O Grupo Parlamentar "Os Verdes" apresentou hoje, na Assembleia da República, em Lisboa, um projeto de resolução que defende a suspensão do leilão de 85 obras de Joan Miró que está previsto para fevereiro, em Londres.
Em declarações à agência Lusa, Heloísa Apolónia, deputada de "Os Verdes", indicou que o Grupo Parlamentar entregou o projeto de resolução para ser discutido na quarta-feira, na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. "Defendemos a suspensão da venda dos quadros, a sua inventariação e classificação", disse a deputada, acreditando que a iniciativa se justifica, mesmo com os quadros estejam já fora de Portugal, em exposição nas instalações da leiloeira Christie"s. Para o Grupo Parlamentar "Os Verdes", a manutenção, em Portugal, da coleção de 85 obras do artista catalão, "hiper-reconhecido internacionalmente, pode dar um grande retorno ao país, nomeadamente como atração turística".
"O Governo quer vendê-las por uns escassos 35 milhões de euros. Vai ser um negócio ruinoso para o país", avaliou a deputada, acrescentando que o parlamento "pode ainda travar este processo".
Há uma semana, a maioria PSD/CDS rejeitou, numa votação em plenário da Assembleia da República, resoluções do PS e do PCP propondo também a suspensão do processo de alienação de 85 obras de Joan Miró, que ficaram nas mãos do Estado através da nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN).
As propostas do PS e do PCP tinham sido apresentadas e debatidas esta semana na Comissão de Educação, Ciência e Cultura e visavam inviabilizar a venda de uma coleção que os grupos parlamentares consideram ter sido já paga pelos portugueses. Uma petição pública lançada no início de janeiro pela Casa da Liberdade Mário Cesariny, em Lisboa, defendendo a manutenção das obras em Portugal, num museu, recolheu desde então mais de 8.500 assinaturas. Os peticionários, que foram hoje ouvidos na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, também enviaram o documento para o Parlamento Europeu, esperando que aquela instância possa inviabilizar o processo. Mas quinta-feira à noite, a anterior presidente do PSD Manuela Ferreira Leite, no programa Política Mesmo, da TVI, deu a venda dos quadros de Miró, em Londres, como exemplo do "alheamento" da atual política, das questões essenciais - em particular a cultura -, que definem a soberania. Para Manuela Ferreira Leite, a receita prevista pela venda não é representativa, no contexto de um orçamento do Estado. Se a situação fosse ao contrário - ir comprar Mirós numa altura em que se cortam pensões e reformas - estaria fora de causa, para a ex-presidente do PSD. Mas insistir na venda de um património que já se tem, demonstra "alheamento" dos valores que fazem a soberania, como insistiu.
A venda das obras de Miró está programada pela Christie's, para um leilão a realizar em Londres, nos dias 04 e 05 de fevereiro
In DN por Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca 2014-01-25
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Colocar este número de obras simultaneamente no mercado é obra de ignorantes de negócios.
Nenhum iluminado inimigo da cultura que conseguiu vislumbrar nesta colecção uma fonte de receitas (a longo prazo) para Portugal? Quem é que votou nesta absoluta cambada de incompetentes sem visão alguma e que só envergonha a Nação?
Venda ou leilão? Mais um artigo mal escrito.
ResponderEliminarjoan miró não era português, por isso se as obras entraram em portugal também podem sair; as obras vão ser leiloadas, e o valor final não é conhecido, mas seja ele qual for será o valor das obras hoje.
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