30/11/2005

1º de Dezembro, aquilo que todos pensam e ninguém diz

A propósito deste excelente post (mais um) do "De Lisboa", aqui deixo os meus comentárioscá do burgo, com votos de excelente feriado:

"Seria engraçado, caro "De Lisboa", fazer-se um estudo de mercado com os seguintes pontos:

- Qual foi o resultado efectivo (sem demagogias) para Portugal sobre os 60 anos de domínio filipino?
- O que seria Portugal hoje caso tivesse continuado a ser domínio de Castela?
- Quantos dos conjurados o foram realmente por motivos de nobreza pátria?
- Porque razão os habitantes de Olivença não querem ouvir falar das tentativas dos "Amigos de Olivença" em "reaver" aquela vila para Portugal?
- Qual será a percentagem dos que falam orgulhosamente da Restauração da Independência em público, e pensam com os seus botões que foi o pior que podia ter acontecido a Portugal?
- Porque razão o comum dos cidadãos pensa que o 1º Dezembro é um nome de uma rua e não a data da Restauração da Independência?

Enfim, coisas que me afligem sempre que ouço falar no dia 1 de Dezembro
."

PF

3 comentários:

  1. Deixo aqui um dos meus desbafos amargos, que costumo guardar no meu pc:
    A DIFERENÇA ESTÁ ... NA LINHA DE FRONTEIRA ...

    Os “Amigos de Olivença” devem ser muito cómicos. Já terão perguntado aos naturais de Olivença se querem ser Portugueses ?

    Presumo que as respostas deveriam variar entre o “sim, sem dúvida” e o “sim, custe o que custar”... (!!!)

    Isto pressupondo que serão todos masoquistas. Creio, cada vez com mais evidências, que o ICEP deveria criar uma campanha para “vender” o país no estrangeiro tendo os masoquistas e os fanáticos-da-bola como públicos-alvo.

    Para o público-alvo sector bola, temos 10-estádios novos-10, além de muitos outros, e bola, muitíiiiissima bola sempre nas televisões, todos os dias e a todas as horas, e também nas rádios, nos jornais, nos fundos de investimento, etc., de modo que não corre o risco de falta de assunto e de prazer total.

    Para o público-alvo masoquista (trabalhadores por conta de outrem) somos “o” nicho de mercado perfeito. Está garantido o paraíso absoluto. Alguns exemplos:

    1. Facilidade em encontrar casa a preços acessíveis longe de transportes públicos, perto de bairros sociais, barracas, zonas de prostituição, zonas com poucos espaços verdes e em ruas sempre com lixo, sacos plástico, etc., pelo chão;

    2. Mesmo que os transportes públicos não fiquem muito longe de casa, estão garantidas as demoras e a falta de conforto (que pode incluir estar na paragem de início da carreira de autocarro - à chuva ou ao sol - e o autocarro estar parado mas com as portas fechadas e ninguém garantidamente as abrir);

    3. Se possuir viatura própria, beneficiará de um paraíso diário e, para que não diga que não o chateamos suficientemente, garantimos que o insultamos quase todos os dias nas televisões a chamar-lhe comodista e incivilizado porque não utiliza transportes públicos;

    4. Se tiver algum problema de saúde, não hesite – dirija-se, a qualquer hora e dia, ao centro de saúde – o da Buraca é dos melhores - ou, melhor ainda, ao hospital. Quando chegar, tem muito tempo para desfrutar, muita indiferença para vencer, pouca, má ou nenhuma informação para se distrair e muito tempo de espera, para seu prazer;

    5. Se ainda assim pretender maior deleite, dirija-se a qualquer serviço de atendimento público – sugerimos, por exemplo, a segurança social (a da Amadora é uma das melhores);

    6. Se, apesar de tudo, não se considerar satisfeito, ainda lhe lembramos todos os dias que está no país mais pobre e subdesenvolvido da Europa, no país onde se dedica menos atenção aos filhos, onde morre mais gente na estrada, onde há mais alcoolismo, mais sida, etc., enfim, onde há mais de tudo o que é pior e menos do que é melhor - para seu inteiro prazer ...;

    7. Se gosta de praia, saiba que temos praias com lixo, esgotos a correr para a areia das ditas e, com sorte, pode até ser bafejado com esterco de porco;

    8. Finalmente, se aprecia a impunidade e a informalidade (eufemismo cuja “tradução” pode ser amplamente “vivida” e apreciada localmente), então parta sem demora - há todo um país à sua espera!.

    Aviso útil: Nunca ultrapasse a fronteira ! Corre o sério risco de comprar gasolina mais barata, ter sinais de trânsito maiores ou sinalizações bem colocadas, passeios rebaixados para a cadeirinha de bebé ou outras e, caso necessite, ser bem e rapidamente atendido no centro de saúde (veja lá bem que nem precisa de tirar senhas nem pagar taxa moderadora e faz logo ali, análises e até radiografias!). Além de que, tendo o país vizinho mais analfabetos (!), não lhes dão o prazer de preencher, na qualidade de sujeito passivo, os saborosos formulários para a declaração de IRS – como não há sigilo bancário, basta entregar tudo ao seu Banco. Já viu o prazer que perde ? Depois não diga que ninguém o avisou...


    P.S. Como muito bem diz Maria Filomena Mónica - a propósito do criticismo de Eça sobre Portugal e os portugueses - SÓ SE CRITICA AQUILO QUE SE AMA !

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  2. É isso mesmo. Por isso passamos a vida a criticar Lisboa.

    Além do mais, Lisboa, apesar de não ser uma cidade monumental, tem uma topografia, uma luminosidade e uma série de contrastes que a tornam um das mais belas cidades da Europa. É pena, muita pena que não esteja permanentemente limpa, bem tratada e de boa saúde. É por isso que estamos aqui.

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  3. Vou ser um bocadinho mauzinho....acrescentando, que, Lisboa seria uma cidade "bestial"......sem lisboetas, porque afinal quem a maltrata.....os turistas?

    JA

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