24/07/2007

LISBOA É...


...uma munícipe octagenária forçada a andar no meio da rua porque os passeios do seu bairro estão ocupados com viaturas automóveis.

A imagem retrata um problema quotidiano na Rua da Saudade, Freguesia de Santiago. Apesar de estar incluída na "zona de acesso condicionado da colina do Castelo", aqui o estacioamento ilegal reina sobre os direitos elementares dos peões. Mas não só os residentes sofrem. A Rua da Saudade é utilizada anualmente por milhares de turistas. É um dos percursos que liga a zona da Sé-Alfama ao bairro do Castelo. Lisboa, parece, não garante nem a segurança dos seus habitantes nem dos que nos visitam.

(foto enviada por uma munícipe que já fez vários apelos junto da CML e EMEL)

6 comentários:

  1. Como em Alfama, existe (algum) controlo de acesso à zona condicionada, mas não existe nenhuma fiscalização.
    Isto é: não sendo morador, entro com o meu carro e tenho 30 minutos para fazer uma carga ou descarga, por exemplo. Agora, como não há fiscalização, se me apetecer, deixo lá o carro estacionado uma semana inteira!
    Mas não há soluções fáceis. O número de lugares disponíveis nem chega para os próprios moradores. Muitos deles, em Alfama, estão revoltados com a EMEL, pois pensavam que íam ter estacionamento reservado à porta de casa. Pois...
    A única solução (que terá de ser gradualmente "vendida" aos moradores) é a pedonalização total das zonas condicionadas de Alfama e Castelo/Santiago.
    Pode ser que assim as pessoas fiquem com mais vontade de reivindicar melhores transportes públicos!

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  2. Exactamente. A solução é de facto a gradual pedonalização dos bairros históricos de Lisboa. Não faz sentido algum que, por exemplo, dentro do Bairro do Castelo estejam diáriamente estacionados cerca de 100 carros de moradores e comerciantes! Lisboa deve ser talvez a única cidade do país que ainda permite circulação e estacioanmento no seu Castelo. Alguém conhece outro caso em território nacional?

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  3. Anónimo1:06 p.m.

    Alguém conhece outro caso em território nacional?
    Sim, Óbidos.

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  4. Anónimo1:35 p.m.

    Esta é uma questão complexa. Como moro na Graça normalmente ia ao Castelo a pé. Mas com filhos bébés, respectivos carrinhos e adereços, tenho de optar por levar o carro o mais próximo possivel, que normalmente é a zona das Portas do Sol. Daí é ir com o carrinho pela estrada com empredrado irregular, pois não cabe no passeio, encosta acima até ao Castelo. Hão de experimentar...
    O resultado é que no passado fim de semana, eu e a minha familia deviamos ser dos poucos portugueses no Castelo. Um espaço magnifico para ir com as crianças, mas que transformaram num espaço para turistas.

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  5. Anónimo3:41 p.m.

    "(...)mas que transformaram num espaço para turistas"

    Pois... Os portugueses preferem os centros comerciais aos monumentos, preferem as montras à História. E os lisboetas não são excepção!

    vasco3148.cs@gmail.com

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  6. Anónimo5:25 p.m.

    que cena triste. revoltante. anos e anos de impunidade, anos e anos a fazer as pessoas acreditar que é possível todos possuirmos uma viatura automóvel (estacionada em frente à casa, evidentemente). o resultado encontra-se resumido nesta fotografia. somos uma sociedade doente.

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