26/11/2013

Antiga Perfumaria CAMY na Rua da Prata 119: mais uma loja destruída


Exmo. Sr. Vereador Manuel Salgado


Cc. PCML

Como já vem sendo hábito, reportamos mais uma perda patrimonial na Baixa, desta vez a destruição parcial da antiga «Perfumaria CAMY» na Rua da Prata 119.

Esta não era uma loja qualquer: teve um projecto qualificado de 1944 do Arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, um dos mais importantes autores da Arquitectura Moderna nacional. Mas do espaço interior ao lettering em ferro forjado, do alto-relevo escultórico (atribuído ao Escultor Leopoldo de Almeida) a outras guarnições em metal da frente da loja, já quase nada resta.

Perguntamos: O pelouro do Urbanismo aprovou esta alteração de uma frente de loja registada na Carta Municipal do Património anexa ao PDM? Ou estamos perante outra vítima da cada vez mais evidente ausência de fiscalização por parte da CML?

De facto, e apesar do aprovado um Plano de Pormenor de Salvaguarda, a capital continua a assistir à destruição dos diferentes elementos patrimoniais da Baixa Pombalina: destruições selvagens de frentes e interiores de lojas, substituição sem critério de caixilharias de vãos e alterações desqualificadas das coberturas com trapeiras pombalinas transfiguradas à "pato-bravo".

A falta de um Urbanismo Comercial, associada a um certo oportunismo comercial "turístico" que reina por toda a Baixa, propicia este tipo de desastres. Lisboa ficou mais pobre com perda da Perfumaria «Camy».

Voltamos a repetir: a Baixa merece padrões bem mais elevados de gestão urbanística!

Melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho e Fernando Jorge

3 comentários:

  1. Rui Ribeiro3:50 da tarde

    Mais parece a frente de um qualquer edifício situado na periferia!

    As cantaria originais (de forma recortada) que contornam as portas e as janelas dos pisos térreos também já são raras, agora são as pedras "pastiches" de aspecto tosco que imperam!

    Excepção feita à Rua dos Douradores, é uma das poucas ruas que ainda preserva uma grande variedade de vãos, vergas, e cantarias originais.

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  2. Baixa a Património Mundial?

    Estejam descansados....
    Está a ser feito de TUDO para que tal não aconteça.

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  3. Manter um negócio privado com lucros privados é um dever público? Se o comerciante tinha a responsabilidade histórica de manter o estabelecimento aberto para o explorar para seu proveito, porque é que a decisão é política? A câmara devia comprar a loja?

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