Por agora, é uma área tomada quase por completo pelo automóvel. Mas o cenário deverá mudar a médio prazo, promete a Câmara Municipal de Lisboa (CML). A área compreendida entre as praças Duque de Saldanha e Picoas deverá ser submetida a uma grande reformulação, tendente a favorecer uma maior fruição do espaço público, a qual passará pela criação de maiores área de circulação para peões e bicicletas, bem como pelo aumento da cobertura arbórea. O actual cenário é muito mau, reconhecem os técnicos da autarquia.
A ideia foi avançada, ao início da noite desta quinta-feira (4 de Dezembro), durante a sessão de participação pública destinada a recolher sugestões para a intervenção a realizar nas zonas do Saldanha e Picoas, no âmbito do Programa Uma Praça em Cada Bairro, realizada no Mercado 31 de Janeiro. O programa, que prevê a construção, até 2017, de três dezenas de “pontos de encontro da comunidade local”, de novos locais de “microcentralidade” espalhados pela cidade, está na fase de auscultação da população relativa à primeira dezena de intervenções. Com base nas sugestões, será feita uma apresentação do que se prevê fazer nesses locais, no final de Janeiro de 2015. [...] Para tentar resolver isso, a câmara “já tem várias ideias para implementar na zona”, disse Pedro Dinis, arquitecto da CML que coordena o projecto Uma Praça em Cada Bairro. “Pretendemos levar a cabo a arborização da Fontes Pereira de Melo, tanto nas laterais, como através da reposição de um separador central. Além disso, gostaríamos de poder alargar os passeios e, mantendo o espaço destinado à circulação dos transportes públicos, criar uma ciclovia”, explicou o técnico da autarquia, que relembrou ser este “um dos eixos centrais da cidade”. Daí a necessidade de construir um canal dedicado para as bicicletas.
Já sobre a Praça Duque de Saldanha, Pedro Dinis reconheceu a complexidade da intervenção a realizar, por ser uma área de grande circulação automóvel. Na verdade, essa é actual grande função da praça, o que a torna num local muito pouco aprazível para os peões. “São várias as soluções possíveis. Temos uma equipa a tratar de as estudar, fazendo simulações do impacto localizado a nível do tráfego”, explicou o arquitecto, adiantando que a solução a adoptar terá sempre em conta a necessidade de aumentar a área de circulação pedonal e as zonas de atravessamento.
Idênticas medidas deverão ser aplicadas um pouco mais abaixo, na zona de Picoas, em toda aquela área compreendida entre o Fórum Picoas, o Saldanha Residence, o Hotel Sheraton e o Centro Comercial Imaviz. Uma área muito confusa e que conhecerá uma mudança radical, caso se concretize o projecto de construção da torre de 17 andares conhecida como Torres da Cidade ou FPM14. Se a obra avançar mesmo, isso obrigará a uma operação de requalificação do espaço público em redor do empreendimento. Prevista está também a eliminação de um dos sentidos de circulação automóvel na Rua Viriato e a sua conversão em área pedonal.
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"áreas confusas" em Lisboa são mais que muitas.
ResponderEliminarE se nem há capacidade para tapar os buracos dos passeios e faixas de rodagem, de manter ao menos o centro histórico livre de grafitos, de recolher o lixo a tempo e horas, de disciplinar o estacionamento, etc, etc, estas maravilhas volta e meia anunciadas (e será que para as concretizar serão precisas taxas?) dão-me sempre vontade de os mandar dar banho ao cão.
Vamos a ver...
ResponderEliminarRecordo que as tais laterais da Fontes Pereira de Melo, nem sequer contínuas são. Na zona do Sheraton existe um pedaço sem passeio há décadas. É ver os peões a caminhar no alcatrão todos os dias.
Já nem nos espantamos.