21/02/2014

Este chão tem história para contar...

No passado eram várias as vezes em que percorria a Rua da Vitória e virava à esquerda na Rua dos Douradores e, sempre me lembro de observar o conjunto de estátua em bronze, representando um dos ofícios tradicionais da nossa Lisboa - o calceteiro e o ajudante.

Bem sei que muita tinta tem corrido sobre o fim das calçadas, os buracos das mesmas e muito haveria a repetir - vou procurar propositadamente evita-lo para não vos maçar!

20 Fevereiro de 2014 , fim de tarde passei nesta zona e foi evidente o vazio da praça frente à Igreja de São Nicolau, uma visão diferente até aqui presente e, uma vez chegado a casa socorri-me da aplicação "google maps street view" a reação foi um seguro - Eu sabia!

Figs. 1 e 2 - imagens da aplicação "street view" do google maps, a 20/02/2014

De facto era costume ser furtado o martelo de bronze do calceteiro, noto que este tema foi já abordado aqui mesmo neste espaço em 2007, citando uma notícia do "Jornal de Notícias".

Mas e hoje? Será este um desaparecimento temporário ou criámos neste espaço um acesso raso e amplo, mas privilegiado aos elevadores. Terão sido desalojados precariamente o calceteiro, o ajudante e o brasão da "Mui Nobre e Sempre Leal Cidade de Lisboa"?

Fig. 3 - Vista do Largo frente à Igreja de São Nicolau, 20/02/2014

A calçada original deu lugar a novos paralelepípedos antiderrapantes e a uma faixa transversal em pedra lisa em homenagem a Bernardo Soares.

Neste momento, sem saber ao certo o que terá acontecido em concreto, socorro-me do nosso José Saramago e partilho convosco:

"Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos, sem memória não existimos, sem responsabilidade talvez não mereçamos viver". (in Cadernos de Lanzarote 1994)

8 comentários:

  1. Anónimo12:18 a.m.

    Não me admira nada.
    Na Baixa até já desapareceram Igrejas.....

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  2. Anónimo12:21 a.m.

    Porque não vamos debater este assunto com mais profundidade?
    Quantas lesões, entorses, traumatismos, pernas partidas, rasteiras a deficientes, dentes partidos, etc. Milhares ou milhões?
    Como em tudo na nossa Sociedade, nada de discussão sustentada, prepotência de quem manda, longos anos de degradação desta Capital, calceteiros desvalorizados.
    Não é sim ou não?
    Quantos metros de calçada estão devidamente cuidados?
    Mas temos que dar voz aos sinistrados e aqueles que se sentem frágeis a caminhar nesta Lisboa.
    Talvez na Suiça seria provocada a discussão e talvez um referendo.
    Aqui cozinha-se nos gabinetes da CML.

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  3. Anónimo2:13 p.m.

    Estou bem mais preocupado com os milhares de automoveis que estacionam na calçada e a destroem sistematicamente que propriamente se alguém cai de 10 em 10 anos com a calçada escorregadia.

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  4. De entre os defeitos assacados à calçada portuguesa figura, em destaque, o facto de as suas pedras se soltarem com facilidade.
    Convido-vos, pois, a meditar no que se passa na cidade de Lagos, onde há MUITOS milhares de metros quadrados dessa calçada e onde - pasme-se! - não se vê um único buraco!
    Ora, dado que a sua utilização é idêntica à de Lisboa (e, sim, até lhe metem carros em cima...), o segredo talvez tenha a ver com a sua construção cuidada - ver duas fotos [AQUI].

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  5. Tiago Pereira6:54 p.m.

    Na Baixa???

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  6. Anónimo8:15 p.m.

    Sim Tiago, na Baixa.
    A Igreja da Conceição Nova, que foi demolida em 195.. para a construção de mais um edifício pombalino, actual CGD.

    Ela é bem visível nesta foto:

    http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/PaginaDocumento.aspx?DocumentoID=267844&AplicacaoID=1&Pagina=1&Linha=1&Coluna=1

    Em processo de demolição:

    http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/PaginaDocumento.aspx?DocumentoID=274830&AplicacaoID=1&Pagina=1&Linha=1&Coluna=1

    http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/PaginaDocumento.aspx?DocumentoID=279976&AplicacaoID=1&Pagina=1&Linha=1&Coluna=1

    Voltando ao tópico:
    Agora é a calçada e depois serão os edifícios pombalinos, ou alguém têm duvidas...

    Pais de maus costumes!
    Só merece o que têm!

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  7. Anónimo10:00 p.m.

    o calceteiro nem sempre lá esteve. aquele largo já foi parque de estacionamento. isso não deve estar na memória do autor do post...

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  8. Filipe6:40 p.m.

    "o calceteiro nem sempre lá esteve. aquele largo já foi parque de estacionamento. isso não deve estar na memória do autor do post..."


    Mais um anónimo que teima em desconversar e a debitar o enredo da cassete já mais gasta, baseada em demagogia barata!
    O artigo fala do desaparecimento de duas estátuas, e já agora, da calçada portuguesa, e o anónimo aproveitou para nos recordar que na Rua da Vitória existiu um parque de estacionamento!

    Isto faz sentido?



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