Vale o que vale, mas o Tavares é Imóvel de Interesse Municipal (http://www.dre.pt/pdf1sdip/1996/03/056B00/04480457.pdf e está inserido num prédio pombalino, certo?
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«O Restaurante Tavares, também denominado Salão de Chá-Restaurante Tavares ou Restaurante Tavares Rico, foi fundado em 1784 pelo italiano Nicolau Massa, que para aí transferia o seu café e salão de bilhar "O Talão", fundado em 1779. Teve vários proprietários até 1823, quando foi comprado pelos irmãos Manuel e António Tavares. Embora tenha estado apenas quarenta anos na posse destes, foi com o seu nome que o estabelecimento se tornou conhecido. No entanto, a faustosa decoração que hoje caracteriza os salões do restaurante foi introduzida apenas na década de 60 do século XIX, quando o novo proprietário, Vicente Caldeira, entrega o projecto a Hermógenes dos Reis, transformando-o num restaurante de luxo. No início do século XX a casa é ampliada com mais um piso, voltado para a Rua das Gáveas, e recebe a varanda da fachada principal, ainda desenhado por Hermógenes dos Reis. Depois de mais algumas mudanças de propriedade, o Tavares fechou, por falência, em 1940, mas reabriu logo no ano seguinte, com novo recheio. Foi mais uma vez renovado em 1959, e finalmente em 2003-2004, quando se recuperou a sala de refeições e a fachada, então já classificadas. As ampliações da sala térrea original fizeram com que o restaurante ocupasse também o primeiro piso do prédio pombalino de rendimento onde se insere, com fachada dinamizada por alguns elementos curvos, sacadas, frisos de estuque e ferros trabalhados. O piso térreo é aberto por três portas, as laterais de verga recta, em cantaria, e a central de maior vão e verga em arco abatido. A varanda do segundo andar, baixa (pela altura dos pisos) e relativamente avançada, funciona como alpendre, enobrecendo a entrada. É acessível por três portadas a eixo com os vãos do piso inferior, sendo também a central mais larga que as laterais, e todas rematadas em arco abatido. A varanda é triplamente curva, com guarda de ferro forjado decorado com grinaldas, e base ornada com florões, festões, e enrolamentos vegetalistas em estuque, que se prolongam pelo muro. Ao primeiro andar acede-se pela porta da direita. No interior, o salão principal, de planta rectangular, é enriquecido por revestimento de madeiras e tectos em estuques dourados, mármores, espelhos, lustres e bronzes. Para além do seu valor patrimonial evidente, o restaurante é igualmente o restaurante mais antigo do país, e o segundo mais antigo na Península Ibérica. Está integrado numa zona histórica de máxima centralidade, servindo de memória da ocupação tradicional do espaço circundante desde o século XIX, quando aí se concentravam muitos teatros, clubes nocturnos, cafés, restaurantes, hotéis, jornais, livrarias, e comércio de nível. Nas suas salas reuniram-se (e reúnem-se ainda) muitas individualidades da melhor sociedade, da política ou das artes. Aí se formou o célebre grupo dos Vencidos da Vida, e aí se encontravam personalidades como Eça de Queiróz, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, Almada Negreiros, Eduardo Viana, e tantos outros. Sílvia Leite / DIDA / IGESPAR, I.P., 26-10-2007»
Quando se faz uma pergunta destas convém explicar porque é que se "acha" isso...
ResponderEliminarBela descrição do IGESPAR.....falta uma pequena referencia aos caixilhos das janelas do primeiro andar.
ResponderEliminarFachada classificada....a sério ?