16/07/2014

Francoforte de Ontem... Hoje.

No momento em que ainda estamos em rescaldo do desterrar da bandeira inaugural sobre a Ribeira das Naus que, como escrevi num comentário, foi uma oportunidade perdida para fazer bem, tomei conhecimento, oportunamente, de mais informação sobre o projecto Dom-Römer que a cidade de Francoforte, na Alemanha, já está a pôr em execução e que vai trazer à fruição dos seus cidadãos e de quem a visita, o bairro histórico a que chamam Altstadt, renovado, ou antes...devolvido.
A Alemanha foi um país que viu grandes áreas urbanas, com valor inestimável para o cultura, serem destruidas pela guerra e, em sequência, pela divisão do território e pela fundação da RDA, que primou pela negligência do património e dos mais elementares direitos humanos. Mas sempre me surpreende, nas várias vezes que durante o ano me encontro lá, como é que ainda têm tanto para mostrar. Claro que dirão: já havia muito antes! Sim, é verdade, mas mais explicativo é que os alemães preservam...
Houve quem chorasse por saber que o centro de Francoforte iria ser devolvido, tanto quanto possível (porque não se pode simplesmente desalojar toda a gente) àquilo que era há quase 70 anos, o que me levou a concluir que o que foi construído na Altstadt nunca se enraizou, nunca foi assumido, nunca foi aceite, e foi agora expurgado.
Demoliram a Câmara Municipal (!) e vão em frente, em devolver à cidade e ao país, mais uma razão para se orgulharem do que ainda têm, que é bem mais que uma equipa de "futebol maravilha".
Este monstro já não existe, somente na má memória de quem teve de conviver com ele.
A área intervencionada não é menor que a da Ribeira das Naus, bem pelo contrário: 35 edifícios vão surgir ou ser recuperados 


Assinatura de autor... alguém vê onde está?
Talvez um pouco de "Disneyzação"? Onde?
Não se vê aqui mas vão colocar condeeiros palito, tenho a certeza.
A interpretação moderna ao lado deste "histórico" não retira, nada ao seu vizinho
Ainda acham que está boa a Ribeira das Naus? Pois para mim é um exercício de amadorismo e ignorância atrevida, fruto de falta de cultura e de sentido de identidade nacional e histórica. O mais dramático é que ainda nos coloca na posição de ter de agradecer porque o que havia era pavoroso. Sim, era, mas esse é um repto para fazer bem.
Continuo sem perceber porque as musas divinas não afagam os nossos premiadíssimos arquitetos. Será que somos filhos de um deus menor?

6 comentários:

  1. Lindo!
    Não me lembro de intervenções semelhantes aqui em Lisboa.

    Alguém se recorda de algum projecto que visou a demolição de algum mamarracho (em zona histórica) para depois edificarem, no seu lugar, réplicas modernas dos edificios de traça antiga desse mesmo bairro?
    Eu não!

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  2. Mas essa mesma cidade também tem isto:

    http://www.thespaman.co.uk/wp-content/uploads/2013/11/Frankfurt_skyline.jpg

    Lisboa, nem uma coisa nem outra.

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  3. Com a engraçada agravante de a obra da Ribeira das Naus ter estado orçada em 10 milhões de euros (vidé jornal Público de 24/11/2010) e ter custado, segundo o que foi noticiado e será decerto ultrapassado, quase o dobro: 20 milhões de euros (veja-se http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=752694&tm=8&layout=122&visual=61)

    Ou seja, para gastar o que não é dele, o Costa ainda é mais eficiente que o Santana Lopes...

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  4. Como é apologia dos intervenientes deste forum se tal fosse feito em Lisboa seria criticado porque os edifícios que iriam ser destruídos eram históricos e como tal nunca poderiam vir abaixo.

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  5. JAC,
    onde, em todo o artigo, leu que os edifícios demolidos são históricos? A sua intervenção demonstra uma extrema falácia e má-fé para com este espaço e o que se aqui se defende, que o beneficiaria a si também, não tenha dúvidas, a não ser que seja político ou empreendedor imobiliário...

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  6. Jac:

    Juízo nessa cabeça!

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