03/01/2016

Sofia Oliveira Dias, a presidente da junta a rodas


A Penha de França é das freguesias que pior trata o peão (apesar da grande quantidade de idosos) e o espaço público em geral em favor do automóvel. Basta pensar na Paiva Couceiro com o seu crónico empilhar de automóveis estacionados, na Rua Penha de França e os seus mini-passeios ocupados por automóveis, na Morais Soares onde os peões se acotovelam constantemente, para não pensarmos sequer nos arruamentos e praças mais pequenos.
Seria de esperar que a nova presidente da JF Sofia Oliveira Dias quisesse mudar algo; e quer, mas retrocedendo aos paradigmas das décadas de de 60-80.

Numa entrevista ao Expresso do Oriente há um mês, foi bem clara. Quando interrogada sobre o espaço público, a primeira coisa que lhe veio à cabeça foi
«um dos problemas principais da Freguesia é a falta de estacionamento. De alguma forma pretendemos minorar isso através de pequenas intervenções de reperfilamento de passeios e nos arruamentos


Há uma semana tivemos uma nova notícia. O morro entre a Penha de França e a Almirante Reis vai sofrer alterações para criar 99 lugares de estacionamento, em conjunto com a JF de Arroios. Sim, claro, acrescenta-se um jardim para doirar a coisa, mas são aproximadamente 2500m2 que poderiam ser jardim e serão estacionamento. Sofia Oliveira Dias é clara na sua visão sobre o dilema:
«pesando os interesses em presença, penso que é uma boa solução. Se referendássemos o projecto, as pessoas da freguesia, se calhar, até preferiam o parque de estacionamento às árvores». 
A obra avançará aparentemente com dinheiros públicos. Para já foram pagas indemnizações para a desocupação do terreno.

4 comentários:

  1. Em detrimento do automóvel; querem dizer em favor do automóvel

    ResponderEliminar
  2. Eheh, obrigado José!
    Já foi corrigido.

    ResponderEliminar
  3. Sendo um conhecedor do bairro em questão só quero levantar uma questão;
    Não querem os carros nas ruas,sem dúvida que é uma zona caótica, mas conseguem ajudar a Presidente da Junta a arranjar uma solução?
    O problema está também nas pessoas que adoram levar os seus carros até às suas portas só porque não os podem pôr junto aos seus andares. Sendo criado um jardim (grande ou pequeno) e uma zona de estacionamento acho que agradamos a quase todos,acho que não faz sentido criar mais 1 jardim com 2500m2 para daqui a alguns anos estar como está o existente.

    ResponderEliminar
  4. Caro Pedro,
    sim o problema começa com a obsessão em levar o carro para casa.

    Eu detesto frases começadas com "só em Portugal", mas infelizmente vai ter de ser. Só em Portugal (e fiquei com a ideia que na Roménia também) é que se considera ser uma obrigação exclusiva das autoridades locais arranjar local para os automóveis serem estacionados. O habitual é a responsabilidade ser maioritariamente do seu dono.
    Dois exemplos concretos; em Tóquio, uma pessoa só pode registar um automóvel mostrando que tem local onde o estacionar; em Amesterdão cada bairro tem X licenças de estacionamento para os residentes, e quando se chega a esse limite (o que é a norma) entra-se numa lista de espera até um vizinho desresgistar o seu automóvel. o que pode demorar mais de um ano.

    Respondendo à sua pergunta, o que a JF deveria fazer era insistir com a PM para acabar com o estacionamento ilegal. A JF já faz a sua parte a disponibilizar um enorme (relativamente a outros locais de Lisboa) espaço para estacionamento à superfície. O resto cabe às pessoas resolver, comprando avenças de estacionamento por exemplo.

    ResponderEliminar