In O Observador (13.12.2014)
Por Sara Otto Coelho
«O Teatro das Compras, que há seis anos leva encenações às lojas tradicionais no âmbito das Festas de Lisboa, regressou excecionalmente este sábado à drogaria S. Pereira Leão, na Baixa lisboeta. O objetivo é o de impedir que as portas da drogaria centenária se fechem a 31 de janeiro para ali nascer um hotel. [...] Fora da encenação, as três funcionárias e os três sócios aguardam por uma solução que teima em não chegar. Há seis meses, os sócios receberam uma carta que dava conta do novo projeto do proprietário do edifício: ceder o prédio a um novo hotel. Ali já só funciona a drogaria, uma vez que o prédio necessita de obras urgentes. Mas só deverão chegar depois desta fechar as portas, para que o hotel se possa ali instalar. Depois das obras, é certo que a renda irá subir. [...] A primeira dificuldade chegou há um ano, com “uma atualização de renda de 300 para 800 euros”, feito pelo senhorio juntamente com um contrato de cinco anos. “Só que cerca de meio ano depois disse-nos que tínhamos de sair a 31 de janeiro de 2015 porque ia fazer aqui um hotel”, disse. De acordo com Fernanda Silva, a sócia gerente anda a tentar negociar, através de advogados. “Para nos dar mais tempo, pelo menos para vender as coisas”, disse. Quando lhes foi dado o prazo, os sócios quiseram ver se a decisão era reversível. Agora o prazo está a aproximar-se e, mesmo com promoções, as pessoas “com a crise que está só levam o que precisam”. [...] Contactado pelo Observador, o proprietário disse não querer falar, uma vez que o assunto está a ser conduzido pelos advogados. Questionado sobre a possibilidade de a drogaria poder continuar no mesmo local, o proprietário do edifício disse apenas nunca ter chegado “a pensar nisso”, acrescentando que os sócios não tentaram continuar ali.
Petição para “uma cidade das pessoas”
O Teatro das Compras lançou uma petição online “contra o encerramento da S.Drogaria Pereira & Leão, ou a sua transformação num pastiche vintage“. A defesa da Drogaria é um símbolo de um objetivo maior: evitar que Lisboa se torne uma cidade “desumanizada, onde a história e a vida das pessoas vale tão pouco face ao lucro do turismo massificado e da especulação imobiliária”. Admitem que a petição pode não conseguir mais do que divulgação, mas acreditam que o poder público – especialmente a Câmara Municipal de Lisboa – terá de tomar uma atitude se os protestos se fizerem ouvir.[...]»
andaram dezenas de anos a explorar os senhorios com rendas miseráveis e agora é que se lamentam... boa sorte com os advogados, que certamente irão cobrar bastante mais do que a rendas.
ResponderEliminara loja não tinha nada de especial. fui lá algumas vezes como poderia ter ido a outra loja e não havia nada na loja que fosse diferente.