16/07/2009

Helena Roseta será número dois da lista do PS mas não da Câmara de Lisboa

In Público (16/7/2009)
Por Leonete Botelho

«Santana Lopes considera que acordo não traz nada de novo e marca o "regresso dos que nunca partiram"


O acordo está fechado: Helena Roseta é a número dois da lista do PS à Câmara de Lisboa, a seguir a António Costa, mas não vai ser vice-presidente - este será Manuel Salgado - nem, em caso algum, substituirá o presidente da autarquia. O acordo entre os socialistas e o movimento Cidadãos por Lisboa (CPL) passa ainda por quatro candidatos independentes na lista, dois em lugares elegíveis, Roseta e Fernando Nunes da Silva, e pelo segundo lugar à assembleia municipal, ainda não indicado.

Dez dias depois de uma sondagem que dava empate técnico às candidaturas do PS e da direita (a coligação PSD-CDS-PPM-MPT, encabeçada por Pedro Santana Lopes) e mais seis por cento para os CPL, o acordo agora anunciado pode fazer a diferença e garantir a vitória a António Costa. E, de facto, as negociações aceleraram nos últimos dias, com forte empenhamento de Manuel Alegre, que anteontem pré-anunciava o entendimento: "É uma solução possível e boa para o governo da cidade."
O acordo escrito acabou por ser fechado ontem de manhã e trata-se de uma espécie de coligação. Já que a lei não permite este tipo de entendimento pré-eleitoral entre partidos e movimentos de cidadãos, os candidatos dos CPL vão integrar a lista socialista, mantendo-se como independentes e sem que nenhum venha a ocupar o lugar de outro. As substituições serão feitas como se fosse uma coligação, por força política e não na sequência da lista.
Em especial no caso do presidente da câmara, pois fica escrito que, se houver substituição definitiva de Costa, Roseta assegurará que a substituição recaia sobre um candidato do PS. Uma cláusula a precaver a eventual renúncia do presidente para assumir outras funções, como de líder do PS? "O meu projecto de vida para os próximos quatro anos é Lisboa, Lisboa e só Lisboa", responde o autarca. Aquela norma, afirma, só existe porque "há viver e morrer, como dizia a minha avó".
Ontem, num hotel de Lisboa, Costa e Roseta anunciaram o acordo entre sorrisos e promessas. Explicaram que os lugares serão definidos de acordo com o método de Hondt baseado nos resultados das últimas eleições, tanto no executivo como na assembleia municipal. E que os independentes mantêm a sua autonomia, estando apenas comprometidos a viabilizar decisões fundamentais da autarquia, como o seu orçamento.
Nada de novo, diz Santana
António Costa e Helena Roseta justificaram o entendimento por questões de "governabilidade e governança", recusando a leitura que Santana Lopes tinha feito na véspera, aludindo ao medo de perder as eleições. "Não basta ganhar eleições, é preciso ter condições para governar", frisou Costa. Helena Roseta revelou que, antes de fazer o acordo, fez "diligências a nível pessoal" para tentar coligações à esquerda com PCP e BE, que recusaram por entender que "não havia condições".
Para o seu principal adversário, no entanto, a inclusão de Helena Roseta na lista de António Costa marca o "regresso dos que nunca partiram". "Esta semana não trouxe nada de novo para a cidade de Lisboa, apenas clarificou o que já se esperava, ou seja, que os vereadores Helena Roseta e Sá Fernandes aceitam agora oficialmente o ingresso nas listas do PS", afirmou à agência Lusa fonte oficial da candidatura de Santana Lopes.
Já para o cabeça de lista da CDU, Rúben de Carvalho, o acordo anunciado representa uma aproximação de Roseta com "o PS, o engenheiro Sócrates e António Costa", o que enfatiza o papel da CDU na corrida à autarquia. Luís Fazenda, o candidato do BE, esteve indisponível ontem para comentar o caso.
No texto do acordo ontem assinado pouco há sobre o programa eleitoral, para além da promessa de o elaborar "inspirado nos respectivos programas de 2007 e da experiência deste mandato". Refere-se apenas a afirmação da autonomia de Lisboa "perante decisões da administração central que ponham em causa" os interesses da cidade e a reforma da administração municipal.»


Eu diria que, face à conjuntura, se trata de um mal menor e de uma INEVITABILIDADE. Tudo o mais são fantasias.

21 comentários:

  1. Afirmar que "face à conjuntura, se trata de um mal menor" é pôr-se ao nivel de Costa quando afirmava perante as "correcções" de Bruno Soares, que o projecto estava "menos mau" ...INEVITABILIDADE ? !
    Temos um novo "ZÉ" a incubar ?

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  2. ah pois é

    quem viu este blog a destilar sobre o costa e sobre o zé.....

    e agora...

    pela boca morre o peixe

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  3. Bem, eu acho uma desvergonha.

    Diz que o principal artífice da coisa foi Alegre, que considera importantíssimas para a democracia as candidaturas independentes à AR, mas já acha que as candidaturas independentes às eleições para as autarquias se dissolvam nas candidaturas partidárias.

    E, ainda por cima, ele nem sequer vota em Lisboa, pelo que o conhecimento dos problemas que afectam a capital e da maneira de os tentar resolver não será certamente muito próximo.

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  4. Roseta e o Zé a trabalharem juntos? Vai haver dossiers pelo ar, portas a bater, e o mais que se verá.

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  5. Uma equipa suigeneris:
    Costa não se entende com Salgado; Costa não se entende com Roseta; Roseta não se entende com Salgado;
    Roseta não se entende com Sá Fernandes; Salgado não se entende com Sá Fernandes; Salgado não se entende com Nunes da Silva; Nunes da Silva não se entende com Sá Fernandes...
    Uma equipa sem nexo ninguém se enetende com ninguém, com vários problemas a montante Roseta não se entende com PS; Salgado entende-se com todos desde que existam contra partidas; Sá Fernandes desde que exista demagogia; Nunes da Silva é o único não não está lá para perder tempo.
    A ambição e vaidade desmedida de Salgado de ser vice; e ainda se o PS perde tal como diz Manuel Alegre quem fica como presidente? Pois Costa tenderá a sair! Uma verdadeira caldeirada que revela um total desespero.
    Infelizmente o meu partido parece mais uma manta de retalhos com um líder a prazo, a sua arrogância destruiu o partido.
    Eu, não vou votar em Costa a sua equipa é insustentável pois os interesses pessoais de cada um são
    contrário aos intereses da cidade.

    militante do PS

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  6. Arqta Helena Roseta mais arqt Manuel Salgado com arqt Ribeiro Telles a apoiar:
    Isto não são gatos a mais no mesmo saco?

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  7. a coisa é só mesmo para ganhar a CML. depois, podem separar-se

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  8. HELENA ROSETA: COLIGAÇÃO PARA AS AUTÁRQUICAS
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    Meus amigos, seguidores deste blog, parece que a arqta Helena Roseta resolveu entender-se com António Costa, numa coligação para a câmara municipal de Lisboa.
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    Esta situação, não me parece que vá alterar em muito, a relação de forças no panorama politíco da nossa capital.
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    Helena Roseta já mostrou que tem mais força politíca sózinha, que coligada. Ainda por cima com um partido desgastado, que tem seguido uma orientação politíca errada para a cidade de Lisboa e que tem merecido da parte da arquitecta, as mais variadas críticas e reparos.
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    A sua integração nas listas do PS e caso este ganhe, poderá quanto muito funcionar como um contra-peso na politica de ordenamento do território da CML, introduzindo medidas mais concentâneas com uma qualidade que tem faltado no urbanismo. Este, cujo pelouro está entregue a Manuel Salgado, tem-se resumido a permitir activamente, a destruição do património da cidade.
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    Mas por enquanto, o PS anda a apanhar e a colar os cacos das eleições passadas e isso é legitimo. Como também seria legitimo, que Pedro Santana Lopes aceitasse coligar-se com Carmona Rodrigues. Seria natural.
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    O que não é natural, é colar esses cacos de forma alietória e sem um critério correcto de montagem, ou seja, neste fussanga de tudo e todos juntar, em torno de uma mesma bandeira, convem não permitir que se ultrapassem os valores e as ideias até agora defendidas:
    Mesmo em política, há que saber ser honesto para com os eleitores.
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    Por isso Helena Roseta, que já alcançou um estatuto de figura publica, honesta e de cariz supra partidário, não deve aceitar tudo de bandeja, sob pena de se ver desacreditada num futuro próximo, arriscando-se a sair por uma porta bem pequena:
    A arquitecta não pode defraudar os lisboetas deixando caír as bandeiras que levou para as batalhas e com as quais, ajudou a ganhar Lisboa.
    Isso não pode, porque é o que esperamos de alguém com o carácter moral e cultural como o dela.

    No que respeita ao PS, o que ainda lhe falta nestas eleições que se aproximam, é a verdadeira coligação com a esquerda, á sua esquerda; com o BE e com a CDU. Sem esta união de facto e de fato, parece-me difícil a António Costa, retirar destes arranjos, mais do que uns votos, que de nada lhe servirão e, para Pedro Santana Lopes, isso é que é importante.
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    PS: interessa fazer ver a TODOS os senhores politícos que, mais do que as bandeiras e os bailaricos de bastidores, o que verdadeiramente nos interessa, são as politícas correctas para a nossa cidade.
    O resto são cantigas!!!

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  9. Ao primeiro anónimo, agradeço o aviso, desnecessário. Poupe-me.

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  10. O Fernando Nunes da Silva não foi o gajo que ganhou umas lecas do "partido dos carros"?

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  11. Esta equipa faz-me lembrar um mau cozido à portuguesa...feito na panela de pressão! No final não presta! Triste...
    É desta que vou votar no Dr. Lopes!

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  12. O Otelo é que tinha razão...Campo Pequeno com eles...acabava-se logo com os parasitas da sociedade...

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  13. Juntar muita gente diferente, com ambições distintas (opostas) só porque se dizem de esquerda não vai dar bom resultado.
    Tudo se encaminha para mais 4 anos de PSL.
    Ele bem dizia há dias na RTP, que a esquerda tinha medo ...
    Luís Alexandre

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  14. Segundo ontem percebi das declarações de Fernando Rosas, Roseta esteve para ser candidata pelo Bloco.

    Entre o Bloco e a actual CML há um mundo de diferenças, também disse ele.

    Roseta vai ser candidata na lista da actual CML.

    Faz sentido.

    Depois venham dizer para aí que o Santana Lopes é que é um trafulha e um sem credibilidade e assim.

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  15. Tentei....mas não consegui acompanhar esta blogonovela. E bem se lixe quem for para a CML... se Lisboa continuar suja, esburacada, mal planeada, caótica...enfim, assim como anda há umas boas décadas...

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  16. So falam merda!

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  17. Anónimo das 7:22 PM7:28 da tarde

    Menos eu.

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  18. há que ser consentâneo com toda a aleatoriedade do frenesim do clima político - mais aquecido que lá fora e bem expresso na enérgica gesticulação dos gatos de sete vidas!

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  19. Antes um gato com sete vidas, que vidas transplantadas, com orgãos vitais de outros, com sistemas exteriores para manterem vivos.
    Deixem-nos morrer, esses camaleões são os mortos vivis da pequena história desta pobre cidade.
    Venha de lá esse gato, gastar mais uma vida porque sempre faz alguma coisa por Lisboa.

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  20. Este comentário foi removido pelo autor.

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  21. Tenho muita pena. Que o Zé o fizesse estava bom de ver. Agora a Roseta não. Considero uma traição aos milhares de lisboetas que a elegeram em 2007. Shame on you.

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