29/11/2013

Câmara de Lisboa arrasou dezenas de barracas de mendigos e arrumadores de carros


In Público Online (29.11.2013)
Por José António Cerejo

«Os serviços de limpeza da autarquia, com o apoio da Polícia Municipal, destruíram e despejaram em contentores de lixo, no passado dia 20, cerca de 30 abrigos precários de cidadão romenos que pedem esmola nos cruzamentos da cidade.

Não foi no pino do Verão, nem nos moldes habituais de intervenção dos serviços de acção social do município. Na quarta-feira da semana passada, dia em que a temperatura mínima registada atingiu os 8º, os serviços do Departamento de Higiene Urbana da Câmara de Lisboa, com o apoio de efectivos da Polícia Municipal, deitaram por terra um acampamento precário de ciganos romenos que estava instalado por baixo de um viaduto do Eixo Norte-Sul, entre Sete Rios e Campolide.

A operação foi desencadeada durante a manhã, altura em que as largas dezenas de pessoas que ali estavam alojadas há algumas semanas se encontravam ausentes, espalhadas pela cidade, a mendigar e a arrumar carros. Ao fim do tarde, ao regressarem, os homens e mulheres que ali pernoitavam, cozinhavam e se aqueciam em inúmeras fogueiras visíveis de algumas vias rápidas que envolvem aquela terra de ninguém não encontraram nada.

Nem as barracas feitas de estruturas de canas secas atadas com trapos e cobertas de caixotes de papelão espalmados, nem os haveres que não tivessem levado consigo, ou escondido nalgum buraco, como fazem com frequência, nem o muito lixo, incluindo, segundo a Polícia Municipal, "colchões velhos, roupas imundas e fezes humanas" que lá estava.

Nada. Tudo tinha desparecido. Ficaram apenas os montículos de pedras e as cinzas que haviam sobrado das fogueiras da véspera. A reportagem do PÚBLICO esteve no local na manhã seguinte e estava à vista que algo tinha acontecido. Se o grupo tivesse abandonado o acampamento por sua iniciativa, como faz por vezes, quando opta por se estabelecer noutros locais, ou regressar temporariamente à Roménia, como sucede no Verão, as barracas estariam de pé e o lixo permaneceria no local. Os hábitos destas populações seminómadas não valorizam o ambiente e a higiene.

No dia seguinte, sexta-feira, o terreno, onde apenas se chega atravessando os perigosos acessos ao Eixo Norte-Sul e à Radial de Benfica, já voltara, porém, a ter sinais de vida. Uma dezena de estruturas de canas, ainda sem cartões e panos a cobri-las, já estava meio montada (ver foto). Ao fim do dia desta quarta-feira já eram novamente largas dezenas as barracas, as fogueiras e os maltrapilhos que ali se encontravam.

Questionado logo na quinta-feira da semana passada sobre o desaparecimento das barracas, o gabinete do vereador João Afonso, responsável pelo pelouro da Acção Social da Câmara de Lisboa, respondeu que nem os serviços da autarquia, nem a Polícia Municipal tinham tido qualquer intervenção no local na véspera. [...]»

...

Ooooops.

6 comentários:

  1. Em Portugal sê português. Não é tradição nossa vivermos debaixo da ponte. Existem imigrantes que nada fazem para se integrarem e apenas vivendo de expedientes mais ou menos legais. Penso que as autoridades estiveram bem ao impedir que se desenvolva outro bairro de lata na capital.

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  2. 100 % apoiado, Portugal não é, nem pode ser, a república das bananas.
    Os portugueses quando emigram também têm de cumprir com os deveres e obrigações dos Países para onde vão. Portugal não é um receptor da escumalha que os outros Países da Europa não querem, que só trazem violência, insegurança e lixo..

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  3. Falta é a valorização do espaço, espaços abandonadaos, sub-aproveitados ou sem uso convidam e legitimam a "oKupação" ilegal!

    cumps.
    f.

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  4. E é suposto estes cidadãos romenos estarem à vontade para criarem um novo bairro de barracas em plena cidade? Já não basta o à vontade com que essa gente mendiga e pede moedas em locais de estacionamento pagos à emel?

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  5. acho muito bem que este tipo de interveçao aconteça
    se nao encontram trabalho aqui eles tê^m mesmo é de ir mendiar para o pais deles
    BASTA

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  6. Ja limparam esta zona várias vezes e no dia seguinte estão lá todos novamente. Para além disso, há outras duas zonas a 50 metros onde se estão a acumular lixos que, de resto, já atraem gaivotas e mosquitos para as imediações.

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