Administradora do Porto de Lisboa,
Dra. Marina Ferreira
Como é do conhecimento de V. Exa., as Gares Marítimas da Rocha de Conde d’ Óbidos (1934-1948) e de Alcântara (1936-1944) são duas peças fundamentais da Arquitectura Moderna de Lisboa, foram ambas concebidas pelo Arq. Porfírio Pardal Monteiro e decoradas por José de Almada Negreiros (cujos 120 anos se comemoram até final do ano), sendo que uma e outra estão classificadas Monumentos de Interesse Público desde 2012 (Portaria n.º 740, DR, 2.ª série, de 31 Dezembro).
Considerando o elevado valor arquitectónico, conceptual, estrutural e artístico dos interiores de ambas as Gares Marítimas, quer a nível dos vestíbulos profusamente decorados com murais de Almada, quer pelas próprias linhas dos próprios espaços dos pisos térreos e dos primeiros andares, terraços, incluídos;
Considerando o semi-desconhecimento pelo grande público desses interiores, uma vez que ambos são visitáveis apenas por ocasião de eventos especiais e/ou por passageiros dos navios de cruzeiro;
Somos a solicitar a V. Exa. à Administração do Porto de Lisboa (APL) que:
· Abra ao público as Gares Marítimas da Rocha de Conde d’Óbidos e de Alcântara, pelo menos durante parte do dia, sem prejuízo dos eventuais passageiros de cruzeiros.
· Edite, em conjunto com a CML e/ou a DGPC, suporte documental adequado, em formato papel para divulgação «in loco», e para estar disponível nos «sites» da APL, CML e DGPC.
· Desenvolva, durante 2014 e em conjunto com a CML, os adequados projectos de requalificação do espaço público junto a cada uma das Gares, por forma a dignificar ambos os Monumentos de Interesse Público e homenagear quem os concebeu e decorou.
Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge, João Mineiro, Virgílio Marques, António Branco Almeida, Luís Marques da Silva, Júlio Amorim, José Morais Arnaud, João Oliveira Leonardo, António Araújo e Maria Albina Martinho
A propósito, como estará aquela magnífica passagem subterrânea que os turistas chegados à Gare Marítima de Alcântara apanham mal chegam à nossa capital?
ResponderEliminarInteiramente de acordo com a abertura de uma ou das duas gares ao público. Em tempos, penso que chegou a haver um restaurante numa delas, pois é um local bem aprazível. A razão por que acabou deverá ter tido a ver com a sua rentabilidade. Dado que, hoje, já se tornou uma zona mais animada, devido às "DOCAS", não será de explorar a ideia, para atrair os visitantes? Também deveria render algo para a própria Administração do Porto de Lisboa, que desse suportar encargos próprios.
ResponderEliminarJosé Honorato Ferreira
Seria uma excelente ideia! As gares de Rocha conde d'Óbidos e de Alcântara são belíssimas e os painéis de Almada Negreiros são ímpares... como é possível ser a APL a ter a ultima palavra no que concerne a património desta magnitude? a APL tem sido ao longo dos anos o maior inimigo de Lisboa com a sua gestão exclusiva e incompetente da frente ribeirinha da nossa cidade... Continuo a achar surreal que algum deturpado interesse estratégico nacional se tenha encarregado de entregar de mão beijada esta tão importante parte de Lisboa a estes senhores e aos seus interesses que não são o interesse da cidade...
ResponderEliminarFC