Poluição na Av. da Liberdade poderá estar a diminuir
Por Liliana Pascoal Borges in Público
Estudo da Universidade Nova concluiu que os níveis de poluição baixaram após as alterações no Marquês, mas é cedo para certezas
Um estudo realizado por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, revelado ontem, concluiu que os níveis de poluição da Avenida da Liberdade diminuíram depois das alterações na circulação rodoviária no Marquês de Pombal.
O estudo mostra uma redução dos níveis médios diários das partículas inaláveis e de dióxido de azoto, não se registando quaisquer ultrapassagem do valor-limite diário, após 16 de Setembro, quando na primeira quinzena do mesmo mês o valor limite foi ultrapassado oito vezes. Os dados apresentados defendem que os níveis de partículas inaláveis baixaram 32% e os de dióxido de azoto apresentaram uma redução de 19%.
O estudo analisou também o perfil horário das concentrações médias (que retirou os fins-de-semana e os dias de precipitação registados entre 24 e 28 de Setembro, uma vez que a precipitação actua como ""lavagem" da atmosfera que reduz naturalmente os níveis de poluição", registando mudanças não só nos valores, mas também no perfil de concentrações. Assim, antes da intervenção na rotunda do Marquês de Pombal, os maiores níveis de concentração de partículas ocorriam entre as 20h e as 23h, com valores a rondar os 65 µg/m³ (microgramas por metro cúbico) durante este intervalo.
Depois das alterações registou-se uma diminuição média de 20 µg/m³, nunca tendo ultrapassado os registos anteriores. O pico de concentração passou a ser entre as 8h e as 13h, e não entre as horas de ponta da manhã e da tarde.
No que respeita aos níveis de dióxido de azoto, o período de pico actual ultrapassa os valores anteriores. No período precedente às obras no Marquês de Pombal, o pico ocorria por volta das 17h, com valores que ultrapassavam os 100 µg/m³. Depois da nova rotunda, o valor mais alto alterou-se para o período compreendido entre as 6h as 8h, ultrapassando os valores anteriores em igual período, mas nunca a linha dos 100 µg/m³.
O estudo observou também outras zonas para além da Avenida da Liberdade, para determinar se esta diminuição na poluição atmosférica será local (e por isso relacionada com as alterações na circulação da rotunda e área circundante) ou se a diminuição seria generalizada. Assim, analisaram-se as estações de monitorização da qualidade do ar dos Olivais e de Entrecampos. Ambas apresentaram uma redução das partículas inaláveis e dos níveis de dióxido de azoto. "Se olharmos para os dados em bruto houve uma redução nos Olivais, Entrecampos e na zona da Avenida. No entanto, se filtrarmos esses valores [correspondentes aos níveis de dióxido de azoto] e os analisarmos retirando-lhes os dias em que ocorreu precipitação e os fins-de-semana, a redução limita-se à Avenida, o que pode significar que há uma relação com as obras que abrangeram não só o Marquês e o novo regime de circulação na Avenida da Liberdade", esclarece Pedro Gomes, do Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente, e um dos autores no estudo, em relação aos níveis de dióxido de azoto.
Pedro Gomes alerta ainda que esta análise tem um carácter muito preliminar e que carece "dos dados de tráfego rodoviário registados nesta zona e da validação dos dados de qualidade do ar parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, gestora da rede de monitorização de qualidade do ar", acrescentando que deverá ser feito um novo estudo, "talvez em Dezembro, altura em que haverá um balanço da câmara desta experiência". O estudo já foi enviado para a câmara.
Por favor, comparem o que é comparável. Setembro com Setembro. Ventos com orientação X com Ventos com orientação X. Poluição na rotunda antes e depois do apocalipse.
ResponderEliminarAinda hoje, eram quase 22h e tive de vir em fila quase desde o Corte Inglês até aos restauradores.
Tanta casa a cair, tanto lixo por recolher, tanta frente rio por arrumar e anda a CML entretida a justificar os seus "Bacalhaus com asas" rodoviários.
Assumam que não têm jeito para o assunto assim como o FMI nem sequer Excel sabe utilizar ;-)