Ciclistas exigem “mais respeito” e “modos suaves”
Por João Pedro Pereira e Alexandra Campos in Público online
19/01/2013 - 19:02
Em protesto contra atropelamentos e situações de insegurança, foram convocadas concentrações para várias cidades.
Ciclistas equipados a preceito em bicicletas de todo-o-terreno enlameadas, jovens com bicicletas imaculadas de design estilizado e muitas pessoas que fazem das duas rodas o veículo do dia-a-dia – largas dezenas reuniram-se esta tarde no Terreiro do Paço, em Lisboa, para apelar ao que chamam “modos suaves” na estrada.
Também no Porto, cerca de cem ciclistas concentraram-se em frente à câmara municipal, para protestarem contra os atropelamentos que se têm sucedido nas últimas semanas e para pedirem “mais respeito” pelos peões e ciclistas. As concentrações foram convocadas para várias cidades pela Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicletas (FBCUP).
O deputado do PSD Pedro Roque, dirigente da federação, juntou-se ao protesto em Lisboa, numa tarde em que o mau tempo deu algumas tréguas e quase não choveu. Admitiu que “a maior parte dos automobilistas” já é sensível à circulação de bicicletas, mas defendeu serem necessárias alterações ao Código da Estrada para proteger mais quem anda em duas rodas. A perda de prioridade das bicicletas, por exemplo, é uma das regras que considera já não fazer sentido, até porque, argumenta, muitos automóveis já tendem a dar prioridade a um ciclista que se apresente pela direita.
Também o duo de comediantes Homens da Luta, numa bicicleta dupla (Falâncio à frente, Neto atrás) circulou pela praça lisboeta. Mas não foram apenas fazer comédia. Dizendo que ia despir o personagem tanto quanto possível, Vasco Duarte (Falâncio) juntou-se a Pedro Roque e ao presidente da FBCUP, José Manuel Caetano, num pequeno palco onde se apelou a “mais respeito” por peões e ciclistas e onde foi lido um manifesto intitulado “Basta de atropelamentos”.
Os manifestantes fizeram depois, em marcha lenta e com muitas bicicletas pela mão, o curto percurso até aos Restauradores.
Mais dez minutos, menos 240 euros
Ricardo Cruz, professor, foi um dos que esteve presente na concentração no Porto. Há três anos, andava de automóvel e achava os ciclistas “uns cromos”. Agora, do alto do selim da sua bicicleta, acredita que não podia ter feito uma escolha mais certa e garante que só há vantagens neste modo de transporte. Do Carvalhido à Maia demora 30 minutos, “mais dez do que de automóvel”, mas poupa “230 a 240 euros” por mês e anda bem menos stressado. “Tenho uma atitude zen”, brinca Ricardo.
O Porto não parece uma cidade feita para andar de bicicleta, mas a arquitecta Ana Brütt não concorda. O problema “não são os declives da cidade, mas sim os buracos e a falta de civismo”, retorque Ana, que lamenta que ainda haja tantos automobilistas a mandá-la subir para o passeio no seu circuito diário entre Francos e o Bolhão.
A concentração foi rápida, até porque o tempo não estava de feição, e os ciclistas começaram a dispersar depois de Sérgio Moura ter lido o manifesto da FPCUB, que defende “ o direito à estrada para todos os modos de transporte” e alerta para o problema dos atropelamentos. “Quem vai ao volante deve ter consciência de que está a conduzir o que pode ser uma arma letal”, rematou.
Os ciclistas têm o mesmo grau de civismo que os outros cidadãos, como seria de esperar. É vê-los a circular por cima dos passeios, em sentido proibido, sem respeitar os semáforos, sem ser pelas ciclovias quando as têm à disposição, etc...
ResponderEliminarComentário bastante desonesto do anónimo, e passo a explicar porquê.
ResponderEliminarHá ciclistas desrespeitadores, tal como há peões desrespeitadores (penso que todos nós, como peões, desrespeitamos várias vezes por dia as regras quando atravessamos fora da passadeira, etc), tal como há condutores desrespeitadores. E qualquer comportamento não cívico por qualquer cidadão (seja condutor, peão, ciclista) é sempre censurável.
MAS há uma diferença brutal entre esses casos que nunca pode ser esquecida:
Um peão ou um ciclista que desrespeite alguma regra *não põe em causa a segurança de outros* (quando muito, coloca em causa a sua própria segurança).
Pelo contrário, um condutor desrespeitador *coloca facilmente em causa a segurança de outros* (porque conduz uma máquina de 1 tonelada a velocidades elevadas que, se mal conduzida, mata outros).
Por isso não é honesto comparar na mesma balança os incumprimentos de um condutor com os de um ciclista/peão, pois não são comparáveis.
O condutor está a operar uma máquina potencialmente mortal, logo tem muito maiores responsabilidades nos seus actos.
Não é por acaso que em 2011 houve cerca de 200 atropelamentos mortais dentro de localidades, e cerca de 460 feridos graves pela mesma razão.
Todos eles foram causados por veículos motorizados.
Pessoalmente, já passei por 3 três situações de perigo iminente provocadas por ciclistas. Duas sobre os passeios, onde uma vez minha mulher não foi por pouco derrubada por um que ainda lhe tocou e de outra vez uma criança que ficou assustadíssima por outro que lhe passou resvés em grande velocidade e uma terceira por um que desrespeitou um semáforo, mesmo à minha frente indo eu calmamente com o verde.
ResponderEliminarE não percebo como e porquê uns podem ciscular sem capacete com o maior à vontade e outros têm de o usar.
São tão incivis como os outros e também põem os outros em perigo, embora evidentemente em menor grau que os automobilista incivis.
Caro Anónimo,
ResponderEliminarApenas tem que usar capacete quem conduzir velocípedes a motor.
ResponderEliminarUm amigo meu foi, há um mês, parar ao HOSPITAL, e podia ter morrido, ao ser ATROPELADO numa passagem de peôes por destes CICLISTAS que julgam queo mundo é deles.
Exige-se que, como antigamente, haja licenças, matrícula nas bicicletes, tenham sinais para virar, etc etc.
E que sejam MULTADOS TAL COMO OS CARROS, e que se controle o alcool e outras substâncias que ingerem ...