14/01/2010

RED BULL AIR RACE: "ISTO É UM CONTRATO LEONINO"


Ontem in "JN"

«Os vereadores da oposição na Câmara de Lisboa classificaram hoje, quarta-feira, de "leonino" o protocolo para a Red Bull Air Race, considerando que favorece a promotora do evento, ao contrário dos celebrados anteriormente pelas autarquias do Porto e Gaia.
O protocolo a assinar entre a Associação de Turismo de Lisboa (ATL), as autarquias de Lisboa e Oeiras e a organização do evento de acrobacias áreas acabou por não ser votado na reunião do executivo municipal lisboeta, que decorreu hoje à porta fechada.
Segundo o presidente da Câmara, António Costa (PS), está em causa uma cláusula sobre a área de publicidade a ser explorada exclusivamente pela Red Bull, em relação à qual foi pedido um "esclarecimento escrito" à organização do evento.
A dúvida é se a Red Bull tem o exclusivo publicitário de toda a área em que decorrerá a prova, entre Alcântara e Algés, ou se é uma "área perfeitamente delimitada", uma espécie de "área VIP", referiu o autarca.
"A clarificação deste aspecto é essencial", afirmou aos jornalistas, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do executivo municipal.
A oposição atacou, contudo, o primeiro protocolo que já foi assinado em Dezembro entre a Associação de Turismo de Lisboa e a organização, mediante o qual apoiará o evento em 3,5 milhões de euros.
Deste montante, 50 por cento é avançado pela autarquia de Lisboa, 25 por cento pela Câmara de Oeiras e 25 por cento pela própria ATL.
"Deveria ter sido apresentado um plano de viabilização deste projecto", defendeu o vereador social-democrata Gonçalo Reis.
"O bom é que o risco comercial fique do lado do operador privado. A Câmara de Lisboa está a fazer ao contrário, à partida dá 3,5 milhões de euros e depois vai atrás dos patrocínios", sustentou.
O problema é que, segundo a oposição, a autarquia dispõe apenas como suportes publicitários dois pórticos no rio, três aviões e dois fatos de pilotos.
De acordo com o vereador comunista Ruben de Carvalho, a autarquia do Porto apoiou a Red Bull Air Race em 2008 com 200 mil euros (mais 200 mil foram avançados pela Câmara de Gaia).
"A Red Bull Air Race no Porto custou oito milhões de euros, mas foram os promotores que foram buscar os patrocínios. Aqui é exactamente ao contrário, o grosso da despesa é suportado pela Câmara", argumentou.
"Isto é um contrato leonino, não tem rigorosamente nada a ver com o contrato do Porto", afirmou, manifestando-se "preocupadíssimo" com o que considera ser uma "péssimo negócio".
O vereador do CDS-PP António Carlos Monteiro considerou que o processo foi "pouco transparente e leviano", com a assinatura do primeiro protocolo entre a ATL e a Red Bull, que contempla compromissos da autarquia lisboeta, sem que a Câmara tivesse sido ouvida.
"É uma sociedade absolutamente leonina. A carne fica do lado da Red Bull, o osso fica do lado das Câmaras", acusou, considerando que, "sem um estudo económico", o acordo representa um "cheque em branco".
O vereador democrata-cristão considerou ainda que "Lisboa deveria competir com outras capitais europeias, não com o Porto".
O vereador social-democrata Vítor Gonçalves disse aos jornalistas que a discussão sobre esta questão tinha levado a "atitudes dramáticas" na reunião, com o abandono da reunião por parte da vereadora da Habitação, Helena Roseta, que negou que a sua ausência se tivesse devido a esse motivo.
Helena Roseta afirmou ter saído da reunião para visitar o bairro do Condado, onde edifícios camarários estão a meter água.
Sobre a Red Bull Air Race disse ainda não estudado o protocolo "em profundidade".
O protocolo com a Red Bull voltará a ser discutido em reunião extraordinária a realizar na quarta-feira.»
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Percebe-se agora porque fugiu a Red Bull para Lisboa: É que por cá, é muito mais fácil fazer destes "malabarismos"...

2 comentários:

  1. Parece-me que a sra. arquitecta anda a meter água.

    Deve ter aprendido com o prof. Carmona, que também se ausentava para ir à casa-de-banho em alturas críticas...

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  2. Havia um Zé na câmara de Lisboa.
    Agora, já dá para entender que há dois, aliás, há um e há uma.
    Nada que não estivesse nas previsões...

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