Fomos alertados por um munícipe atento para esta anomalia típica da Lisboa dos anos 80 do séc. XX: os passeios da Rua Jacinta Marto, no sector em frente do Hospital de D. Estefânia, foram cortados de forma a criar mais 2 faixas de rodagem/estacionamento. As árvores, essas ficaram no meio da estrada, rodeadas de asfalto!
Moro numa rua igualmente desprovida de lugares de estacionamento, saio às 19.30 para trabalhar em Alfragide e volto de madrugada, onde sugerem que estacione quando chego?
ResponderEliminarCaro anónimo das 11:43,
ResponderEliminare esse problema pessoal deve ser de todos os outros cidadãos? Ter um carro, por mais necessário que seja, é uma responsabilidade e o ónus de se ter um carro deve ser equacionado no momento em que se toma a decisão de o ter. Não é assim com tudo. Mas o facto de ter o carro de repente torna legítimo pisar na lei e nos direitos dos seus co-cidadãos. Não percebe que deixar o carro em cima de uma passeio está a tornar a vida de quem não tem culpa de você ter um carro, um inferno perigoso por obrigar a caminhar na via de circulação dos automóveis, de pontos mortos onde não se vê se vêm carros ou não? E quem tem carrinhos de bebé ou cadeira de rodas, como circulam? Já se lembrou que quando põe o pé fora do carro torna-se um peão?
Seja cívico, escolha as prioridades na sua vida, seja amigo do seu próximo e do ambiente.
"Para os lisboetas e pelos lisboetas", diz no cabeçalho. Pois eu sou lisboeta, nascido,criado e residente, e o que vejo neste post e noutros posts é hostilidade para quem ainda cá mora e tenta ser feliz com isso. Sou apelidado de selvagem por chegar às 4 da manhã a casa e só ter lugar num raio de 1km em cima do passeio,estão à espera que concorde? Pois fiquem a saber que sou totalmente contra a perpetuação da desertificação da cidade, e tenho a certeza absoluta de que a mesma continua a perder gente pela simples questão de que a mobilidade da capital não é compatível com a vida económica moderna, com empresas e profissionais a saírem daqui todos os dias e a diabolização constante de quem ainda continua por cá. O meu único consolo é que, como na história do rapaz e do lobo, quanto mais imagens colocam aqui, mais são ignorados. O que é pena, porque esta auto-denominada "plataforma de cidadania" podia ser instrumental numa mudança de mentalidades. Bastava não ser utópico e extremista. Mas isso já eram sonhos a mais.
ResponderEliminarAnonimo das 6:02,
ResponderEliminara mobilidade da capital está exatamente comprometida por pessoas que pensam como você, que pensa que mobilidade é o uso contínuo, excessivo e sem regras dos carros. Mobilidade dos peões, diz-lhe alguma coisa! Aquela que é um pesadelo porque há carros em passadeiras e passeios, nas saídas de estacionamentos !!!! (Campo Pequeno) e em plena via de circulação (na Avenida de Roma, em frente ao McDonalds e ao defunto Cinema Londres, por vezes até duas faixas de rodagem), porque os passeis são estreitíssimos mas não falta lugares de estacionamento dos dois lados da rua, onde quando não há buracos há um caixote de lixo, uma coluna de iluminação, um poster de publicidade. Não lhe diz nada isto? Quando é que vai acabar a hipocrisia de pessoas como você que nada mais do que são do que egoistas, egocentricos que se estão a borrifar para os outros. Se defender os direitos de todos e não só daqueles que têm carros (porque todos somos peões, mesmo aqueles que têm carro como eu, a não ser que voe pela cidade) é extremismo, você não tem um problema, tem vários.
O verdadeiro facto passou em claro, as árvores continuam lá, felizmente.
ResponderEliminarIsso é que é de louvar ou queriam que as removessem para poderem depois vir criticar?
Tenho a certeza que muitos dos que aqui falam não moram na nossa Lisboa senão não diziam as barbaridades que dizem. Aqui os diabos são sempre os carros, a cml, a calçada portuguesa.
Soluções? banir os carros, acabar com a cml e com a maldita calçada, acabar com a diversão nocturna e com os santos populares e já agora meter a cidade dentro de uma cúpula, fechada numa cápsula do tempo e sem ninguém a morar lá, depois faziam-se uns safaris para ver os prédios raros e vazios e as ruas sem carros, e assim era Perfeita.
Estava sob a impressão de que tinha explicado a minha situação, tintin por tintin. É claríssimo que não tenho outra solução para a minha vida profissional senão utilizar o carro, mas a "selvagem" acrescentam "egoísta", "egocêntrico" e "hipócrita", sem se perder muito tempo a pensar no problema de fundo que é a total ausência de soluções para quem se desloca fora de horas ou trabalha num local que não tem transportes públicos dignos desse nome. Bravo, este "fórum" tem um debate de nível!
ResponderEliminarCaro anónimo das 10:21,
ResponderEliminareu também tive a impressão de ter feito várias perguntas que ainda não recebi resposta: porque razão o seu problema pessoal deve ser o de todos os peões que têm de circular pelos passeios, onde lhes compete? Eles têm de ser castigados pelo seu problema? Quando sai do seu carro no momento em que pisa o chão, torna-se um peão. Não quer ter canais seguros para ir de A a Z, ainda que esse Z seja já ali, a alguns metros porque temos de deixar o carro à porta de casa, não é? E por esta ordem de ideias (o meu problema é o problema de todos) o seu vizinho, o tal que vive com a pensão de miséria, passa fome e não tem recursos para comprar medicamentos, que tem, portanto, um problema grande, devia entrar-lhe em casa e levar o que precisa, ou mandar-lhe a conta da luz, porque afinal o problema dele é o seu, ou estou errado?
Caro JAC,
ResponderEliminarmas pensa que engana alguém com esse tipo de discurso? Pensa realmente que essa tática "à la político" já não foi usada antes de si por outros, mas com muito mais arte e engenho? Realmente pensa que ridicularizando o que se defende aqui, fazendo uma caricatura em nada aderente ao que se pede, quer e protesta por quem vive na cidade (como eu), e por quem pensa que a cidade pode ser mais amiga de todos, e por quem tem a experiência de outras cidades mais amigas do cidadão mais mais exigentes em deveres, vai demover de continuarmos a pensar por nós, e a exigir medidas? Tenha paciência e não perca o seu tempo, nem a face com este tipo de mensagens!
Como sugere que faça? Deixe o carro onde? Mude de casa? Não o use? Nenhuma das hipóteses é possível, nem para mim nem para os demais. Sim, sou também peão, e também tenho noção do conceito de "outras pessoas" mais do que imagina, mas ao passar a pé em bairros como a penha de frança, é para mim mais do que evidente a razão porque os passeios são tão estreitos e os lugares de estacionamento inexistentes. Mas quem sabe, o seu fito se cumpra e passe a ter uma cidade sosegadinha: sem gente, sem vida e sem dinheiro.
ResponderEliminarCaro Anónimo das 11:44,
ResponderEliminarAcho que se equivocou, 1º não uso politiquismos, 2º não trabalho em artes para ter a mesma e 3º eu pura e simplesmente constatei um facto.
Aqui só se critica e soluções?
Tirando aquela do costume que é quem tem carro, compre casa com garagem?
Na baixa de Lisboa, Onde? Então não tenham carro e andem só de transportes públicos, a sério?
Só fala assim quem não mora lá!
Caro anónimo das 1:47,
ResponderEliminarvolto-lhe a perguntar porque razão o seu problema tem de ser passado a outros e fazer dele o problema de todos. Nessa lógica eu tenho uma série de problemas logísticos de vida que gostaria de partilhar consigo e atirar para cima de si. Eu sugiro que procure fazer uma avença numa garagem, que faça iniciativas junto dos políticos locais para que construam estacionamento para moradores. Quanto à cidade ficar vazia e sem dinheiro, essa é a situação agora, criada pelos anos de laxismo e abuso dos automobilistas que aqui vêm para trabalhar e depois saiem da cidade. Quer continuar com essa fórmula e destruir o que resta desta cidade? Seja mais peão, também é o meu conselho, e depois perceberá o que quero alertar.
Caro JAC,
ResponderEliminarequívocos há muitos e pressinto que a sua presença aqui é um deles.
A técnica que usou, volto a escrever, é uma caricatura dos que critica de forma a ridicularizá-los. Já foi usada antes de si e com melhor arte. Mas não pense que isto foi um elogio.
Quando se compra uma casa devem equacionar-se todas as condicionantes da casa e da área. O que eu condeno veementemente é alguém comprar uma casa com determinadas caraterísticas para depois fazer interiores ultra-modernos com muito pseudo-minimalismo em edifícios de mais de 100 anos, e fazer das ruas e passeios locais de estacionamento quando sabiam que a zona era difícil quanto ao tema. Este tipo de egocentrismo é o padrão da nossa sociedade, habituada a não ser responsabilizada pelas suas acções, e um dia acorda e tem uma Troika a bater-lhe à porta. Seja um português novo, renovado, que não aceita as soluções simples e desculpas fáceis. Só assim teremos e terá um bom futuro.
Deixe-me contextualizá-lo melhor: há um ano trabalhava nas Olaias e ia a pé e voltava a pé todos os dias. Era peão, e com gosto. Hoje, por força das circunstâncias, a minha situação profissional mudou. Passei a trabalhar fora de horas e estou obrigado a usar o carro todos os dias, por mais que não goste. Não há outra solução viável para cumprir os meus compromissos senão utilizar a viatura própria. Não há parques nenhuns e muito menos dinheiro para avenças. Gosto da zona onde moro, e por cá gostaria de continuar, apesar de suja, pobre e maltratada. Ao contrário dos milhares que abandonam a cidade todos os anos e que resolvem o problema à sua maneira, ainda acredito que Lisboa precisa de pessoas lá dentro para sobreviver e que seria incapaz de morar num subúrbio. Diabolizar quem ainda acredita nisto é preferir o problema presente: Lisboa precisa urgentemente de gente nova que a faça viver. De outra forma, bem pode continuar a reclamar.
ResponderEliminarCaro Anónimo da 1:31,
ResponderEliminarTeria de ser muito pobre de espírito para estar aqui à espera de elogios seus.
Venho sim partilhar a minha opinião como todos, seja ela do vosso agrado ou não.
Agora alguém que diz que quem compra uma casa num prédio centenário não pode renovar e modernizar o seu apartamento a seu gosto, seja ele qual for, torna-se por demais ridículo e mais uma vez vem demonstrar aquilo que eu digo, quem fala assim não mora na baixa de Lisboa.
Essa ilusão de mundo perfeito não existe no mundo real, só em propagandas ""à la político"".
Caro JAC,
ResponderEliminarinsiste em demonstrar que afinal não é diferente dos comuns cidadãos. Se vive na Baixa e modernizou o seu imóvel com as tais cozinhas "désaine", tectos falsos com focos, casas de banho minimalistas num pseudo-design batido, visto, sem imaginação, sem cultura, então estamos conversados e passamos ao caso seguinte. Se não percebe que património obriga a intervir sem obliterar a história e as vivências, adaptando na medida em que o espaço permite, fazendo-o com muito bom senso, estamos impossibilitados de poder comunicar porque faltam-lhe algumas bases para sequer perceber ou vislumbrar o que se quer veicular.
Se acha que ver uma fachada "Belle Èpoque" ou outra de época e entrar para um caixote de gesso cartonado é moderno e de total direito do proprietário, "I rest my case"
Soluções para o senhor que trabalha em Alfragide e põe o carro em cima do passeio porque chega de madrugada:
ResponderEliminar- trocar o carro por uma moto;
- andar de transportes públicos (e exigi-los, caso não existam);
- arrendar uma garagem, ainda que não necessariamente à porta de casa;
- ir morar para Alfragide porque talvez os bairros centrais de Lisboa não possam ser para todos. Se querem carros, garagens, elevadores, apartamentos "modernos" e ainda querem trabalhar nos subúrbios, provavelmente é mesmo nos subúrbios que devem morar...
- "Trocar o carro por uma moto": pela frequência com que pintam paredes, incendeiam ecopontos e furtam carros na minha rua, provavelmente a única coisa que recuperava da minha mota ao fim de algumas noites na rua seria a marca dos pneus.
ResponderEliminar- "Andar de transportes públicos" - mesmo que existissem às horas a que saio, preciso de ter viatura própria para cumprir com as minhas obrigações profissionais. E reclamar mordomias como sendo transporte para a minha situação particular num país falido é a mesma coisa que procurar caviar na mercearia da esquina.
- "Arrendar uma garagem" - Não há garagens num raio de 1 quilómetro ou mais e muito menos dinheiro para as arrendar, a não ser que queira alimentar-me de pão com atum para o resto da vida.
- "Ir Morar em Alfragide". O ridículo de tal sugestão só me leva a acreditar ainda mais na tese da cúpula do JAC. E para quem despreza tanto o turismo, só ainda fortalece a vossa imagem como contradições ambulantes: se não querem turistas nem pessoas de idade activa que ainda queiram cá morar, quem fica? Vocês, do alto do pedestal, "oráculos para o vazio" sem contraditório? Extraordinário.
Anónimo das 6:24,
ResponderEliminarvolto a perguntar-lhe o que tem o seu vizinho a ver com o seu trabalho e com a sua vida que o leva ser castigado por você ter um carro? Responda frontalmente a esta pergunta!
E não seja patético. A sua resposta sobre a moto (cuja sugestão nem me passou pela cabeça)foi uma demonstração do ridículo, principalmente quando essas estão por toda a parte e até fazem o que querem, como ficarem em cima dos passeios à noite.
Uma coisa que ainda ninguém respondeu frontalmente foi se moravam como aqui os "parolos" no centro de Lisboa! Eu só numa situação de muito extremo é que estaciono incorrectamente, mas o mau estacionamento durante a noite não me parece que seja assim tão grave e que castigue tão severamente os vizinhos, que provavelmente fizeram o mesmo porque também não tinham opção.
ResponderEliminarCuriosamente nesta rua (Jacinta Marto) está todos os dias á noite uma bicicleta estacionada no passeio e ninguém critica.
Pura Hipocrisia.
Em relação ás alterações "minimalistas num pseudo-design batido, visto, sem imaginação, sem cultura" efectuadas por muitos comuns cidadãos, o gosto é de cada um, mas realmente não se deviam fazer qualquer tipo de alterações que obliterassem a história, a começar pelas sanitas, o buraco no chão é bem mais giro, mas... eu não passo de mais um comum cidadão, sem manias de grandeza e por isso mesmo não vale a pena.
O buraco no chão não deixa de ser uma sanita...turca.
ResponderEliminarExigir melhores transportes é o cumulo do ridiculo, rezem é para continuar a ter o que ainda há e que obviamente vai levar com mais cortes.
Aliás neste blog tudo é ridiculo, e responder aos estupidos que publicam posts é pura perca de tempo até porque quando se quer contrargumentar fica-se com o comentario censurado a dar ar que não se respondeu.
Caga para os otários e pára o carro onde der para parar. Infelizmente os politicos complicam-nos a vida e o comum cidadão tem que se desenrascar como pode, é a lei da sobrevivência da sociedade em que nos obrigam a viver.
Os ricos são levados ao colo, os pobres levam pontapés no cu.
"volto a perguntar-lhe o que tem o seu vizinho a ver com o seu trabalho e com a sua vida que o leva ser castigado por você ter um carro? Responda frontalmente a esta pergunta!" - têm eles tanto a ver quanto eu tenho a ver com alguém deitar lixo no chão, escarrar do outro lado da janela, mijar-me para a roda do carro e tantas outras coisas. Moramos num espaço em comum, as vidas dos outros afectam-me tal como a minha vida afecta a dos outros. Quem mora no local onde moro escolheu fazê-lo (por mais que o negue, escolheu) e tem de arcar com as consequências, tal e qual a minha pessoa.
ResponderEliminar" A sua resposta sobre a moto (cuja sugestão nem me passou pela cabeça) foi uma demonstração do ridículo" - a sugestão não foi sua, mas foi sugerida por alguém, e a minha resposta é a mesma: não acredito que possa ter uma mota na rua durante muito tempo sem que a mesma apareça vandalizada ou nem apareça de todo. Ainda outro dia, na zona da Sé, vi uma mota assente em duas pedras da qual restou o chassi. Não, obrigado.