Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
13/03/2020
A ignorância e as mentiras do Sr. Reitor....
"Reitor da Universidade de Lisboa diz que destruição da placa da Casa Ventura Terra foi “um acidente” António Cruz Serra diz que placa estava a ser removida do prédio classificado para servir de molde para a reprodução de réplicas."
pode ler o resto aqui
................................................
António Cruz Serra, admitiu que a sua destruição foi um “acidente”.
- Este "acidente" não acontecia a profissionais competentes na conservação e restauro !
"a universidade solicitou a retirada da placa para que fossem reproduzidos mais dois exemplares, que seriam entregues à Universidade do Porto e à futura residência de estudantes Ventura Terra."
- Retirar a placa para reproduzir réplicas ? o Sr. Reitor não percebe mesmo absolutamente nada do que está a falar, ou entrou no campo minado da mentira ? Fazer um molde com a placa colocada na parede, seria tarefa fácil. ...e neste caso, obrigatória.
“Nós levámos uma grua para tirar a placa. Quando a placa estava quase no chão, deixaram-na cair."
- Mas então levaram a grua para que efeito ? não era para meter a placa lá dentro até esta chegar a salvo ao chão ?
“a placa consegue-se reconstituir”
Pois consegue....mas as mazelas, as lacunas e fissuras preenchidas com o que seja, ficarão sempre visíveis. Para mais posso informá-lo que na conservação e restauro de pedra, nada mais difícil existe do que disfarçar algo em pedra lisa e branca como é o caso aqui. Uma placa original de estética brilhante.... nunca será comparável a uma dúzia de cacos colados e emendados.
“A original vai ser recuperada, talvez pelos nossos alunos de belas-artes”
- Alunos de belas artes ? o Sr. Reitor por acaso sabe que existe uma escola de conservação e restauro em Lisboa há quase 30 anos ? o Sr. Reitor insiste mesmo no desempenho de funções por incompetentes ?
Para mais gostaria de informa-lo Sr. Reitor que, em 35 anos de experiencia profissional no campo da conservação e restauro, nunca me deparei com um caso de vandalismo "profissional" como o que aconteceu na Alexandre Herculano. Os responsáveis que assumam responsabilidades.
Também não é verdade que tenha levado qualquer grua. O trabalho foi efectuado com a montagem de um andaime de pintor (muito mal amanhado e com apoios de base irregulares), sendo feito por dois trabalhadores que, pela descrição, nem sequer seriam de nenhuma empresa especializada.
ResponderEliminarNão é preciso ser um entendido em moldagem ou protótipos para saber que o molde de uma réplica é possível através de calcagem no local, sem deslocar a placa, ou mesmo por fotografias através de impressão 3D.
A placa faz parte do edifício classificado e, assim sendo, não poderia nunca ter sido removida sem parecer da DGPC.
No passado dia 12 enviei um comentário a manifestar veemente protesto pelo crime de lesa-património da destruição da memória do Arquitecto Ventura Terra, cuja vontade expressa em testamento estava bem testemunhada na placa afixada na sua casa. Com que autoridade um Reitor da Universidade de Lisboa vende em leilão aquele edifício? Por deficiência minha, seguramente, esse meu comentário não chegou ao destino.
ResponderEliminarAo ler agora a argumentação esfarrapada da referida destruição confesso que fico boquiaberto! O Senhor Reitor trata os demais cidadãos como seres inferiores que se atrevem a criticar e a pôr em causa a sua "douta" decisão. E só um certo mau gosto permite que faça ironia com a reconstrução a partir dos cacos...
A CML também não se manifesta tal como os demais departamentos do Estado responsáveis pelo Património classificado.
Como bem diz um comentador anterior, estamos perante um "vandalismo profissional" inqualificável.
Será de ficarmos à espera de outras destruições do mesmo calibre, ao sabor de decisões pessoais de quem faz o que quer e lhe apetece, desde que renda umas receitas para fazer outras obras a seu gosto.
José Honorato Ferreira