22/09/2016

Ordem dos Arquitectos critica ausência de concurso no projecto do Palácio da Ajuda


In PÚBLICO (22/09/2016)

«A Secção Sul desta associação profissional contesta a adjudicação directa do projecto de arquitectura no edifício classificado como monumento nacional.

O conselho directivo regional do sul da Ordem dos Arquitectos criticou esta quinta-feira em comunicado o processo de escolha do novo projecto para o Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, lamentado que "não tenha sido objecto de concurso público de concepção”.

Lembra que a obra, apresentado na segunda-feira com a presença do primeiro-ministro, terá um valor de 15 milhões de euros e é "uma intervenção num património tão relevante na cidade”.

A secção do sul da Ordem dos Arquitectos valoriza “o interesse do Ministério da Cultura, da Câmara Municipal de Lisboa e da Associação de Turismo de Lisboa em resolver um assunto há tanto tempo pendente, como é o remate da fachada e a valorização das áreas poente e norte do Palácio da Ajuda”, mas lembra que se trata de um edifício classificado e “um dos mais simbólicos e relevantes conjuntos edificados da cidade de Lisboa”.

A Ordem dos Arquitectos do sul diz ainda que não está “em causa a qualidade do projecto desenvolvido pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e o mérito profissional do arquitecto João Carlos dos Santos”, mas “repudia” as afirmações do ministro da Cultura e do Presidente da Câmara de Lisboa feitas ao jornal Expresso e a “desvalorização da ‘necessidade de um concurso de ideias mais amplo ou de um debate sobre esta escolha’”.

O comunicado acrescenta que “a arquitectura de qualidade é expressão de boa despesa pública”, que a Ordem dos Arquitectos “sempre tem recomendado o concurso público de concepção como o procedimento mais adequado para adjudicação, por entidades públicas, de projectos no domínio da arquitectura e do desenho urbano, em especial em operações significativas e simbólicas, como é o caso”. O concurso para o remate deste edifício que é monumento nacional, lembram, “permite a apreciação de cenários alternativos para a obra, elaborados a partir de um programa objectivo, e avaliados por um júri independente e qualificado”. [...]»

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