09/02/2010

"CATÁSTROFE ANUNCIADA"

«Grande reportagem do jornalista Carlos Enes, com imagem de Rui Pereira e montagem de Vasco Crespo
.
Por: Redacção 09-02-2010 01: 12
.
Portugal vai sofrer um terramoto como o do Haiti, ou ainda pior. Só não se sabe é quando. Estudos oficiais prevêem a morte de dezenas de milhar de pessoas. A maioria poderia sobreviver, se o Estado adoptasse medidas preventivas. Saiba quais os prédios inseguros, as zonas em risco e o que fazer.
.
«Catástrofe Anunciada» é uma grande reportagem do jornalista Carlos Enes, com imagem de Rui Pereira e montagem de Vasco Crespo. Foi emitida esta segunda-feira, 8 de Fevereiro, a seguir ao Jornal Nacional, no Repórter TVI, mas poderá assisti-la no tvi24.pt.
Veja a reportagem aqui.
.
Entre os participantes estão o professor Mário Lopes, do Instituto Superior Técnico, João Appleton, autor do projecto de reforço sísmico do Parlamento, Carlos Sousa Oliveira, presidente da sociedade portuguesa de engenharia sísmica, Ana Maria Viana-Baptista, geofísica, António Nogueira Leite, economista, e Miguel Telles Antunes, paleontólogo.
Se quiser poderá ver também o debate sobre o tema, que se seguiu à reportagem,, com o prof. Mário Lopes, da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, e a engª Ema Coelho, chefe do núcleo de Engenharia Dinâmica de Estruturas do LNEC, aqui. »
.
Excelente programa, com a colaboração dos melhores e mais entendidos peritos sobre reabilitação urbana e engenharia sísmica, que traçam de forma realista e para quem quiser entender, o panorama caótico do património edificado em Lisboa.
De uma vez por todas e enquanto ainda vai sendo tempo, deverão ser criados os devidos mecanismos de fiscalização efectiva, nos processos de obras novas e de reabilitação, devendo também ser traçado um plano, com carácter de urgência, no modo de intervenção no edificado existente e que apresente riscos de colapso.
Luis Marques da Silva

16 comentários:

  1. Conforme eu dizia, bem que podem meter a gaiola pombalina num sitio que eu cá sei!
    Aquilo cai tudo, assim como a maioria dos edificios do seculo XX até 70,s.

    Desejo-vos uma boa conservação de edificios antigos e de preferência muito ânimo para estar uma semana ou mais debaixo de escombros.

    ResponderEliminar
  2. O projecto da Baixa Pombalina foi, à data, um exemplo de bem-fazer e uma novidade para todo o mundo.
    Nasceu num berço de vítimas e de destruição provocados por um sismo brutal.
    Agora, os nossos governantes, já nascidos em berço de ouro, num período de vacas gordas, não se dão sequer ao trabalho de tentar entender os objectivos, nem os meandros, desse plano: -Defender as pessoas e bens; motivar o desenvolvimento económico e a ordem social.
    Havia aqui uma valorização colectiva que antecedia a vaidade e o egoísmo individual.

    Agora os valores inverteram-se:
    Importa apenas MOSTRAR grandeza e importância; não é preciso fazer bem.

    Exemplos?...
    Nem se deram ao trabalho de entender que o plano da baixa pombalina projectou uma "PRAÇA DO COMÉRCIO", com uma intencionalidade e uma vivência social resultante de uma cidade com vida própria.
    Estão lá a recriar um "Terreiro do Paço" anterior a esse brilhante plano, que vão transformar num palco de vaidades... para "Inglês ver", tirar umas fotos, e uns eventos pontuais que vão dar uns cobres aos intervenientes directos. E não mais que isso!
    Outro exemplo: Vão fazer um mastodonte gastador para Museu dos coches, quando neste período toda a verdadeira elite arquitectónica mundial se preocupa em apresentar modelos vários de eficiência energética e ambiental!!!

    E agora, que todos vimos o que aconteceu no Haiti, em termos idênticos aquilo que passaram os nossos antepassados nos vários terramotos em Lisboa, e quando sabemos que, mais dia, menos dia, voltamos a passar pelo mesmo, permitimos que os nossos governantes continuem neste desvario??? Quando temos o exemplo prático e as soluções, no NOSSO plano da Baixa Pombalina??? Onde, ainda por cima, estamos a "estourar" com a robustez daquelas estruturas, com a escala dos edifícios, com os níveis freáticos constantes que tornavam estáveis as fundações...
    Tenho para mim que há aí uns artistas cismados em enfiar um parque subterrâneo na Praça do Comércio (não deixaram lá pôr árvores!) - isto acaba de vez com a robustez das fundações em toda a envolvente!!!

    Nem os nossos governantes, nem a legislação que produzem nesta área (e que está em vigor), motiva o menor dos cuidados. Deixou-se à mercê dos especuladores económicos acabar com a resistência do actual e do futuro edificado, justificando-se com um "termo de responsabilidade" de um técnico autor, muitas vezes empregado de um empreiteiro, que por sua vez faz o que o especulador determina...

    Até parece anedota...

    Sem mais comentários - temos isto assim porque queremos... e um dia destes o "céu cai-nos em cima da cabeça"...

    ResponderEliminar
  3. que texto mais ridiculo

    gostei da parte do :

    "Portugal vai sofrer um terramoto Só não se sabe é quando"

    haha

    ResponderEliminar
  4. E deixar de construir edifícios nos vales, nas dunas,nas margens ribeirinhas, nas zonas mais sísmicas,...mas a Secretaria de estado do Ordenamento só olha para o presente e esquece-se que a catástrofe pode ser já daqui a meia hora.

    ResponderEliminar
  5. Bom programa:
    Entretanto parece que alguém, escondido atrás do anonimato, têm a consciência pesada e não aguentou o "entalão"...

    ResponderEliminar
  6. excelente reportagem.
    pena que os nossos deputados só se preocupem com o risco sísmico do parlamento e não do resto do país.
    e já agora, Xico, pelos vistos não viu a reportagem toda porque a gaiola pombalina se não tiver sido adulterada tem menos probabilidade de cair que a maioria dos edificios contruídos desde então até hoje.

    ResponderEliminar
  7. Vi o programa em directo (não tenho agora tempo nem paciência para revê-lo no site da TVI) e pasmei com as declarações de um sujeito que lá apareceu a dizer (a ideia era esta, as palavras poderiam ser outras) que nas construções novas já estavam a ser tomadas as medidas necessárias MAS QUANTO AOS EDIFÍCIOS ANTIGOS NÃO SE PODIA FAZER NADA.

    Maior manifestação de inconsciência e imbecilidade é difícil.

    ResponderEliminar
  8. Rui M por acaso vi a reportagem toda em directo na TVI não vi aqui no site.
    O que é que interessa a gaiola ser segura qd ñ adulterada, se em praticamente todos os edificios foi adulterada!!!!

    As áreas do séc. XVIII não se adequam ao estilo de área dos seculos XX e XXI e em quase todos os predios foram deitados barrotes abaixo, conforme eu ja tinha dito varias vezes neste blog. E mais, entre as coberturas falsas e os barrotes, esses predios estão minados de ratazanas, qd cairem, quem lá estiver dentro vai levar com elas aos milhares.
    Conheço muito bem alguns edificios da Baixa, principalmente os armazens não as lojas, para saber o que a casa gasta.

    ResponderEliminar
  9. O Rui M tem razão; a gaiola pombalina é uma estrutura que pela modulação e elasticidade características da sua construção, aguenta muito bem qualquer tipo de sismo, isto se não sofrer alterações.
    Quanto aos edifícios dos finais do sec XIX e princípio do XX, existem formas de os recuperar em condições, fazendo uso de conhecimentos e técnicas estudadas pela engenharia sísmica, tornando-os resistentes e sem risco de colapso.
    Há soluções para a reabilitação do edificado, que não só do Parlamento, assim haja vontade politíca!

    ResponderEliminar
  10. O tal sujeito que aparece na reportagem botando disparates é o deputado do PS Mota Andrade.

    ResponderEliminar
  11. Mas o que é que interessa que na altura da construção tivesse construção anti-sismica, se as alterações que fizeram aos predios acabaram com o anti-sismico!!!!!!!!!!!!

    Estamos em 2010, esses predios qd houver um abanão a serio vão cair. Se em 1760 não caiam ainda bem, mas agora passado 240 anos caem.

    ResponderEliminar
  12. Cairão por causa das inconsciências e malfeitorias que lhes fizeram e por se estarem positivamente marimbando para que caiam...

    ResponderEliminar
  13. Passado 250 anos alias.

    Muitos predios foram esventrados. Para fazer escritorios em open space, armazens e lojas.

    O que não falta nesses predios são barrotes cortados e paredes mestras que já não existem.

    ResponderEliminar
  14. Anónimo disse...
    Cairão por causa das inconsciências e malfeitorias que lhes fizeram e por se estarem positivamente marimbando para que caiam...

    6:32 PM




    Pelos vistos estamos de acordo! Se houver um terramoto esses predios vão cair. Não interessa que há 187 ou 243 anos tinham construção anti-sismica, interessa é agora! Se houver um sismo em 2010 ficam reduzidos a escombros com muita pessoa e muito ratinho soterrado/esmagado.

    ResponderEliminar
  15. Apesar de também acreditar na qualidade anti-sismica da "gaiola pombalina", a verdade é que já ocorreram alterações nesses prédios, pelo que se desconhece as actuais condições de segurança.
    Não me custa acreditar no cenário acima descrito pelo Xico, porque eu próprio já vi várias casas com assoalhadas maiores devido à retirada de paredes interiores, o que é uma grande irresponsabilidade.
    A reabilitação pode muito bem incorporar as técnicas antigas de construção às actuais normas de segurança.
    Os barrotes de madeira (substitutos da placa entre andares), quando bem cuidados, aguentam muitos e muitos anos.

    ResponderEliminar
  16. Isso mesmo Luis Alexandre. Só alguem muito ingenuo nunca pôs esta hipotese e se recusa a acreditar nela! Então em Portugal que as obras de restauro e alteração são quase todas clandestinas.
    Muitos dos cortes da gaiola foram feitos pelo proprio Estado, ou já se esqueceram da quantidade de serviços do Estado na Baixa desde conservatorias, bancos, tribunais, etc... A maioria destes já de lá saiu mas os cortes na gaiola ficaram.

    ResponderEliminar