O líder da bancada do PS admite que as negociações
com o Governo sobre a gestão da Carris e do metro podem não chegar "a bom
porto" devido à existência de "divisões no PSD".
Por Inês Boaventura, Público de 20 Maio 2014
A primeira sessão do debate temático sobre transportes realiza-se esta terça-feira.
Depois da Colina de Santana, a Assembleia Municipal de Lisboa dá
esta terça-feira início a um novo debate temático, desta vez sobre transportes.
Numa altura em que a Câmara de Lisboa está a negociar com o Governo a assunção
da gestão da Carris e do Metropolitano de Lisboa, a deputada Margarida Saavedra
defende que só haverá “honestidade intelectual” neste debate se António Costa
esclarecer quanto custará essa operação e como pretende financiá-la.
O
presidente do conselho executivo da Autoridade Metropolitana de Transportes de
Lisboa, Germano Martins, o presidente da Associação de Defesa do Consumidor
(Deco), Vasco Colaço, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos
Transportes, Sérgio Monte, o coordenador da Federação dos Sindicatos de
Transportes e Comunicações, José Manuel Oliveira, e o especialista em
transportes Carlos Carvalho são os oradores desta primeira sessão, que se
realiza às 18h. Às apresentações do painel seguir-se-á um período reservado às
intervenções do público.
Margarida Saavedra acredita que estes debates temáticos “estão a
marcar uma nova etapa em Lisboa”, na medida em que com eles “a Assembleia
Municipal está a trazer para a discussão pública assuntos que passavam ao lado
da maioria dos lisboetas”. No entender da segunda secretária deste órgão
autárquico, isso ocorreu com a Colina de Santana e irá agora acontecer com a
questão dos transportes.
A este respeito, a deputada municipal do PSD defende que,
“independentemente das vantagens e desvantagens em termos teóricos” que pode
ter a assunção pelo município da gestão da Carris e do metro, é preciso
clarificar algo que “tem sido omitido”: “quais são os custos que essa operação
terá para os lisboetas”.
Margarida Saavedra sublinha que as receitas da Empresa Pública
Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa ou um aumento de impostos
são as fontes de financiamento possíveis, e lança o repto a António Costa para
que diga a qual delas vai recorrer. Até para que, diz, os munícipes não sejam
confrontados no final do ano com uma notícia inesperada de aumento do Imposto
Municipal sobre Imóveis.
“O presidente disse que o equilíbrio financeiro do município não
vai ser posto em causa mas é importante que diga que o dos lisboetas também não
vai”, acrescenta a segunda secretária da Assembleia Municipal, concluindo que
sem esse elemento “é difícil para quem quer que seja ter uma posição” sobre a
passagem para a autarquia daquelas empresas de transportes públicos.
Também o líder da bancada do PS na Assembleia Municipal acredita
que este “é um tema muito relevante para a cidade de Lisboa” e lembra que o seu
partido preconiza “uma verdadeira descentralização de competências”, em que as
comunidades intermunicipais, as áreas metropolitanas e as autarquias assumam
“competências acrescidas em matéria de transportes”. Rui Paulo Figueiredo
considera ainda que este debate “será uma reflexão útil”, “seja para as
negociações que têm estado em curso, seja para o futuro, para um Governo
nacional liderado pelo PS”.
Questionado sobre o andamento dessas negociações, o deputado
municipal (e também na Assembleia da República) diz esperar que cheguem “a bom
porto”, mas admite que isso pode não acontecer. “Não tenho a certeza absoluta
como se vai desenrolar. Há divisões no PSD sobre esta matéria e temo que possam
influenciar a posição do Governo”, afirma Rui Paulo Figueiredo.
As sessões seguintes deste debate temático sobre transportes vão
realizar-se nos dias 27 de Maio, 3 e 24 de Junho, sempre às 18h.
Entretanto a carreira dos eléctricos 25E está desactivada há mais de mês e meio.
ResponderEliminarAtravés da EMEL e da Polícia Municipal, a CML podia (e devia!) começar por fazer uma coisa muito simples:
ResponderEliminarReprimir o estacionamento selvagem nas paragens da Carris.
A situação actual é a todos os títulos inaceitável, e os prejuízos para os utentes e para a empresa são assustadores (em termos de não-fluidez do tráfego, e não só dos veículos da Carris).