Em 1731, D. João V publicou o alvará pelo qual se ordenava o início dos trabalhos de construção do Aqueduto das Águas Livres que ia buscar a água à quinta das águas livres em Belas e a transportava até Lisboa. Obra magnífica, que demorou 102 anos. Foi preciso esperar por 1748 para que as primeiras águas chegassem à cidade e por 1834 para que o Aqueduto estivesse terminado, tendo desempenhado as suas funções de fornecimento de água a Lisboa, até que teve o seu fim funcional em 1964.
Os fontanários em pedra ou em ferro, são o último tipo de chafarizes instalados pela Câmara Municipal de Lisboa, a maioria já no séc. XX. À medida que o tempo foi passando os chafarizes foram-se tornando cada vez menos essenciais à cidade, reduzindo-se a sua necessidade a bairros de camadas sociais mais baixas.
Durante a década de 90, virtualmente todos os moradores em Lisboa passaram a ter água potável corrente em casa., por consequência, a essencial e original função do chafariz, como meio de acesso à água potável na cidade, desaparece. Este equipamento passará a ter uma existência ligada, sobretudo, ao consumo ocasional no espaço público, ou unicamente como elemento constituinte da memória e ornamento da cidade, sendo quase sempre encontrados sem abastecimento de água.
Cabe a todos e a cada um de nós, zelarmos para que as memórias da nossa cidade não se percam. A riqueza de um povo não se mede só pelo crescimento económico, mas também e muito principalmente pela capacidade de manter e valorizar o seu património. Assim, vimos solicitar às entidades responsáveis pela cultura e aos cidadãos para que participem no levantamento de todos os chafarizes ainda hoje existentes na nossa cidade e solicitem à Câmara Municipal de Lisboa, a sua limpeza e recuperação, bem como a recolocação dos que entretanto foram retirados, no seu local de origem.
João Pinto Soares
Vão fazer algum post acerca do lodão classificado da praça da alegria que caiu na última 2ª feira?
ResponderEliminarOs Pedros estão atentos, o Baby Costa e o Cegonho.
ResponderEliminarEstamos na nova era. A era de avançar rapidamente e em força.
Descaracterizar e destruir património, vestígios de marcos de identidade de como estivemos e crescemos de há cem anos.
Lisboa precisa das directivas que entrarão em vigor nos próximos anos e que serão um travão a desmandos que assistimos no território.
Contudo não vamos ter dinheiro para recuperar centenas de património valioso que se encontra em ruínas.
Soluções?
Só com o aumento da CIDADANIA.
Aqueles em ruínas, só com outros autarcas que percebam do que falamos e que não vão atrás do facilitismo e da ignorância das massas. Porque essas querem pão para a boca e também bens de consumo superficial.
Autarcas que tenham um entendimento diferente do que é uma Nação e do que é uma Língua e que procurem coesão com aqueles que querem um Mundo mais democrático e sustentável.
Dividir o Mundo em três partes, também não pode ser a solução.
Vêm aí eleições.
Há sempre uns melhores que os outros e uns menos corruptos que os outros e uns mais coerentes que outros.
Não é fácil.
Mas a Natureza está a avisar-nos.
E não é com ditaduras que vamos lá.
Lá, ter um Mundo com menos assimetrias.
A vergonha está aí.
Não podemos ser como a cegonha, porque só às vezes esta se comporta assim.
A cabeça entre as orelhas...
Este ataque massivo ao património não pretende outra coisa senão apagar a nossa memória colectiva! Quando não houver história para defender e for tudo banal os nossos poderão governar a seu belo prazer sem ter que lidar com incómodas oposições cívicas!
ResponderEliminarDevemos lutar por um aumento da democracia, um controlo de proximidade aos autarcas e lutar contra o sistema de financiamento das câmaras que só incentiva corrupção e licenciamentos desenfreados!