Prof. José Alberto Azeredo Lopes
Serve o presente para alertarmos Vossa Excelência, Senhor Ministro, para o estado de abandono e incúria a que está votado o Paço Real de Caxias, edifício histórico, que data do século XVIII, é propriedade do Ministério da Defesa e está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1953.
Infelizmente, apesar da sua comprovada valia histórica e da riqueza patrimonial que ainda mantém, sobretudo nos interiores (tectos pintados, azulejaria, etc.), que contrastam com a sobriedade de linhas do seu exterior, o Paço Real de Caxias tem sido vítima do que se pode classificar de fúria especulativa, a que nem o facto de ter sido colocado em alienação pelo Ministério da Defesa há poucos anos conseguiu impedir, antes exponenciou, encontrando-se neste momento ao sabor da ocasião e acessível a todo e qualquer tipo de acto de vandalismo ou roubo, apresentando muitos azulejos já roubados, outros severamente estropiados, no interior e na fachada, as pinturas dos tectos e das paredes estropiadas, madeiras arrancadas, etc.
Nesse sentido, solicitamos esclarecimento da Vossa Excelência, sobre quais os procedimentos urgentes que o Ministério da Defesa pode encetar de modo a, numa primeira fase, colocar-se um ponto final ao saque e destruição, e, num segundo tempo, lançar um programa de restauro e utilização apropriada do edifício.
Chamamos a atenção de Vossa Excelência, Senhor Ministro, para o facto deste edifício ser indissociável dos jardins que lhe estão anexos, os quais têm sido alvo de um programa de recuperação, ainda que lento, por parte da Câmara Municipal de Oeiras, por via de protocolo celebrado oportunamente com o Estado. Infelizmente, o mesmo não ocorreu com o Paço.
Juntamos fotos elucidativas do estado de coisas, retiradas do Facebook e relativas, designadamente, à azulejaria e aos tectos da sala grande, acompanhadas por foto de 1905, com a divisão modestamente mobilada e com as pinturas em perfeito estado de conservação. O mesmo em relação ao quarto da imperatriz, onde apenas já sobram as portas, as pinturas junto ao soalho e os espelhos de mercúrio (originais), que correm sérios riscos.
Com os melhores cumprimentos,
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Virgílio Marques, Luís Marques da Silva, Júlio Amorim, António Araújo, Alexandre Marques da Cruz, Maria do Rosário Reiche, Inês Beleza Barreiros, Maria João Pinto, Fernando Jorge, Jorge Pinto, José Arnaud, Fátima Castanheira, Pedro Fonseca, Jorge Santos Silva, Nuno Castro Paiva, Ana Celeste Glória, Miguel de Sepúlveda Velloso e Martim Galamba
CC. Media
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