Em Maio, uma espécie de “souk” árabe vai ser inaugurado num palacete do Príncipe Real. Chamar-se-á Palace Bazar e será um espaço sofisticado e único, afirmam os seus promotores. Na origem do projecto está um cidadão austríaco, Anthony Lanier, que pretende transformar o Príncipe Real numa espécie de Georgetown (em Washington).
Texto: Isabel Braga Fotografia: David Clifford
O palacete Ribeiro da Cunha, no Príncipe Real, em Lisboa, vai abrir ao público em Maio, transformado num espaço comercial que tem, como modelo de negócio, um “souk” árabe e irá chamar-se Palace Bazar. Moda, design, jóias, objectos “lifestyle”, arte e restauração estarão à disposição do público no palacete que faz esquina com a Calçada da Patriarcal.
“Vamos pôr em prática um conceito novo, dum espaço que funcione como uma extensão do comércio de rua. Queremos lojas que reflictam o espírito do Príncipe Real, que tenham algo de único, sofisticado e autêntico”, afirmou ao Corvo Catarina Lopes, representante da empresa Eastbank, proprietária do edifício e promotora do projecto.
[...] “Pensamos nisto como um organismo vivo, que irá mudar com o tempo. Haverá produtos para todas as bolsas, de modo nenhum queremos um comércio de luxo. Vamos implementar um conceito novo, em termos de espaços comerciais, e, até agora, tem-se revelado um sucesso. Os candidatos têm sido sete cães a um osso“, sublinha a representante do Eastbank. A contribuir para isso está ainda, na opinião de Catarina Lopes, o facto de as rendas “não serem caras”. “Os preços das salas variam entre os 800 e os 2000 euros mensais, e incluem os custos com o aquecimento, a segurança e a limpeza”, especifica. [...] O palacete Ribeiro da Cunha é o coração do projecto que a empresa Eastbank iniciou em 2005/2006, quando o proprietário da firma, Anthony Lanier, um austríaco de 61 anos, nascido no Brasil e residente em Washington, decidiu começar a investir em Lisboa.
Desde então, a Eastbank adquiriu um conjunto de 20 edifícios, todos na zona do Príncipe Real, entre eles o palacete Castilho, no início da Rua da Escola Politécnica, sede da firma de Anthony Lanier.
“Tudo o que interessa, em Lisboa, fica a cinco ou dez minutos a pé daqui. Também em Washington, todos os edifícios que comprei ficam a dez minutos a pé ou de bicicleta do meu escritório. [...] Lanier explica qual o princípio subjacente aos seus projectos imobiliários: “A minha ideia foi sempre investir, não num edifício isolado, mas em vários, se possível numa rua inteira. Desse modo consegue-se rentabilizar melhor o investimento. Os bancos apoiaram a minha ideia e tenho tido bastante sucesso nos Estados Unidos. Mas é um negócio que demora a dar frutos. É preciso adquirir património em quantidade suficiente e poder esperar que o mercado apareça.”
Dada a situação de crise em que Portugal se encontra, Anthony Lanier optou por adiar as reabilitações de fundo dos edifícios que a Eastbank adquiriu, alguns pegados uns aos outros, para melhor aproveitamento de infraestruturas comuns, como, por exemplo, garagens.
“Uma vez que, com a actual situação de crise, não há crédito para nós investirmos na recuperação dos imóveis nem para os compradores poderem adquiri-los, decidimos alugá-los para lojas e escritórios. O resultado é que os edifícios, que antes estavam vazios, estão todos ocupados. E as ruas mudaram para melhor”, defende...
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Se for para que não se degradem os edifícios...mas o que parece é que estamos a fazer "qualquer" favor aos proprietários...será?
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