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Dr. António Costa
C.c. Vereador Manuel Salgado, AML e Junta de Freguesia
Como é do conhecimento de V. Exa, o eixo Praça do Chile - Rua Morais Soares - Praça Paiva Couceiro (e adjacentes) é um dos locais mais concorridos de Lisboa, seja no que se refere a comércio e serviços, seja como de movimento automóvel.
Sendo inicialmente atravessado por uma linha de eléctrico e por uma faixa central arborizada, foi-se transformando, ao longo dos anos, num espaço público completamente desqualificado, de prédios envelhecidos e descaracterizados, um paraíso do estacionamento selvagem, uma auto-estrada urbana suja e sem qualquer espaço para peões.
Aliás, deve ser um dos espaços mais visíveis de Lisboa onde a 2.ª fila está institucionalizada, pois além das faixas laterais para estacionamento, é possível deixar um automóvel estacionado, durante dias, em 2.ª fila, mesmo em zona de paragem de transportes públicos, sem que exista qualquer fiscalização.
Uma Avenida com quatro faixas, vê o seu trânsito massivo de automóveis e diversas carreiras de autocarros, comprimido em apenas duas faixas de trânsito.
Por outro lado, o movimento massivo de peões tem de se contentar com um passeio de meio metro que, ainda assim, pode estar ocupado com estacionamento. Ao longo deste eixo e nas ruas laterais não existe uma qualquer zona de estadia ou arborizada (o mesmo se repete ao longo da Avenida Afonso III e laterais).
Ainda que os estabelecimentos comerciais da zona tenham vindo a descaracterizar-se fortemente (um efeito que se tem prolongado ao longo da Avenida Almirante Reis até à Alameda Afonso Henriques), a verdade é que a zona continua a ser um grande pólo de atracção, beneficiando da presença de uma estação de metro.
Constata-se que o projecto de renovação deste eixo sempre esteve inscrito no Orçamento Participativo mas nunca logrou obter o número de votos suficientes. Tal, contudo, não deverá ser impedimento de uma actuação da autarquia. Estamos em crer que uma intervenção no espaço público poderá melhorar significativamente a imagem da zona, tornando-a um pouco mais atractiva.
A eliminação de estacionamento selvagem, libertaria espaço para os peões e possibilitaria a plantação de árvores que, devido ao tamanho da rua, não necessitariam de ser de grande porte. Ou, em alternativa, a eliminação de estacionamento selvagem permitirá a construção de uma faixa central arborizada que, mesmo que tivesse a mesma dimensão daquela que existe na Av. Almirante Reis, já seria um grande melhoramento (vide imagens em anexo).
A arborização das ruas laterais e transversais permitiria eliminar o estacionamento selvagem e melhorar a qualidade de vida dos residentes.
Em segundo, a criação de faixas bus ao longo da avenida, com a adequada fiscalização, permitiria eliminar o estacionamento em segunda fila já institucionalizado, melhorando a fluidez do transporte individual e colectivo.
Olhando para outros exemplos, como a Av. Columbano Bordalo Pinheiro, entendemos que um nível menor de investimento se poderá produzir uma alteração gigantesca da qualidade de vida e atractividade de uma zona esquecida de Lisboa.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Pedro Malheiros Fonseca, Jorge Lima, Nuno Caiado, Jorge Pinto, Beatriz Empis, Luís Marques da Silva, Fernando Jorge, Inês Barreiros, Miguel de Sepúlveda Velloso, João Mineiro, Carlos Leite de Sousa, Gonçalo Maggessi, Júlio Amorim, Virgílio Marques, José Filipe Toga Soares
Excelente ideia!
ResponderEliminarsem discordar do teor da proposta, que até aprovo, fiquei sem saber qual a razão das fotos antigas. a última das mesmas ajuda a perceber que estacionamento selvagem na faixa central já vem de há muito. na altura não havia era carros... as placas centrais também estavam em mau estado. portanto nada de novo.
ResponderEliminarA ideia parece-me muito boa, mas para começar pedia só aos Srs Agentes da 5ª esquadra P.S.P que quando vão comprar frango no churrasco, na Churrascaria Quionga deixando o carro de serviço em segunda fila... (o que acontece com inacreditável frequência!)... aproveitassem para multar os restantes carros em segunda fila!
ResponderEliminarcumps.
f.
A Morais Soares e toda a Penha de França sofrem horrores com a pouca clarividência que houve na altura da sua construção com a preponderância futura do automóvel na vida das pessoas. Da mesma forma nunca teve em conta a mobilidade de peões nos seus passeios, desde sempre estreitos. Uma faixa central arborizada é uma boa ideia, como na Columbano, mas em primeiro lugar é essencial uma fiscalização regular, contínua e persistente às segundas filas, um autêntico flagelo para a mobilidade neste local. E sim, concordo com vocês, o comércio está descaracterizado e os prédios muito envelhecidos. E apesar da grande oferta de pequeno comércio e da proximidade do Metro, morar aqui deve ser um autêntico caos.
ResponderEliminarDevo dizer que vários edifícios da Morais Soares têm tido obras de reabilitação nos últimos 5 anos (frente de rua dos números pares, no seu troço inicial, por exemplo). Acrescento outro pormenor que o rigor impõe: há uma parte do referido eixo que é arborizada (troço final da Morais Soares, entre a Paiva Couceiro e o Alto de São João, no passeio do lado do cemitério... pouco densas, mas lá estão umas árvores e bastante antigas!). De qualquer forma, é uma artéria como uma vida intensa, quase 24h por dia, como há poucas no centro de Lisboa. Merece que se concilie conforto dos peões e fluidez do trânsito, sem dúvida.
ResponderEliminarMuito simpática a resposta mas o projeto apresentado para a Praça do Chile só contempla mesmo a criação da rotunda e o alargamento dos passeios à volta. Não há nenhuma indicação de novas árvores ou de qualquer intervenção na Morais Soares.
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