Arq. Manuel Salgado
CC. PCML, AML, JF Stº António e Media
Serve o presente para apresentarmos o nosso protesto pela destruição pré-anunciada de dois edifícios de finais de setecentos, inícios de oitocentos, reestruturados em meados do século XIX (com azulejos da fábrica viúva Lamego), de propriedade dos Inválidos do Comércio e presumivelmente arrendados (uma vez que não cremos que edifícios doados possam ser vendidos…) a uma firma de nome Pertinente Talento (?).
Os edifícios em questão localizam-se na Rua de Santo António da Glória, nºs 42 a 48, são em alvenaria, e representativos da arquitectura portuguesa, tendo alojado durante muitos anos (tal como outros prédios vizinhos) quadros de funcionários da CP aquando da inauguração da estação do Rossio.
A sua demolição está iminente, e no seu lugar serão construídos dois edifícios anónimos, com o inevitável aumento e alinhamento de cérceas, conforme informação disponível online: http://www.egorealestate.com/newsletter/?tk=w84tGYzNGLCC1cOmHx1wIYTuadkLVuwYmpcB6EXcqv0obTdmbgZPCQ%3d%3d
Este é mais um caso de uma longa lista que, a nosso ver, contribui, para a destruição de uma Lisboa antiga e heterogénea, até há poucos anos apanágio da zona envolvente à Avenida da Liberdade, mas que se vai tornando cada vez mais "liofilizada", estandardizada, desinteressante e sem alma, em prol de uma falsa mas pretensa sofisticação, já caduca em muitos dos projectos apresentados oportunamente como "reabilitantes".
Melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Henrique Almeida Chaves, Miguel Jorge, Júlio Amorim, Virgílio Marques, Luís Serpa, Alexandre Marques da Cruz, Rui Martins, Helena Espvall, Ana Alves de Sousa, Pedro Ribeiro, João B. Teixeira, Jorge Lima, João Oliveira Leonardo, Eurico de Barros, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Janarra, Fernando Silva Grade
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Exma. Senhora Provedora de Justiça
Profª Doutora Maria Lúcia Amaral
Serve o presente para apresentarmos queixa junto de V. Exa. pela aparente autorização dos serviços da CML à demolição de dois edifícios de finais de setecentos, inícios de oitocentos, reestruturados em meados do século XIX (com azulejos da fábrica viúva Lamego), sitos na Rua de Santo António da Glória, nºs 42 a 48, freguesia de Santo António, em Lisboa.
As acções de despejo dos inquilinos estão prestes a consumar-se.
A demolição dos edifícios está iminente.
No seu lugar serão construídos dois edifícios anónimos, com o inevitável aumento e alinhamento de cérceas, conforme informação disponível online: http://www.egorealestate.com/newsletter/?tk=w84tGYzNGLCC1cOmHx1wIYTuadkLVuwYmpcB6EXcqv0obTdmbgZPCQ%3d%3d.
Para lá das questões do foro administrativo-urbanístico que nos levam a apresentar a presente queixa e pedido a V.Exa. no sentido da Provedoria de Justiça ajudar a esclarecer eventuais más práticas ou incorrecções de diverso âmbito;
Temos as maiores dúvidas da legalidade da operação de venda(?)/arrendamento(?) à firma Pertinente Talento, levada a cabo pelo anterior proprietário, a associação Inválidos do Comércio, uma vez que os referidos imóveis haviam sido objecto de doação.
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Henrique Almeida Chaves, Luís Serpa, Jorge Lima, Helena Espvall, Júlio Amorim, Inês Beleza Barreiros, António Araújo, Beatriz Empis, Fernando Silva Grade, Miguel Lopes, Jozhe Fonseca, Miguel de Sepúlveda Velloso, Nuno Caiado, Maria do Rosário Reiche
ResponderEliminarMuito Bem !
Que edifícios fabulosos, pequenos mas humanizantes, de linhas equilibradas, ainda com o característico telhado tradicional e caixilhos de guilhotina.
A Grande arquitectura tradicional portuguesa!
Desprezada, odiada, destruída!
Estes edifícios deviam ser classificados urgentemente!
Cada vez mais, temos de ir ao Brasil para ver e apreciar a nossa arquitectura (sem alterações nos telhados e acrescentos espúrios) lá salvaguardada e classificada !
ResponderEliminarLamentável. Um obscurantismo feroz está a varrer Lisboa, a nossa querida Lisboa.
Ainda hoje se podia ler no Público....Medina a reconhecer o erro que foi desmantelar a rede de eléctricos da cidade. Pois é, evitar erros é uma grande virtude....e daqui a uns 20-30 anos alguém vai lamentar a destruição do edificado histórico de Lisboa.
ResponderEliminarEdifícios muito bonitos. Tudo para fazer mais dois blocos manhosos de potenciais AL.
ResponderEliminarA política de urbanismo à uma década em prática em Lisboa é um modelo ofensivo e que está esgotado.
ResponderEliminarHá uma década!? Nos anos 80 ruiam 25 prédios por ano em Lisboa.
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