver aqui) e tantos outros - vejam-se as praças e arranjos urbanisticos em tantas cidades de alto a baixo do país - não são para as pessoas e não são projetos de futuro. São expressões de ego, de falta de rigor, de baixa exigência, de mau uso de dinheiros públicos.

Onde está a Escadaria José António Marques?

Está aqui, neste estado! Em todo o caso é património a preservar. Não faria mais sentido gisar um projeto que permita um maior destaque e fruição deste monumento?