Dr. António Costa
Somos a protestar de forma veemente pelo pré-anunciado desaparecimento da ‘licoraria’ Ginjinha Sem Rival/Eduardino, ex-libris da Baixa e do nosso comércio de maior tradição e carácter, sita na Rua das Portas de Santo Antão, nº 7!
Com efeito, segundo fomos informados, o senhorio do prédio terá informado os proprietários daquele estabelecimento da denúncia do respectivo contrato, intimando-os a fecharem as portas da Ginjinha Sem Rival até dia 1 de Julho de 2014, por motivo de obras no edifício para a sua transformação em aparthotel, dando assim seguimento ao projecto de alterações (581/EDI/2011) aprovado pela CML em Maio de 2012.
Acontece, porém, o seguinte:
1. Uma das condicionantes para a aprovação do referido projecto foi «O espaço de comércio ocupado pela loja “Ginginha Eduardinha”, mantém a sua ocupação e função, sendo a reabilitação a realizar somente da fachada no âmbito da recuperação total da fachada do edifício» (vide Informação 38874/INF/DIVPE/Gesturbe/2011).
2. O edifício em causa insere-se no perímetro classificado Conjunto de Interesse Público (Portaria n.º 740-DV/2012, de 19 de Dezembro de 2012.
3. O estabelecimento em causa está inscrito no Inventário Municipal do Património anexo ao Plano Director Municipal, ver artigo 31.91 Ginjinha Eduardino / Rua das Portas de Santo Antão, 7.
Pelo que, a verificar-se esta intimação do proprietário, a mesma será não só profundamente lamentável, como será mais um péssimo exemplo de má prática camarária em matéria de urbanismo comercial e de defesa e salvaguarda do património cultural da cidade, como assumirá contornos ilegais.
Solicitamos, por isso, Senhor Presidente, a melhor intervenção da Câmara Municipal de Lisboa, para que se evite mais um caso de destruição do nosso comércio de referência; de um estabelecimento extremamente popular e afectivo entre locais e turistas, e que integra, recordamos, a maior parte das rotas e passeios constantes dos melhores guias de viagem; é presença assídua na imprensa nacional e estrangeira, está na mesma família há 4 gerações, desde finais do século XIX, e, não menos importante, julgamos, mantém-se íntegra e genuína.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho e Fernando Jorge
C.c. Vereador Manuel Salgado, AML, DGPC, Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Media
Foto: Alice Violeta
Proponho que se faça circular uma petição. O aparthotel só terá a ganhar coma presença dessa loja mais.
ResponderEliminarNem quero acreditar nisto!!
ResponderEliminarCaros Srs., apesar de meritória a vossa preocupação, convém não esquecer que o despejo do actual arrendatário não implica que o espaço não "mantenha a sua ocupação e função" com outra entidade exploradora!
ResponderEliminarBolas.....estes tipos passaram-se. Uma declaração de guerra a Lisboa
ResponderEliminarPetição na Net....e nos estabelecimentos tradicionais da zona? Os proprietários deste tipo de comércio têm que se unir contra estes ataques.
não entendo será que os proprietários não entendem que o eduardinho e uma mais valia para o seu negocio
ResponderEliminarO "Eduardinho" poderia ser uma mais valia para os proprietários de um eventual hotel se, o estabelicimento fosse também requalificado, mostrasse mais higiene e nao tivesse sempre todos os bebados e sei lá que mais, ali á porta!
ResponderEliminarEstou totalmente de acordo quando se diz que "aquilo" atrai os turistas mas, se os turistas soubessem como aqueles copos sao lavados...enfim o alcool mata todo o "micróbio"!
Caro Anónimo,
ResponderEliminarapesar do seu meritório comentário,convém não esquecer que a Ginja sem Rival sem os seus actuais proprietários implica que o espaço deixe de manter a sua ocupação e respectiva função actual.
Essa confesso que não percebi... então qualquer pessoa sabe vender ginja não?
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