In Visão online | Texto de Luisa Oliveira, fotos de José Caria
Ir à praça vai ter outra graça, em Campo de Ourique. A partir de meados de Outubro há tasquinhas e animação, num mercado renovado
Por estes dias e até à segunda semana de outubro, as tardes no Mercado de Campo de Ourique estarão mais barulhentas. Há escadotes montados, berbequins a darem os últimos retoques e tintas a embelezar a fachada (o cinzento do ferro vai passar a verde).
Quando se arrumarem todas as ferramentas e pincéis, no meio das renovadas bancas de fruta, legumes e peixe, nascerá um conceito inovador nos mercados lisboetas, mas há muito em voga em Madrid ou Barcelona.
As portas estarão abertas para as compras comuns, com muito mais para descobrir. Na zona central deste mercado, já lá estão quatro grandes quiosques, com lugar para 16 tasquinhas de diferentes donos, que não concorrem entre si. E um pórtico para uma esplanada. Todos os parceiros envolvidos e os lojistas mais antigos serão convidados a manter a animação do espaço com acontecimentos ligados à vida de uma praça.
"O hábito de comprar no mercado tem de ser reabilitado", nota Marta Costa, diretora de marketing da empresa que ganhou esta exploração, num concurso lançado pela Câmara Municipal. A filosofia que seguem obriga a uma lógica premium, de proximidade com as pessoas e muita inovação à mistura.
Ao deambular pelas diferentes tasquinhas, das 10 da manhã às 11 da noite aos dias úteis, e até à uma ao fim-de-semana, está previsto que se gaste qualquer coisa como 15 euros, saindo bastante satisfeito. Se preferir, também pode levar as iguarias para casa. Comece já a ficar com água na boca com o que por aí vem:
TASQUINHAS
Charcutaria - enchidos e queijos prontos a petiscar
Garrafeira - o paraíso dos amantes de vinho: pode degustar-se a bebida a copo ou comprar uma garrafa
Geladaria - gelados artesanais, de preferência feitos com fruta do mercado
Carne - Pica-pau e outros petiscos, sempre à base de carne de boa qualidade
Champanheria - ostras e champanhe de várias origens
Marisqueira- delícias do mar, simplesmente cozidas ou mais cozinhadas
Bar - com um cantinho só para gin, haverá todo o tipo de cocktails alcoólicos
Americano - finger food do outro lado do Atlântico, como onion rings ou chicken wings
Japonês - um conceito especial de sushi para mercado, by Noori
Hamburgueria - os hamburgueres caseiros estão na moda e por isso não podiam faltar neste espaço
Café - sumos naturais com fruta da época, à escolha do freguês, mas não só
Pasteleria - produtos tradicionais de grande qualidade, como queijadas ou pastéis de nata
Chef do Mercado - um cozinheiro terá aqui um pequeno restaurante, mas também estará disposto a cozinhar qualquer proteína acabada de comprar no mercado
Italiano - pizza à fatia, carpaccio, bruschetas e outras iguarias deste país
Petiscaria - todo o tipo de tapas ibéricas
Pop Up - um espaço aberto a projetos inovadores com maior rotatividade
Espaço Pop Up - um carrinho que andará a circular pelo mercado com ofertas originais
Do jardim para o mercado
Diogo Sousa Coutinho, dono do restaurante Noori e da empresa que está a explorar o Mercado de Campo de Ourique, acaba de ganhar a concessão do quiosque do jardim da Burra, ao pé da Basílica da Estrela, o único da cidade que ainda mantém a traça Arte Nova. Este pequeno espaço será uma montra do que existe no mercado e os turistas (ou lisboetas) mais distraídos serão ali encaminhados para as tasquinhas de Campo de Ourique.
Os Mercados de Lisboa (e não só) são um património urbanístico-comercial inigualável que importa, acima de tudo, dinamizar. Estas experiências têm, entre outros méritos, a vantagem de aferir a capacidade de atração de "procuras", a geração de fluxos de diversa ordem e o nível de fidelização de clientes. Com base nos resultados alcançados com esta experiência, o passo seguinte poderá ser a definição dos cenários possíveis para a afirmação do formato comercial no panorama da oferta da cidade. Será que vamos ter notícias, muito em breve, de projeto algo semelhante para a Ribeira?
ResponderEliminarUma EXCELENTE notícia. E que faça escola para a Ribeira e Arroios, S.F.F. Mto agradecido ;-)
ResponderEliminarAparentemente as "barracas" têm muito gosto. Finalmente faz-se algo que não seja o batido "design" que não é mais que um lamentável exercício de ignorância. Muito bem!
ResponderEliminarSabendo-se de antemão que não s etrata de um projeto que vem para ficar, poder-se-á constituir como exemplo ou aprendizagem para futuras intervenções em C. Ourique e noutros Mercados (Ribeira, Arroios, Alvalade, Benfica, ...). Quem se interessar pelo assunto atente no atual Mercado do Bom Sucesso na cidade do Porto. Não é um projeto de caráter efémero, daí também o maior investimento, mas é um bom exemplo daquilo que se poderá fazer pelos Mercados nas grandes cidades.
ResponderEliminarCom papas e bolos se enganam os tolos, investiguem o concurso, vejam quanto os comerciantes vão pagar pela "banca", quanto o "concessionário" vai pagar e quanto a CML que gastou uma pequena fortuna (emprestada pelo Piparu) vai receber por encapotadamente ter deixado entratar este cavalo de tróia para uma privatização encapotada. Somos parolos e gostamos de copiar Madrid, Barcelona, etc, sem perceber as diferenças. Vamos ver quanto tempo dura a novidade... A PJ e o tribunal de contas também deviam investigar, nomeadamente a promuiscuidade da
ResponderEliminarProfico e o arq. Assessor do Vereador, entre outros pequenos delitos dos tiques do costume.
Por uma vez, então, sejamos PAROLOS! :-)
ResponderEliminarNão conheço os detalhes do projeto, os seus tramites e os seus antecedentes, mas do ponto de vista daquilo que mais me interessa abordar - o Comércio e a Cidade, parece-me que estamos perante uma boa ideia, um projeto com "pernas para andar", quiçá mesmo um exemplo a seguir noutros Mercados. Aguardemos. O tempo o dirá!
ResponderEliminarPortanto, somos parolos porque queremos ter, por uma vez, nesta cidade, um mercado onde dê vontade de entrar e que não pareça uma estrutura provisória, mal-amanhada, mal cheirosa e mal iluminada onde os comerciantes se queixam eternamente da "clientela que já não é o que era" sem perceberem que os tempos mudam e quem não os acompanha fica pelo caminho. Os mercados de Lisboa estão desactualizados, são pouco apelativos e precisam urgentemente de captar novos clientes, é assim tão difícil de perceber isto?
ResponderEliminarObservem bem as colunatas, as colunas brancas. Vejam o pormenor o debruado, o trabalho artístico, do melhor já visto, de entalhadores primorosos.
ResponderEliminarFaçam o favor de dizer de onde vieram aquelas colunas.
Se taparem os buracos com betume branco, disfarça.
Há exemplos em Espanha.
Mas sempre à nossa dimensão.
Acanhado. Saloio, como um mercado deve ser?
Não basta ser uma boa ideia.
Os anónimos anteriores já desvendaram algo. As contas deverão ser investigadas.
Trata-se de uma privatização parcial?
O que tem a oposição na CML a dizer. Não pode ficar calada.
São estes silêncios que levaram a onda rosa a impôr-se em Lisboa.
Mesmo com o desenho manhoso que fizeram nas freguesias.
Havia que juntar algumas freguesias e dar dimensão, mas apagar a História e baralhar a geografia, Lisboa não merecia.
Quantos Geógrafos e Antropólogos ouvimos a comentar esta nova divisão administrativa?
O que foi feito em Campo de Ourique, só tem um pequeno pormenor.
O nosso pormenor que invadiu Lisboa e Portugal nestes 40 anos.
Aquilo que foi feito não tem escala, porque o espaço é exiguo.
É claro que aqueles que se instalarem vão ganhar dinheiro.
Vai estar aberto até de madrugada?
O pormenor, o ESPAÇO.
Sabemos que somos um território pequeno, mas porque tudo o que se faça fica acanhado?
Nalguns casos, começa por haver espaço, mas depois vêm a negociata, os lóbis. Adultera-se o Projecto, envergonha-se o arquitecto, chama-se outros que precisam de ganhar dinheiro e eis a tacanhez.
Todos nos lembramos da Expo, da Petroquímica ao Trancão.
Perceberam?
As esplanadas que invadem os passeios mais largos, desprezando o passante, a criança e o velho. Os passeios que se tornam prolongamentos de tascas onde também o A.Costa vai jantar.
Tudo normal. Licenças em dia, licenciamento normal.
Lisboa normal.
Por isso Campo de Ourique é insignificante.
Com mais ou menos encontrão, ou protesto, consegue-se chegar e estar nas velhas Bancas.
Nem os comerciantes do Bairro, em redor, vão protestar.
O que está na moda é o IVA.
Por último, a novidade?
Vão permitir fumar?
O que a DGS vai dizer?
A Defesa do Consumidor ainda existe?
MSTavares o que vai dizer?
Ensaiar a outra Escala, não seria começar pela Ribeira?
Ou a Ribeira fica assim?
Também podem falar do Bulhão.
Temos visitas do Porto ao nosso Blogue.
Será para copiar ideias?
Os Portugueses adoram ser enganados. Era bom que resultasse, mas duvido. Concordo com o anónimo das 4.06 PM, vai ser um flop económico para os pequenos comerciantes e para a CML, para o concessionário talvez venha a resultar, pois ele prepara-se para usar todo o espaço para as suas festas privadas. O mercado será realmente " privatizado" mais do mesmo que está a acontecer por toda a cidade, até com os jardins. Vejam o do Campo Grande.
ResponderEliminarOs mercados têm sido deliberadamente abafados e castrados pelo gang que os gere uma equipa de há muitos anos que vai sugando o que pode e o que não pode e vai fazendo o favor aos políticos cuja intenção é privatizar de preferência para os amigos. Os políticos mantêm esse grupinho porque eles são obedientes e mediocres e obedecem cegamente. Os comerciantes não falam porque têm medo, mas odeiam-nos. No 31 de Janeiro os comerciantes ofereceram-se para pagar um arranjo dum dos elevadores e a CML não deixou. O medo, impera até que um dia alguém se passe.
ResponderEliminarQuanto às "visitas" do Porto, afinal são ... de Lisboa. Citei o exemplo do Mercado do Bom Sucesso (na cidade do Porto) porque, na minha opinião, poderá constituir uma alternativa viável. Uma visita ao Mercado de Portimão (às virtudes da funcionalidade do equipamento, ao modelo de gestão adotado, etc...) é outra dica que aqui deixo. Se há alguém que tenha de copiar ideias não será com toda a certeza o Porto, Portimão, etc... .
ResponderEliminarDinheiro deitado à rua. Nessa zona de cidade é impossível estacionar e fazer compras. Restam apenas os clientes que gastam 5€ por ida. Não é preciso ser doutor para concluir que é um gasto ruinoso. Depois a CML n tem dinheiro para arranjar as ruas.
ResponderEliminarSenhor Filipe estamos a falar de Campo de Ourique.
ResponderEliminarNão deve conhecer.
Sabe que os moradores não querem pagar estacionamento?
Podem ter dois, três ou 4 automóveis,mas querem o privilégio de estacionar na via pública.
No País onde o senhor Filipe está também os moradores têm esse privilégio?
Visite o Parque de Estacionamento subterrâneo junto ao Mercado e veja que está sempre vazio.
Concordará com a concessão do piso menos 4.
Doutor Filipe, não seja assim, ainda tem oportunidade de perceber os interesses e lóbis que gravitam em redor dos Governantes.
Filipe,
ResponderEliminaresta é uma zona residencial considerável e não é necessário carro para ir de A a B em Campo de Ourique.
Já pensou mudar a cassete?
Não se trata aqui de quanto eu como privado estou disposto a pagar de estacionamento. Trata-se de continuar a esbanjar recursos em infraestruturas que já não pertencem ao nosso tempo.
ResponderEliminarQual cassete? São muitos anos a virar frangos.
ResponderEliminarJá ouviu falar na Ribeira de Valverde?
Hoje, uma das mais caras do Mundo.
Já o R.Solnado falava em malandrice.
Sempre cordialmente e educadamente, a cassete demonstra que é preciso cruzar saberes para explicar Lisboa.
Criticar e ter outra visão para a Cidade não chega.
Os de Amesterdão são iguais aos de Haia?
Mas são todos Holandeses.
O que acha, do que diz José Rentes de Carvalho?
Este Blogue não divaga sobre Lisboa.
As críticas e as denúncias são sempre consistentes.
É lamentável o que têm feito de Lisboa.
Deixar degradar, entrar em ruína, para construir novo.
Aí os patos-bravos borrarão os seus projectos e todos ganharão dinheiro.
Quem perde é Lisboa e os lisboetas sensíveis que assistem impotentes as estes violentos lóbis.
O A.Costa não tem a mundividência do Orlando.
A sua cabeça devia assentar e perceber que Lisboa é mais importante do que querer ser Presidente da República.
Desculpe ó Filipe.
O companheiro Filipe, companheiro de Blogue, não consegue estacionar em Campo de Ourique?
ResponderEliminarFoi isso que quis dizer?
Referia-se a C.O.? Então não conhece o Bairro.
Sabe os locais de estacionamento?
Deve culpar os moradores?
Deve culpar os comerciantes?
Deve culpar a Câmara?
Como quer fazer.
Só uma pequenina solução.
Eu não iria a Campo de Ourique às compras. Prefiro ir ao Colombo, que tem muito mais espaço para estacionar, e encontro tudo no mesmo sítio. É mais mais prático.
ResponderEliminarEstá tudo explicado! Gosta de Centros Comerciais com o ar usado, iluminação néon que faz doer os dentes, cheio de gente a fazer o "passeio de família", com lojas iguais a todas as demais, com ar plástico e americano. Porque razão é que estes monstros não existem aos magotes por aí na Holanda, como aqui? E aí o tempo nem se compara. Porque o povo holandês prefere o ar livre, as ruas lindas para fazer compras.Eduque-se, homem, faça da sua estada aí uma formação pessoal. Deixe a xunguisse automotorizada e de centro comercial e aprenda!
ResponderEliminarRealmente, nós portugueses somos "especiais". Começamos a debitar uns "bitaites" sobre uma ideia/projeto/iniciativa para o Mercado de Campo de Ourique e acabamos em quezílias estéreis sobre Lisboa/Porto, Amesterdão/Haia, Portugal/Holanda.
ResponderEliminarAvante Cidadania LX.
Estou-me a borrifar para o "design" para as contas escuras ou obscuras, para a dor de coto para tudo isso... Quero ir ao mercado e irei! A minha preocupação em pormenores não salva o pais nem me faz mais feliz. Excelente iniciativa! Que venham mais...
ResponderEliminaro novo mercado de Ourique, é um crime embrulhado com uma operação de charme de gosto duvidoso, que infelizmente tem bastantes compradores.
ResponderEliminardiz a câmara que o mercado tem de se modernizar, o que poderá trazer vida a toda uma zona da cidade.
para começar, o bairro de Campo de Ourique não é pretexto para pedir mais dinheiro à Troika, porque está pujante, e se mexem muito acabam por pôr aquela gente toda a comprar no Amoreiras e a estragar tudo o que há de bom no bairro.
mas vamos admitir que aquele era um bairro de delinquentes, a vergonha da cidade e um sítio onde ninguém fazia compras. melhor seria: usavam-se os prédios devolutos para fazer todo o tipo de eventos, tapas, queijos e enchidos, porque essa seria a verdadeira vida de rua. o mercado, esse, continuaria a fazer o que sempre fez bem.
convém esclarecer o que se entende por "Mercado" e o que se entende por "Rua". o Mercado pretende ser uma alternativa para as famílias se abastecerem no dia-a-dia. ora, nos tempos que correm, em que a grande distriuição está a formar grandes monopólios, manter a alternativa dos mercados é fundamental, caso contrário pagaremos do nosso bolso o custo da cartelização e a poluiçao dos centros comerciais.
retirar espaço de venda às verduras, à carne e ao peixe é, portanto, um crime hediondo, especialmente numa cidade com tantos prédios (municipais) devolutos. há espaço para novas ideias, novos espaços e eventos que renovem a cidade. mas, por favor, façam cada coisa no seu lugar.
em Campo de Ourique querem fazer tapas e assar chouriço dentro do mercado. podem deslumbrar o gringo incauto, ou o português chic' a valer, mas a ideia é simplesmente desapropriada. terão muito óleo frito e queimado para limpar em cima das bancadas!
É por ainda existir TANTA gente ressabiada como vocês que o país e o mundo estão como estão! Invejosos.
ResponderEliminarIniciativa incrível.... Muita pena da pobreza de espírito que para aqui vai.