24/05/2016

Praça de Espanha vai ter parque urbano e menos espaço para o automóvel


In Público Online (25.5.2016)
Por INÊS BOAVENTURA

«A Câmara de Lisboa discute esta quarta-feira o futuro do espaço. Está prevista uma “alteração substancial” do sistema viário e o surgimento de um edifício, com uma altura máxima de 145 metros, no sítio do antigo mercado

A criação de “um parque urbano de escala citadina” é uma das apostas da Câmara de Lisboa para a Praça de Espanha, área cujo futuro vai ser discutido esta quarta-feira. A proposta do município prevê que no espaço do antigo mercado nasça um edifício com uma altura máxima de 145 metros e que no lado oposto da Avenida dos Combatentes surjam várias construções, incluindo uma esquadra da PSP e um lar e centro de dia. A delimitação da chamada Unidade de Execução da Praça de Espanha e os seus Termos de Referência vão ser apreciados na reunião camarária desta quarta-feira.

Na proposta, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, sublinha que aquilo que se pretende é “adoptar uma solução integradora que consiga materializar a conciliação entre a requalificação do espaço público, a circulação viária e ainda a concretização imediata dos direitos de edificabilidade anteriormente assumidos com a Lusitânia e o Montepio” para o terreno onde estão actualmente localizados o restaurante La Gôndola e uma esquadra da PSP. Hoje, diz-se nos Termos de Referência desta Unidade de Execução, a Praça de Espanha “apresenta-se como uma estrutura urbana desarticulada e desconexa”, marcada por uma “desumanização” do espaço central e por uma “valoração e priorização do uso automóvel”. “A Praça de Espanha há muito que reclama uma solução integradora que consiga materializar a conciliação entre o espaço público e a circulação viária”, acrescenta-se no documento, no qual se elencam os objectivos a alcançar. A “afirmação de uma nova polaridade urbana”, a “reformulação da rede viária através da libertação e descongestionamento do espaço público a favor do peão” e a “criação de um amplo parque urbano, seguro e confortável” são alguns deles.

No documento, ao qual o PÚBLICO teve acesso, explicita-se que a zona de intervenção em causa tem uma área de 10,45 hectares, divididos pelas freguesias das Avenidas Novas, Campolide e São Domingos de Benfica. Para “espaços verdes e de utilização colectiva” está prevista a afectação de “aproximadamente 35.200 m2 de terreno, o que corresponde a uma área muito superior à que resulta da aplicação do parâmetro de dimensionamento fixado no PDM [Plano Director Municipal].

Sobre o já mencionado parque urbano, diz-se que haverá uma “amplicação da área central” da Praça de Espanha com vista à sua criação e que o projecto paisagístico a concretizar “será objecto de concurso público”. A intenção da câmara é que o novo parque seja “devidamente integrado na cidade” e tenha “expressão relevante para a fixação de actividades de recreio e lazer”, apresentando-se “estruturado por percursos pedonais de continuidade com a malha urbana envolvente e bem servido de transportes públicos”. Outra das operações previstas para esta Unidade de Execução é a criação de “um parque de estacionamento público sob a Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, na proximidade do Instituto Português de Oncologia”. Em relação à circulação automóvel, prevê-se uma “alteração substancial da estrutura do sistema de circulação existente” e que se considera ser hoje “excessivamente ocupado por vias”. A este nível, as modificações propostas são estas: prolongar a Av. Columbano Bordalo Pinheiro, promovendo a ligação à Av. Santos Dumont, ligar a Av. Dos Combatentes à Av. António Augusto de Aguiar (no sentido noroeste-sudeste), ligar a Av. De Berna à Av. Calouste Gulbenkian (no sentido nascente-poente) e suprimir o atravessamento da Praça de Espanha através da Av. dos Combatentes. Quanto às operações urbanísticas previstas para as diferentes parcelas desta Unidade de Execução, o município detalha que no terreno em que antes funciona um mercado (desactivado em Setembro de 2015) “prevê-se a realização de uma obra de construção nova”. A altura máxima desse “novo edifício”, diz-se, “não deverá ultrapassar a cota máxima de 145 m [metros]”. Quanto à parcela do outro lado da Av. dos Combatentes, que tal como a anterior é propriedade municipal, aquilo que se propõe é “um modelo compacto de ocupação do território com a localização de funções urbanas de maior centralidade”. [...]»

3 comentários:

  1. Os jornalistas só escrevem porcaria. Logo no início falam em um edifício com altura máxima de 145m, dando a impressão que ali irá nascer um prédio enorme, para no final do texto referirem cota máxima de 145m, ou seja em relação ao nível do mar. São duas coisas bem diferentes.

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  2. Espero que,finalmente, façam uma coisa decente na Praça de Espanha! É um crime aquela praça estar como está e como esteve nos últimos 40 anos! Quanto ao Arco de São Bento, preferia que nunca tivesse saído do seu lugar original, mas terem-no recuperado já foi muito bom!

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  3. Para os iluminados do costume, nunca vão fazer nada de verdadeiramente decente na Praça de Espanha e em lado nenhum. O vício de dizer mal e de tirar fotos a canteiros é demasiado grande.

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