Dr. António Costa
CC. PCML, MC, DGPC, ATL, LNEC e media
No seguimento do que se observa desde a Calçada da Ajuda, e considerando a total falta de informação ao público acerca do que se passa com as escavações e as demolições em curso no Palácio Nacional da Ajuda, com vista à obra do chamado “remate do Palácio”, apelamos a Vossa Excelência, Senhor Primeiro-Ministro, que solicite ao Ministério da Cultura uma avaliação, urgente, por parte do Laboratório de Engenharia Civil à segurança estrutural do Palácio.
Com efeito, tem sido evidente que as últimas intervenções técnicas com vista a estancar os imprevistos sequentes às demolições efectuadas, não asseguram essa estabilidade de facto e que pode estar em causa a segurança estrutural da ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, por eventuais assentamentos ou até deslizamentos das respectivas fundações.
Não se questionando as opções técnicas dos responsáveis pela fiscalização e acompanhamento do projecto, estranha-se que durante a obra se tenha procedido ao desmonte sem processos de entivação e contenção. E que após a conclusão ou suspensão da mesma se tenha constatado o desprendimento de alvenarias, inclinação de vigas e pilares e o recurso a guincho de desmonte em regime que aparenta de emergência de algumas construções.
Não se compreende ainda qual a justificação para se proceder ao revestimento apressado de perfis expostos e fundações, temendo nós que esta reacção tenha sido despoletada por assentamento de elementos, lavagem ou alteração de solos de fundação e até deslizamentos do grande buraco aberto; sequentes a rupturas de canos, chuvas e alagamentos acentuados pela inexistência de uma drenagem eficaz.
Receamos, Senhor Primeiro-Ministro, por alguma ocorrência grave no curto-prazo, com efeitos irreversíveis no Palácio Nacional da Ajuda, o que a verificar-se seria crime de lesa-património pelo próprio Estado.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Silva Grade, António Araújo, Pedro Henrique Aparício, Luís Mascarenhas Gaivão, Rui Martins, Jorge Pinto, Beatriz Empis, Maria Maia, Fátima Castanheira, Júlio Amorim, Filipe Lopes
Sugiro, como meio de travar este atentado, que comuniquem a notícia a um canal de televisão. O escândalo do que aconteceu no Convento de Tomar e, mais recentemente, no Panteão Nacional, parecem ter forçado o MP e Ministério da Cultura a actuar, coisa que não teriam feito se não houvesse escândalo.
ResponderEliminarAcho que noticiarem isto será uma boa maneira de chamar a atenção e de aumentar a pressão pública sobre as entidades competentes.
Eu já disse e repito; se é para fazer alguma coisa no Palácio da Ajuda, é para o concluir segundo o projecto original, em estilo neoclássico!
ResponderEliminarJá agora, gostaria de saber mais coisas sobre a igreja que existiu junto ao palácio e da qual só restou a torre sineira. Se alguém tiver gravuras dessa igreja, gostaria que as publicasse!
ResponderEliminarComo é possível que os nossos Media ignorem este escândalo ?
Os média servem para quando existe mediatismo, devassa da vida privada, interesses de um grupo ou outro...
ResponderEliminarBasta ver o que é um telejornal em Portugal; até para anúncio de novelas servem.