Representante da
Ingesport fala em problemas com o empreiteiro, que teve de ser substituído. Os
trabalhos, cuja conclusão estava prevista para o Verão passado, representam um
investimento espanhol de cerca de nove milhões de euros em Lisboa.
Por Marisa Soares, Público de 15 Abril 2014-04-15
Encerrada em 2005, a piscina dos Olivais esteve város anos abandonada e sujeita a actos de vandalismo.
Foto de Helena Colaço Salazar
As obras de requalificação da piscina municipal dos Olivais, em
Lisboa, onde vai nascer um complexo desportivo com múltiplas valências, estão
mais uma vez atrasadas. A Ingesport, concessionária do espaço, estima que a
inauguração possa acontecer em Setembro ou Outubro, depois de sucessivos
adiamentos e de ter estado prevista já para este mês de Abril.
Segundo
o representante em Portugal da espanhola Ingesport, que vai gerir o espaço por
35 anos, foi necessário trocar de empreiteiro. “A construtora não cumpriu
prazos e outras questões que se levantavam em relação ao andamento da obra”,
diz José Luís Costa. Isto obrigou a contratar outra empresa – a UDRA, do grupo
espanhol SanJose. “A alteração já foi aprovada pela câmara”, garante. Mas as
obras ainda estão paradas.
O início dos trabalhos foi anunciado em Dezembro de 2012, com um
prazo de execução de 14 meses, mas tanto a empresa como a autarquia acreditavam
que estaria tudo pronto no Verão de 2013. Em Março desse ano, o então vereador
municipal do Desporto, Manuel Brito, dizia ao PÚBLICO que havia um problema no
fornecimento de energia ao local das obras, o que atrasou o andamento dos
trabalhos. O Inverno rigoroso também não ajudou.
Falhado o prazo, a empresa apontou nova data: Abril de 2014. Mas
ainda não é desta. “A inauguração deve acontecer, em princípio, em Setembro ou
Outubro, a tempo do início do novo ano lectivo”, prevê José Luís Costa. “É uma
obra complexa, não se pode deitar abaixo o que está lá, que é património
municipal, há que respeitar a traça arquitectónica e os baixos-relevos”,
argumenta.
A Junta de Freguesia dos Olivais diz estar a acompanhar o
processo em conjunto com a Câmara de Lisboa, proprietária do espaço.
"Esperamos que seja retomado o andamento da obra e que a mesma fique
concluída o mais brevemente possível", diz Duarte Carreira, vogal na
junta, que recusa comentar o prazo apontado pela empresa para a conclusão.
Segundo José Luís Costa, o projecto inicial, baseado no conceito
de “desporto para todos a preços acessíveis”, mantém-se. Com descontos
para residentes na zona e famílias, o complexo de 7400 metros quadrados terá
uma sala defitness,
seis estúdios para aulas de grupo, quatro piscinas e spa. Vai incluir ainda
três campos de padel, um campo exterior de futsal e estacionamento gratuito. A
empresa espera atrair 11 mil a 12 mil clientes e conta começar em Julho a
pré-venda de passes online.
A empreitada representa um investimento de cerca nove milhões de
euros totalmente a cargo do grupo Ingesport, que tem mais de uma dezena de
ginásios em Espanha. “O complexo dos Olivais vai gerar cerca de 50 postos de
trabalho fixos”, salienta José Luís Costa.
A piscina municipal dos Olivais foi encerrada em 2005. Quatro
anos depois, o concurso público para a requalificação desta e de outras duas
piscinas, situadas no Campo Grande e no Areeiro, ficou deserto. Em 2010, a
câmara lançou novo concurso internacional e a Ingesport venceu a concessão das
piscinas dos Olivais e do Campo Grande. No entanto, nos dois locais as obras
demoraram a arrancar, enquanto se acentuavam as marcas de abandono e
vandalismo.
O contrato de concessão para a piscina do Campo Grande, no valor
de sete milhões de euros, só foi assinado entre a empresa e o município em
Setembro de 2013. A conclusão das obras está também prevista para o Outono.
A empresa espanhola Sidecu ganhou a concessão da piscina do
Areeiro, também por 35 anos – período durante o qual os concessionários têm de
transferir 3% dos lucros anuais para a câmara. As obras de requalificação
começaram em Outubro e têm também conclusão prevista para Setembro.
Câmara estuda solução para a piscina da Penha de França
A piscina municipal da freguesia da Penha de França, encerrada no final de 2010 por causa de "anomalias estruturais", continua fechada e sem data para reabrir. A câmara aceitou entregar a gestão do espaço à Associação Estrelas de São João de Brito, mas o Tribunal de Contas recomendou alterações ao contrato inicial (aprovado em Julho de 2013), que obrigaram a uma renegociação.
A piscina municipal da freguesia da Penha de França, encerrada no final de 2010 por causa de "anomalias estruturais", continua fechada e sem data para reabrir. A câmara aceitou entregar a gestão do espaço à Associação Estrelas de São João de Brito, mas o Tribunal de Contas recomendou alterações ao contrato inicial (aprovado em Julho de 2013), que obrigaram a uma renegociação.
Em declarações ao blogue de informação local O Corvo, o vereador
municipal do desporto, Jorge Máximo, disse que terá “brevemente” um acordo
fechado com aquela instituição, o qual terá ainda de ser discutido e aprovado
pela Assembleia Municipal de Lisboa (AML). O gabinete de comunicação da câmara
respondeu ao PÚBLICO que o vereador apenas falará na reunião da AML nesta
terça-feira – onde será discutido um parecer da Comissão Permanente de Cultura,
Educação, Juventude e Desporto sobre este tema -, recusando falar à comunicação
social antes de o fazer perante os deputados.
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