17/09/2014

RUA DA SOCIEDADE FARMACÊUTICA, 54


Exmo. Vereador do Urbanismo
Arq. Manuel Salgado,

Vimos informar de mais um lamentável exemplo de destruição do património azulejar da cidade, desta vez no Bairro Camões.

Recentemente obras de "reabilitação" da fachada do imóvel sito na Rua da Sociedade Farmacêutica, 54 (datado de 1914).

Mas para nossa surpresa, verificámos in loco que o dono de obra destruiu os 3 vasos de cerâmica da Fábrica Viúva Lamego que rematavam a platibanda desde 1914. De facto estas peças de cerâmica foram por nós fotografadas já no meio do entulho, no passeio, à porta do edifício (ver imagens em anexo).

No meio do entulho também se encontravam vestígios dos azulejos que faziam parte de um friso decorativo Arte Nova que existia abaixo da platibanda.

Esta não é a primeira vez que o alertamos para a destruição voluntária de património azulejar por parte de proprietários:

- Rua Andrade 17 a 29 (duas fachadas de azulejo demolidas em 2013)
- Av. Cinco de Outubro / Av. Visconde Valmor (painel publicitário destruído em 2013)
- Rua Pascoal de Melo, 130-132 (azulejos de fachada "pintados por cima" em 2008)
- Rua Cidade da Horta, 39-42 (azulejos da fachada retirados durante obras em 2009)
- Rua das Portas de Santo Antão / Calçada do Lavra (fachada de azulejo original destruída e substituída por cópias)
- Rua Almeida e Sousa, 5 e 7 torneja Rua Luís Derouet (duas fachadas de azulejo demolidas em 2012)
Não podemos pois deixar de manifestar a nossa preocupação por se continuar a assistir a este tipo de vandalismo cultural.

Também nos preocupa constatar que algumas das destruições de azulejos acima referidas (a negrito) foram legais porque as demolições de fachadas receberam aprovação do Pelouro do Urbanismo, «por despacho do Vereador Manuel Salgado» conforme se podia ler nos locais das obras.

Porque continuam tantos cidadãos a destruir este bem cultural tão importante de Lisboa?

Com os melhores cumprimentos,

Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge e Júlio Amorim


CC: PCML, AML, PISAL, DGPC, Museu Nacional do Azulejo, Projecto SOS Azulejo

5 comentários:

  1. E quem fica com os entulhos? Não é a CML?

    ResponderEliminar

  2. Por favor guardae as fotos.

    para a HISTÓRIA DO VANDALISMO EM PORTUGAL

    ResponderEliminar
  3. Boa tarde, na qualidade de proprietário do prédio em causa só posso lamentar e repudiar a leviana acusação que é feita no seu blog.
    Os vasos a que V.Exa se refere encontravam-se profundamente degradados e em risco de queda ameaçando a segurança de que circula na via pública.
    Foram retirados para evitar a sua queda e estão neste momento guardados.
    Os azulejos encontravam-se de tal forma degradados e em risco de queda que não restou outra alternativa que não a de os retirar.
    A denúncia feita e publicidade que V.Exa lhe entendeu conferir ofendem a honra e o bom nome dos proprietários pelo que dede já nos reservamos o direito de agir criminal e judicialmente contra os autores desse blogue.
    Manuel Prates

    ResponderEliminar
  4. E, Sr. Manuel Prates, tenciona reparar os vasos e os azulejos para os recolocar?

    ResponderEliminar
  5. Se os azulejos estavam em risco de queda (o que na conservação e restauro significa grandes vantagens pois são extremamente fáceis de remover) quantos é que foram poupados para recolocar ??

    Azulejos degradados numa fachada desta época ao ponto de terem que ir para o lixo, são em condições normais, uma (muito) pequena percentagem.

    ResponderEliminar