No passado eram várias as vezes em que percorria a Rua da Vitória e virava à esquerda na Rua dos Douradores e, sempre me lembro de observar o conjunto de estátua em bronze, representando um dos ofícios tradicionais da nossa Lisboa - o calceteiro e o ajudante.
Bem sei que muita tinta tem corrido sobre o fim das calçadas, os buracos das mesmas e muito haveria a repetir - vou procurar propositadamente evita-lo para não vos maçar!
20 Fevereiro de 2014 , fim de tarde passei nesta zona e foi evidente o vazio da praça frente à Igreja de São Nicolau, uma visão diferente até aqui presente e, uma vez chegado a casa socorri-me da aplicação "google maps street view" a reação foi um seguro - Eu sabia!
Figs. 1 e 2 - imagens da aplicação "street view" do google maps, a 20/02/2014
De facto era costume ser furtado o martelo de bronze do calceteiro, noto que este tema foi já abordado aqui mesmo neste espaço em 2007, citando uma notícia do "Jornal de Notícias".
Mas e hoje? Será este um desaparecimento temporário ou criámos neste espaço um acesso raso e amplo, mas privilegiado aos elevadores. Terão sido desalojados precariamente o calceteiro, o ajudante e o brasão da "Mui Nobre e Sempre Leal Cidade de Lisboa"?
Fig. 3 - Vista do Largo frente à Igreja de São Nicolau, 20/02/2014
A calçada original deu lugar a novos paralelepípedos antiderrapantes e a uma faixa transversal em pedra lisa em homenagem a Bernardo Soares.
Neste momento, sem saber ao certo o que terá acontecido em concreto, socorro-me do nosso José Saramago e partilho convosco:
"Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos, sem memória não existimos, sem responsabilidade talvez não mereçamos viver". (in Cadernos de Lanzarote 1994)
Não me admira nada.
ResponderEliminarNa Baixa até já desapareceram Igrejas.....
Porque não vamos debater este assunto com mais profundidade?
ResponderEliminarQuantas lesões, entorses, traumatismos, pernas partidas, rasteiras a deficientes, dentes partidos, etc. Milhares ou milhões?
Como em tudo na nossa Sociedade, nada de discussão sustentada, prepotência de quem manda, longos anos de degradação desta Capital, calceteiros desvalorizados.
Não é sim ou não?
Quantos metros de calçada estão devidamente cuidados?
Mas temos que dar voz aos sinistrados e aqueles que se sentem frágeis a caminhar nesta Lisboa.
Talvez na Suiça seria provocada a discussão e talvez um referendo.
Aqui cozinha-se nos gabinetes da CML.
Estou bem mais preocupado com os milhares de automoveis que estacionam na calçada e a destroem sistematicamente que propriamente se alguém cai de 10 em 10 anos com a calçada escorregadia.
ResponderEliminarDe entre os defeitos assacados à calçada portuguesa figura, em destaque, o facto de as suas pedras se soltarem com facilidade.
ResponderEliminarConvido-vos, pois, a meditar no que se passa na cidade de Lagos, onde há MUITOS milhares de metros quadrados dessa calçada e onde - pasme-se! - não se vê um único buraco!
Ora, dado que a sua utilização é idêntica à de Lisboa (e, sim, até lhe metem carros em cima...), o segredo talvez tenha a ver com a sua construção cuidada - ver duas fotos [AQUI].
Na Baixa???
ResponderEliminarSim Tiago, na Baixa.
ResponderEliminarA Igreja da Conceição Nova, que foi demolida em 195.. para a construção de mais um edifício pombalino, actual CGD.
Ela é bem visível nesta foto:
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/PaginaDocumento.aspx?DocumentoID=267844&AplicacaoID=1&Pagina=1&Linha=1&Coluna=1
Em processo de demolição:
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/PaginaDocumento.aspx?DocumentoID=274830&AplicacaoID=1&Pagina=1&Linha=1&Coluna=1
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/PaginaDocumento.aspx?DocumentoID=279976&AplicacaoID=1&Pagina=1&Linha=1&Coluna=1
Voltando ao tópico:
Agora é a calçada e depois serão os edifícios pombalinos, ou alguém têm duvidas...
Pais de maus costumes!
Só merece o que têm!
o calceteiro nem sempre lá esteve. aquele largo já foi parque de estacionamento. isso não deve estar na memória do autor do post...
ResponderEliminar"o calceteiro nem sempre lá esteve. aquele largo já foi parque de estacionamento. isso não deve estar na memória do autor do post..."
ResponderEliminarMais um anónimo que teima em desconversar e a debitar o enredo da cassete já mais gasta, baseada em demagogia barata!
O artigo fala do desaparecimento de duas estátuas, e já agora, da calçada portuguesa, e o anónimo aproveitou para nos recordar que na Rua da Vitória existiu um parque de estacionamento!
Isto faz sentido?