NOVO ATENTADO AMBIENTAL
NO PARQUE FLORESTAL DE MONSANTO
Assunto:
Realização da Semana Académica de Lisboa 2014 no Parque Florestal de Monsanto.
O conjunto
das entidades que constituem a Plataforma por Monsanto vê-se novamente
confrontado com a utilização abusiva do Parque Florestal de Monsanto, nomeadamente
dos terrenos contíguos ao Polo Universitário da Ajuda, para a realização da
Semana Académica de Lisboa de 12 a 17 de Maio de 2014. Já no ano passado, esta
Plataforma e outros defensores de Monsanto, denunciaram os prejuízos causados
ao Parque e seus valores naturais pela realização do evento neste local.
O
espaço onde novamente se prevê a realização da Semana Académica de Lisboa é uma
clareira integrada na rota da biodiversidade, criada pela autarquia, melhorada
por trabalho voluntário entretanto destruído com a realização do evento no ano
passado, e lugar privilegiado de nidificação de várias aves, nomeadamente da
perdiz-vermelha, uma espécie endémica apenas existente na península ibérica e
que nesta altura ali nidifica. A realização do evento perturba de forma
drástica a vida na zona e influencia negativamente as próximas gerações de
aves.
Em
sequencia dos enormes prejuízos causados no ano passado para a fauna e flora do
parque e para o trabalho voluntário ali efectuado perguntamos:
Foram
cumpridos os compromissos assumidos pelo Presidente da Associação Académica de
Lisboa para com a Câmara Municipal de Lisboa, como contrapartidas pela
utilização daquele espaço municipal e divulgados os resultados da aplicação de
medidas cautelares de implementação obrigatória por parte da organização do
evento?
-
Houve, como prometido, revolvimento da terra para reverter a sua compactação?
- Houve
,como prometido, replantação de cerca de 50 árvores com dois metros de altura,
de espécies adequadas ao espaço, correspondentes às destruídas durante o evento
e que tinham sido plantadas por voluntários com o apoio da própria CML?
-Houve
a implementação no local de equipamentos para que o recinto possa acolher
famílias e visitantes durante todo o ano ? Constatamos que nas imediações foi
criada uma área de pic-nic e outros melhoramentos. Foi isto feito com apoio das
associações académicas e como contrapartida aos graves danos causados?
-Realizou
a entidade responsável pelo evento, com apoio da CML, e fornecendo o material
necessário, uma sementeira e outras operações de requalificação conforme indicações
a fornecer pela DGMPFM ?
Face
à situação agora criada pela renovação do licenciamento do evento, vimos exigir
que o mesmo seja acompanhado de novas medidas de compensação, como a plantação
de árvores no local do evento e arruamentos envolventes, e medidas cautelares
de defesa do espaço natural. Estas medidas deverão ser seguidas por uma comissão
de acompanhamento com membros de diferentes partes interessadas no Parque Florestal
de Monsanto.
Julgamos
que só assim será possível minimizar as agressões a esta zona tão importante
para a manutenção frágil biodiversidade da cidade de Lisboa.
A
Plataforma por Monsanto enviou nesta data uma exposição ao Senhor Presidente da
CM de Lisboa apelando, uma vez mais, á revogação da autorização concedida pela
CML e exigir que de uma vez por todas o Parque Florestal de Monsanto seja alvo
da protecção que merece ter.
Lisboa 10 de Maio de 2014
Entidades
que fazem parte da Plataforma por Monsanto: Associação dos
Amigos
e utilizadores do PF de Monsanto; Associação Plantar um Árvore, Associação de
Moradores do Alto da Ajuda; AMBEX, QUERCUS;LPN; Grupo Ecológico de Cascais;
Clube de Actividades de Ar Livre; Fórum Cidadania Lx; Associação Lisboa Verde;
ASPEA; Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, GAIA, Clube Caminheiros de
Monsanto, Liga dos Amigos do Jardim Botânico
Novo não, atentado repetido.
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