GONÇALO RIBEIRO TELLES (1922-2020)
Foi o grande defensor da ligação que deve existir entre a cidade e o campo.
Engenheiro Agrónomo, participou em 1945, juntamente com outros intelectuais e políticos, na fundação do Centro Nacional de Cultura, ponto de encontro de debate de ideias e valores da cultura e do património portugueses.
A arquitectura paisagista e a luta política são indissociáveis na vida de Gonçalo Ribeiro Telles, sendo que muitas das suas principais batalhas decorrem desses dois planos de atuação.
Em Outubro de 1975, é nomeado Secretário de Estado do Ambiente, tendo sido notável a sua acção na política ambiental em Portugal. Foi pioneiro na defesa e conservação dos valores ambientais, na promoção da prática do ordenamento do território, do desenvolvimento sustentável e da humanização das cidades.
De 1981 a 1983, desempenha o cargo de Ministro de Estado e da Qualidade de Vida no 8.º Governo Constitucional. Neste cargo deixou, entre outros legados, uma legislação decisiva: a criação das Áreas Protegidas, Reserva Agrícola Nacional e Reserva Ecológica Nacional. Foram ainda lançadas as bases do ordenamento do espaço a nível local (Planos Directores Municipais), dando o primeiro passo para a futura integração no ordenamento regional, que surgiu em 1983 com a criação dos Planos Regionais de Ordenamento do Território, tendo participado igualmente na elaboração da Lei de Bases do Ambiente.
Enquanto vereador da Câmara Municipal de Lisboa, fica a dever-se-lhe em 2007, a integração no Plano Director de Lisboa do Plano Verde, pela qual Ribeiro Telles se batia há mais de dez anos..
São ainda da autoria de Ribeiro Telles, entre outros projectos, o Corredor Verde de Monsanto e a integração da zona ribeirinha oriental e ocidental, na Estrutura Verde Principal de Lisboa; os projectos do Vale de Alcântara e da Radial de Benfica, do Vale de Chelas, e do Parque Periférico, destacando-se ainda o Ordenamento Paisagístico da Capela de São Jerónimo, das Avenidas D. Rodrigo da Cunha e D. João XXI, o Parque Amália Rodrigues, do Cabeço das Rolas na Expo 98 e sobretudo o Parque da Fundação Calouste Gulbenkian, elaborado em 1962, com António Viana Barreto (Prémio Valmor de 1975).
Com a morte do Arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, Lisboa ficou mais pobre, sendo inteiramente merecida a proposta da CML para atribuir o seu nome ao futuro Parque Urbano da Praça de Espanha.
Livros essenciais: "A Árvore em Portugal" - Francisco Caldeira Cabral, Gonçalo Ribeiro Telles; "Portugal, paisagens e espaços naturais" - Gonçalo Ribeiro Telles, Frenando Pessoa, Afonso Alves; "Um novo conceito de cidade : a paisagem global" - Gonçalo Ribeiro Telles.
Nota: parte deste texto é transcrita do artigo sobre Gonçalo Ribeiro Telles da autoria da Dr.ª Manuela Correia.
Pinto Soares
ResponderEliminarPedir à C.M.L. a colocação de uma Estátua em sítio visível deste Homem muito à frente de nós na sensibilidade e comunhão que ensinava que entre a urbe e a Natureza a Ecologia não podia ser esquecida na procura de alguma felicidade terrena.
ResponderEliminarEvocar Ribeiro Teles próximo da sua residência em Lisboa, deveria ser na Avenida da Liberdade.
Fica a proposta.
A Câmara de Lisboa não o deverá desterrar para geografias desconhecidas e pouco visitáveis.
Como chegar ao artigo da Dra. Manuela Correia?
ResponderEliminarOnde encontrar o seu curriculum ?
Obrigado.