A Igreja da Conceição Velha, uma jóia manuelina escondida na Rua da Alfândega, em Lisboa, está prestes a ganhar uma nova vida, depois de a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ter anunciado ontem o investimento de 1,1 milhões de euros na sua reabilitação. As obras de restauro vão avançar já no início de 2014 e, se tudo correr como planeado, no dia 8 de Dezembro desse ano abre portas a “nova” igreja.
É um dos maiores investimentos feitos pela Santa Casa no que à recuperação do património diz respeito. Mas como Pedro Santana Lopes, provedor da instituição, disse ontem na cerimónia, que teve direito a missa, e onde foi assinado o protocolo por si e pelo reitor da igreja de Nossa Senhora da Conceição Velha, o padre Mário Rui Leal Pedras, o edifício há muito tempo que estava a precisar de uma grande intervenção estrutural. [...]
Foi aqui, nesta igreja, que surpreende quem passa na rua com a sua majestosa fachada mas que desilude quem nela entra com as suas paredes cinzentas que pouco têm para mostrar, que se instalou a primeira sede da Santa Casa. Foi em 1534 e durante dois séculos. Até ao trágico terramoto de 1755 que destruiu grande parte do edifício. A sede da Santa Casa mudou então de local, assim como mudou depois o traço único da igreja, reedificada em 1770 pelo arquitecto pombalino Francisco António Ferreira (com colaboração de Honorato José Correia).
Do estilo manuelino ficou apenas a fachada, que na época era uma porta lateral. Mas é o suficiente para esta igreja ser considerada o segundo maior templo da Lisboa manuelina, que tem o seu maior símbolo no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém.
“É uma obra com muito significado para a Santa Casa”, disse aos jornalistas Santana Lopes, para quem a recuperação da igreja é prioritária. “Por isso mesmo as obras vão arrancar já no início do ano”, explicou o provedor, que não deixou de considerar o investimento “invulgar pela sua dimensão”. “[Mas] vem ao encontro da aposta estratégica que entendemos fazer no apoio à preservação do nosso património próprio e também do património artístico que existe de norte a sul do país”, continuou Santana Lopes, considerando a Igreja da Conceição Velha como património da Santa Casa. “Não nos está entregue mas é a nossa história e mal das instituições que esquecem a sua história.”
Como contrapartida pedida pela Santa Casa para o investimento, a paróquia ficará responsável pela criação de um novo Polo Cultural de Arte Sacra em Lisboa, que funcionará em rede com a colecção do Museu de São Roque. Neste novo espaço vão ficar ainda em exposição o tesouro da igreja, bem como outras peças vindas das igrejas de Santa Maria Madalena e de São Nicolau.
[...]»
"investir"? vai gastar. que o dinheiro não tem retorno nenhum.
ResponderEliminarE vai gastar dinheiro dos contribuintes.
Investir no património, sim. É um óptimo investimento. Tenho pena que a sua cabeça não compreenda o que representa a preservação do património para um pais a médio/longo prazo.
ResponderEliminartal como disse, para se falar de investimento tem de haver lugar a retorno. temos um país mais deserto a cada ano que passa. as igrejas estão vazias. de nada vale encher a boca para pronunciar "património" como palavra mágica. tenho pena que não compreenda que não há dinheiro, e que a juventude não tem paciência para ficar nesse país a pagar uma dívida que não criou
ResponderEliminarSanta Casa é "dinheiro dos contribuintes", ó cromo?
ResponderEliminarHá aqui um anónimo que acabou de aprender algo. Pois sim, dinheiro do jogo que o estado dá à santa casa em troca do "serviço social" que presta.
ResponderEliminarContabilisticamente, esse dinheiro surge no orçamento de estado. E mesmo que não surgisse, como era o caso no passado, é óbvio para qualquer um que é dinheiro público.