28/11/2006

Museu de Arte Popular / S.O.S. a PR e AR (*)


(foto: DGEMN)


Ex.mo Senhor Presidente
Professor Doutor Cavaco Silva,
Ex.mo Sr.Presidente da Assembleia da República
Dr.Jaime Gama,

Vimos por este meio dar largas junto de Vossas Excelências. à nossa profunda tristeza pelo facto de estarmos a assistir a um processo nunca visto em Portugal: u m ministro do Governo da nação estar empenhado em demolir um museu. Um museu com 60 anos enquanto tal. Um museu que é de todos os portugueses. Um museu que não depende deste ou daquele tempo, desta ou daquela maioria.

Falamos da Excelentíssima Senhora Ministra da Cultura, e falamos do Museu de Arte Popular!!

Um museu que é o que resta da Exposição do Mundo Português, e, que é um equipamento cultural raríssimo. Por isso é protegido pelo IPPAR (!) desde 1991, tendo estado, inclusive, em obras durante os últimos anos, obras que custaram até à presente data, mais de 4,1 milhões de €, sinal de que este museu tem valor, para além da colecção que alberga.

E vale, já que este projecto do Arq. Reis Camelo "apresenta uma volumetria que evidencia a existência de vários corpos de forma rectangular e quadrangular que se interligam no interior através de corredores onde podem ser observadas obras de pintura e escultura, integradas na arquitectura, de Tomás de Melo, Kradolfer, Carlos Botelho e Eduardo Anahory, entre outros. O espaço museológico, onde se agrupam por regiões várias colecções de arte popular, é arquitectonicamente animado pela transparência de algumas das suas paredes, possibilitando a visão e o acesso ao meio envolvente ". (in DGEMN)

No seguimento das notícias avançadas na imprensa, foi posta a circular na Internet uma petição que conta já com mais de 1.100 assinaturas. Petição que a Senhora Ministra já conhece.

Não entendemos como se pretende destruir este equipamento, substituindo-o por um novo que albergue um "Museu do Mar da Língua Portuguesa"; cuja definição, objectivo e exequibilidade ignoramos, mas que nos parece ser mais apropriado a um espaço como o Pavilhão de Portugal, na Expo'98; pavilhão ao abandono e de destino incerto.

Vimos ter com Vossas Excelências, pois temos a certeza que partilharão das nossas preocupações e que tudo farão para garantir que as gerações futuras vão continuar a poder contar com o Museu de Arte Popular, de preferência reabilitado e acarinhado!

Subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Catarina Diaz, Bernardo Ferreira de Carvalho, João Gandum, Luís Pedro Correia e Fernando Jorge (Fórum Cidadania Lx) e Filipe Lopes (OPRURB)

(*) Texto semelhante foi enviado à Comissão Europeia (Presidente, Comissário da Cultura e Educação e Comissária da Cidadania) e Parlamento Europeu (Presidente)

2 comentários:

  1. Alguém me sabe explicar porque é que a arcaria (a poente), que constituía uma espécie de claustro, foi demolida, há anos, (creio que para abrir espaço para a construção da sede de uma associação que não chegou a ocupar o local) e substituída, parece que em permanência, por uma intervenção paisagística? Isto é: 1. porque não houve prurido em demolir? 2. Porque não se voltou a construir? A pergunta não é retórica nem polémica: estou mesmo a pedir informações. Obrigado.

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  2. Caro anónimo. Não fazemos ideia porque aconteceu isso. Se soubermos, avisaremos. PF

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