08/10/2008

Sede da EDP no Aterro da Boavista vai ser "transparente" e "icónica"




In Público (8/10/2008)
Inês Boaventura

«Edifício foi projectado pelos arquitectos Manuel e Francisco Aires Mateus e Carrilho da Graça vai fazer o desenho urbano da zona


Manuel e Francisco Aires Mateus foram os vencedores do concurso de arquitectura promovido pela EDP para a sua nova sede. Para o terreno no Aterro da Boavista, em Lisboa, os arquitectos projectaram um edifício que se pretende "icónico, claramente reconhecível", "muito transparente", "criativo para trabalhar" e "eficiente energeticamente".
Do concurso saiu também vencedor o arquitecto Carrilho da Graça, a quem, segundo a EDP, "foi atribuído o desenvolvimento da Proposta de Desenho Urbano para a Zona Nascente do Aterro da Boavista, na perspectiva da sua integração em plano de pormenor". Aos arquitectos Aires Mateus "foi atribuído o Estudo Preliminar de Arquitectura para a propriedade da EDP, que se reparte por dois quarteirões, na perspectiva da localização a sul da nova sede".
Manuel Aires Mateus explicou ao PÚBLICO que a ideia foi projectar um edifício que respeitasse a existência no local de prédios estreitos perpendiculares ao rio e que preservasse a abertura de vistas em relação a esse elemento natural. O resultado, garante o arquitecto, é um edifício "que se articula com a cidade, enquadrando-
-a" nela e que "não a tapa".
Segundo Manuel Aires Mateus, o lado exterior da construção será formado por lâminas, criando "um efeito de luz e de sombra" e fazendo com que a percepção que se tem do edifício "varie imenso conforme o ângulo segundo o qual é visto". O piso térreo será "trespassável", por ser aberto à população e acessível através de vários pontos, e nos pisos superiores existirão "jardins intercalados no edifício", com o propósito de promover a sua "transparência" e de o tornar mais "criativo para trabalhar".
A eficiência energética da nova sede da EDP é um dos aspectos destacados por Manuel Aires Mateus, que projectou "um edifício muito transparente, mas com capacidade de controlar os excessos de incidências solares". Também a EDP sublinha que a obra "vai inovar pela eficiência e sustentabilidade" e antecipa "uma redução anual dos custos operacionais de mais de 50 por cento" por a nova sede ter quase metade da área da actual sede.»

TEXTO EDITADO

17 comentários:

  1. Anónimo11:02 a.m.

    ai que engra(i)xado: o ps critica o projecto da torre do foster mas aplaude a torre dos arq. do (seu) regime. onde pa´ram os escribas pré-frente ribeirinha? viva este país!

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  2. Anónimo11:03 a.m.

    leia-se pró em vez de pré, lógicamente.

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  3. Anónimo12:44 p.m.

    Aquecimento global, sustentabilidade não sabem o que é?
    Um edificio em vidro?
    Num país como o nosso?
    Grandes ignorantes?

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  4. Em simultâneo com o anúncio de vencedor, foi inaugurada uma exposição com todas as maquetas/projectos intitulada "Uma casa para a luz", que vai estar aberta ao público no Museu da Electricidade em Lisboa.

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  5. Anónimo3:03 p.m.

    Icónica não gosto, ainda se fosse icilíndrica...

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  6. Anónimo3:07 p.m.

    esses arquitectos podem saber fazer rectângulos, mas em matéria de concepção de espaços públicos confortáveis e funcionais são uns perfeitos incompetentes.

    basta olhar para a maqueta para se perceber que aquela praça entre os dois blocos vai ser permanentemente varrida por correntes de ar, lixo a voar.

    batida pela chuva no Inverno e pelo Sol no verão, vai ser insuportável permanecer nela.

    mais um contributo para a nossa cidade... que é como quem diz, mais um prego no caixão.

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  7. Anónimo9:40 p.m.

    Conheço uma praça entre dois blocos. Não é um rectângulo, mas um quadrado. Tem duzentos por duzentos metros e também está virada para o rio. É a praça mais bonita da minha cidade. Foi desenhada por dois arquitectos: Carlos Mardel e Eugénio dos Santos.

    "Há duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana... ainda que não tenha certeza acerca do universo" - Albert Einstein

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  8. Anónimo11:11 a.m.

    O anónimo madrugador das 3:07pm, têm toda a razão, a praça ficará aberta a norte (que edificio fará o enquadramento a norte, existe aí um edificio relevante? Não.)e aberta a sul, e uma vez que a largura é muito semelhante à altura dos edificios será um espaço publico sombrio, onde entra sol só quando está a pique, e quando ninguem esta na rua.
    Verificamos a incapacidade destes de sobreporem as suas ideias a uma pre-existencia (praias de prescadores, docas secas) que ditou aquele tipo de desenho urbano nesta zona da cidade.
    Perante esta "força" e peso da historia, os pâtegos fazem mais um caixote, "infinita estupidez".

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  9. Anónimo1:44 p.m.

    É gritante a mediocridade de quem não aceita opiniões diferentes.

    Uma proposta de espaço verde não é mediocre por causa do seu tamanho: por todas as cidades da europa se podem ver espaços verdes «de 10 metros de largura entre duas empenas».

    A mediocridade da intenção? Propor um projecto diferente do colega?

    «Não pode, sem a devida autorização, desenhar um projecto alternativo.»

    Não podemos omitir a nossa opinião, sob a forma de uma ideia alternativa de ocupação daquele espaço?!

    Precisamos de autorização?!

    Isto não é um desenho alternativo de um edifício mas sim uma ideia alternativa: criar um espaço público.

    «Bom senso»? Pois sim, também recomendo bom senso às sacro-virgens ofendidas.

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  10. Anónimo11:38 p.m.

    sempre a dizerem mal de tudo...

    Ainda não percebi se este blog é para chamar a atenção dos problemas de Lisboa, ou se é para dizer mal seja do que for. Nota-se isso claramente quando são apresentados novos edifícios para a cidade.

    Vocês tem consciência da magnitude dos projectos aprovados e em construção por essa Europa fora?

    É comum ler nos media críticas a este ou aquele projecto, seja a proposta para o largo do rato, a torre do Foster, o novo estoril sol do byrne, etc, etc.

    Mas NUNCA li nem NUNCA vi polémica sobre os patos-bravos que deram e dão cabo deste país, esses prédios horrososos dos cacéns, amadoras, almadas, e benficas, do mais foleiro que existe, cheios de marquises, sem a mínima estética, tudo amontoado a perder de vista. Esses não incomodam. São medíocres, e o verdadeiro português tem de ser medíocre.

    O Siza que vá lá para Roterdão fazer torres, que aqui em lisboa queremos é ruínas e fado, nada de modernices.

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  11. Anónimo2:48 p.m.

    A esta gente que aqui aparece a dizer bem ou mal recomendo que se documente. Que vão ver a exposição na Central Tejo. Depois de entenderem o projecto venham-me falar dos problemas das fachadas de vidro (cobertas com palas no projecto) ou a exposição solar da praça (que na realidade é um espaço coberto).
    Já agora, vejam também a exposição da Maria Callas. E apanhem sol, que o bronzeado do monitor não vos faz bem.

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  12. Anónimo10:43 p.m.

    Construir fachadas em vidro hoje em dia ja não quer dizer falta de eficiencia energética! Os que não sabem por favor informem-se... orientaçoes/exposiçoes solares, e vidros de ultima tecnologia com elevados coeficiente térmicos evitam este tipo de problema.. Tem de ser bem feito, e acredito q a edp o faça. Mais calor se perde por ma ventilaçao de um edificio. OU sabedoria popular tapar os ventiladores la de casa, entra muito vento por ali e depois e estranhao mas as paredes têm humidade..

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  13. carlos, fui la hoje e disseram me que so a partir de amanha, achei muito estranho! Ja está no museu da electricidade?

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  14. Anónimo3:49 p.m.

    Parece que se esqueceram todos do principal.
    O terreno é um aterro recente (séc. XIX/XX)zona de risco sismico elevado (embora tenham subvertido alguns mapas da CML), e zona de leito de cheia do próprio Rio Tejo...
    Fazer uma sede, ainda por cima com caves num terreno cujo nível freático está a menos de um metro de profundidade e que recebe águas de uma das Nascentes termais que serviam os Banhos de S. Paulo, é no mínimo muito estúpido e incompetente, ou então altamente rentável (verdadeira sustentabilidade) para o promotor/construtores, pois terá obras garantidas "eternamente", bem como energia gasta e máquinas de bombagem sempre vendidas.
    Quanto à encosta de Sta. Catarina que verá as suas águas subterrâneas a serem barradas pelas caves da pseudo-sede da EDP (a tal das energias renováveis e da sustentabilidade, etc.), bem como as suas vistas (Jardim Adamastor incluido) e o seu vento/arejamento a serem completamente diminuidos, é melhor começarem já a vender as casas.
    É preciso também não esquecer que os terrenos da EDP, foram cedidos pela CML para fim público (serviço de energia à cidade) e não podem, nem devem virar especulação imobiliária, mascarada numa pseudo-modernidade ridicula e desnecessária, que vai custar rios de dinheiro ao erário público, algumas vidas e muito desgosto pela perda da escala humana e arejamento da encosta perdida.
    Não é este tipo de cidade que os turistas procuram, não é esta a cidade que devemos querer.
    Acordem!!!

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  15. Acho curiosa a dualidade de critérios: a torre de Norman Foster é um atentado ao sistema de vistas, e este projecto da EDP é icónico.

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  16. Anónimo12:29 a.m.

    tantos peritos em arquitectura que temos por aqui...se fosse um prediozinho foleiro com marquises ninguem piava.

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  17. Anónimo6:23 p.m.

    Sobre o não se falar das aberracções de patos bravos, vale a pena ler o livro excelente do Arq. Luis Rodrigues - "Manual dos Crimes Urbanísticos", onde responde de certa maneira a esta situação... ou seja não se fala tanto das aberracções dos patos bravos, porque eles são isso mesmo, ou seja não estudaram para fazer "melhor" e a escala da sua intervenção apesar de por vezes ser uma verdadeira "mancha de óleo", é geralmente pequena, são edifícios que vão até aos 8 pisos geralmente, ou seja são estragos mais fáceis de corrigir do que ir contra estas aventesmas dos "star" arquitectos que acham que podem fazer tudo o que lhes apetece e se alguém não percebe isso é porque é parvo. Enfim, gentinha que se esqueceu de que a arquitectura deve servir e só depois ser arte...Quanto aos projectos alternativos e vidros tão bons como paredes, etc, verdadeira lavagem ao cérebro que certas pessoas andaram a fazer aos miúdos universitários e não só... A verdade é que o terreno, aquele terreno nunca deveria ter uma aberracção daquelas e com aquele peso construtivo. Por acaso ali ao lado, outra aberracção que é o parque de estacionamento junto aos Correios e Jardim da Praça D. Luis, mostrou o que aconteceu em 1755 com a liquefacção dos solos. Está ali tudo "inteirinho" engolido pelas terras de então. Tenhamos esperança pode ser que outro evento destes leve estes projectos novos ricos e criminosos. Haja esperança a Natureza está atenta. Só é pena é que depois ninguém é responsabilizado e virão outros que todos contentes voltam a fazer asneiras e ganhar com isso, veja-se o caso da Madeira e as construções feitas por Arquitectos em plenos leitos de cheias... Criminosos ou meramente incompetentes?

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