05/01/2013

Bares do Cais do Sodré já não abrem de madrugada.




Bares do Cais do Sodré já não abrem de madrugada
A partir do próximo fim-de-semana os bares e discotecas da zona deixam de poder abrir as portas às 6h da manhã
in Público

Moradores do Cais do Sodré, em Lisboa, e empresários de diversão nocturna reagiram, ontem, em sentido oposto, à restrição dos horários dos bares e discotecas durante as madrugadas dos sábados, domingos e feriados, que entram em vigor na próxima semana.

"De alguma forma [esta medida] vai restringir o número de pessoas que fazem o fluxo do Bairro Alto para o Cais do Sodré. Mas a questão principal mantém-se, que é a do ruído e que tem sido sempre descurada pela câmara", disse à Lusa Ana Andrade, do movimento "Aqui Mora Gente". A moradora falava na sequência da publicação no Boletim Municipal dos novos horários de funcionamento de bares e discotecas do Cais do Sodré no chamado período after hours.
Até agora, esses estabelecimentos tinham de encerrar às 4h e podiam reabrir às 6h. A partir de segunda-feira, só podem abrir depois das 12h, fechando à hora estipulada na licença. No Boletim Municipal lê-se que a medida foi tomada "na sequência de várias queixas e reclamações".
Ana Andrade salientou que "enquanto não for feita uma fiscalização séria das condições de funcionamento dos estabelecimentos, há sempre problemas que não serão resolvidos e os incómodos causados aos moradores persistem".
Já os empresários cujos estabelecimentos estão abertos entre as 6h e as 10h consideram a restrição agora imposta como "o início do fim da animação nocturna" da zona.
Num comunicado enviado à Lusa, a Associação Cais do Sodré diz que os estabelecimentos "já praticam os actuais horários há mais de seis anos, só abrindo das 6h às 10h aos sábados, domingos e feriados", garantindo que "não vendem para a rua, nem permitem a saída do seu espaço de copos ou garrafas". Os empresários sustentam que esses estabelecimentos "funcionam exclusivamente dentro de portas, estão devidamente insonorizados e encontram-se em edifícios que não são habitados", não sendo eles os responsáveis pelo "ruído, lixo e falta de segurança".

7 comentários:

  1. Acreedito mesmo.

    A partir de agora entra tudo nos eixos e estes abusos deixam de ser abusos porque só serão autorizados onde não incomodem o normal cidadão, que não frequenta after-hours até à uma ou duas horas da tarde porque não tem vida para isso.

    Eu acredito mesmo, e você?

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  2. Obriguem os empresários e a gestão da CML a viver no local mas a ter de a ir trabalhar às 8h nos dias úteis que a coisa resolve-se ;-) no entretanto coloquem do lado dos bares pelo menos a recolha do lixo noturno e a limpeza das fachadas...

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  3. Então mas a atividade diária não começa pelas 6h da manhã? Qual o problema do ruído numa altura em que já começou a azáfama diária?

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  4. quem para ali vai morar sabe o que esperar. até porque aquilo existe à dezenas de anos.
    sendo uma zona quase desabitada, duvido que hajam inquilinos mais antigos que as casa de que se queixam.
    e o problema é as pessoas a concentrarem-se na rua, não o que se passa dentro dos estabelecimentos.
    é o mesmo que eu ir agora morar para perto duma zona movimentada e depois queixar-me do movimento!...
    só rir

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  5. Eu já conheci uma Lisboa em que os bares não incomodavam os moradores,onde as fachadas e as portas dos prédios não eram grafitados, onde os cidadãos se sentiam seguros...como é possível numa década tudo mudar para pior?

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  6. Lígia Gomes12:07 da tarde

    O cais do sodré tem sido um ponto de referência nocturna e cultural principalmente por ser muito low cost e permitir a qualquer cidadão no fim-de-semana desanuviar e divertir-se, esquecendo da vida triste que leva o resto da semana.

    Quando o bairro alto deixou de estar aberto até tarde, as pessoas rumaram ao cais do sodré...agora irão rumar para outra zona outra vez. Não seria mais fácil destinar determinados bairros a zonas culturais e nocturnas, concentrando aí todas as pessoas? E por também aí a segurança devida e recolhas de lixo especiais? Como por exemplo em Berlim?

    Em vez de levar a que novamente as pessoas se deslocalizem para outro bairro qualquer onde tambem mora gente?

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  7. Ligia tem toda a razão, mas isso é muito complicado para as cabeças de quem aqui protesta. Aqui todos são adeptos de varrer o lixo para debaixo do tapete.

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