03/02/2010

Serviço inovador leva crianças à escola


In Diário de Notícias (2/2/2010)
por FÁTIMA ALMEIDA

«Os pais estacionam nos parques da EMEL e seguem de transportes, os filhos vão de carrinha 'Bus'ina'

A Mariana, de sete anos, a Maria, de nove, e a Mafalda, de onze, chegaram ao parque de estacionamento de Sete Rios no carro da família, mas quem as levou à escola, em Telheiras, foi a carrinha do Bus'ina. O pai, Renato Paço, deixou o carro estacionado no parque e, depois de desejar "um dia feliz", seguiu de metro para o emprego, no Cais do Sodré. A mãe, Marta Paço, acompanhou as filhas numa manhã destinada a experimentar o serviço "Bus'ina - mobilidade à sua medida".

A iniciativa, fruto de uma parceria entre a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) e a empresa de transporte personalizado de crianças Easy Bus, permite que os pais deixem os carros num parque da EMEL e a partir daí se desloquem de transportes públicos para o emprego, ao mesmo tempo que os filhos são transportados para a escola numa carrinha movida a gás natural.

O serviço integrado, que tem como objectivo diminuir as deslocações de automóveis dentro da cidade e promover o uso do metro e autocarro, já está a funcionar e custa entre 115 e 160 euros (ver caixa). As famílias podem experimentar o serviço um dia sem compromisso, referiu a presidente da Easy Bus. Leonor Gomes avança que o teste vai estar disponível durante vários meses para que as pessoas possam ter um primeiro contacto com o produto.

A família Paço testou o serviço na quarta-feira. Já são clientes dos serviços de transportes personalizados para crianças a partir de casa, mas o pacote com estacionamento compensa. "É economicamente mais simpático", refere Marta Paço, uma vez que só a mensalidade do transporte ronda os 150 euros. E com a recolha feita em casa têm ainda de pagar o parquímetro, já que utilizam o carro para se deslocar até ao trabalho. A carrinha Bus'ina faz o transporte a partir de nove estacionamentos (ver caixa). Os locais foram pensados estrategicamente, "pela proximidade de centros de negócio como de transportes públicos".

Além da comodidade, a empresa refere a competitividade dos preços como uma mais-valia, já que, como recorda o director de marketing da EMEL, Diogo Homem, só a mensalidade de um parque pode custar entre os 60 e os cem euros, sendo mais caros no centro da cidade. A empresa acredita que esta prática pode trazer mais utilizadores aos parques, mas salienta que é uma iniciativa que pretende tirar carros da cidade e facilitar as deslocações das famílias. As viagens destinam-se apenas a estabelecimentos de ensino no concelho de Lisboa. (...)»

13 comentários:

  1. Lécas.
    O Renato Paço já vai de Metro para o trabalho?
    Grande novidade... É que eu, dede que o conheço, sempre o vi a andar de pópó, o metro era uma escolha ocasional...
    Grandes progressos. Espero que não tenha sido só para a "fotografia".

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  2. Alguém me lembre de nunca aceitar conselhos financeiros do Paulo Ferrero, pois este homem quer-me levar à ruína ao aconselhar-me este serviço.

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  3. Filipe Melo Sousa disse...
    Alguém me lembre de nunca aceitar conselhos financeiros do Paulo Ferrero, pois este homem quer-me levar à ruína ao aconselhar-me este serviço.

    10:27 PM







    LOOOOOOOOOOOOL

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  4. Filipe,

    Elucida-nos um pouco mais..

    Como te deslocas de casa para o trabalho e quanto te custam por mês essas deslocações?
    E, tivesses tu um filho ainda numa idade em que não pudesse ir autonomamente para a escola, que opção tomarias tu para levares o filho à escola, antes de ires para o trabalho?
    E quanto te custaria essa opção a mais?

    O serviço da emel é exclusivamente para escolas no município, logo assume que a escola/creche do teu filho era no município também.

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  5. Filipe,

    Pergunto-te isto porque, naturalmente, o serviço da EMEL não será vantajoso para todos, mas acredito que seja para muitos - e isso já o torna uma boa ideia.

    No meu caso, em que o meu custo mensal médio em transportes casa-trabalho é 28,10€ (custo do passe carris/metro), se tivesse de levar uma criança à creche/escola todos os dias, encontro 3 hipóteses:
    1) Se tiver a sorte da creche/escola da criança estar servida por transportes públicos e isso não me obrigar a fazer um desvio absurdo, levaria a criança por metro/carris e depois seguiria o meu caminho para o trabalho. Custo: 28,10€ (meu passe) + 15,45€ (passe criança metro/carris)
    2) Se a hipótese anterior não for prática, então outra hipótese seria usar o serviço da EMEL.
    Custo: 28,10€ (meu passe) + 115€ a 160€ por mês = 143€ a 188€ por mês

    3) Outra hipótese seria usar carro.
    Ora façamos um exercício simples.
    Partamos dos seguintes pressupostos, muitos deles nivelados por baixo para beneficiar esta hipótese:
    - a aquisição do carro é gratuita (por exemplo, porque o carro já foi comprado antes)
    - esqueçamos as revisões, manutenção, seguro;
    - assumamos que o percurso casa-creche-trabalho é curto (mas não demasiado curto; caso contrário a primeira hipótese seria válida), por exemplo 10km, logo 20km por dia útil, logo 5220kms/ano;
    - assumamos que o carro, em cidade, gasta 6L aos 100 e que a gasolina custa 1,3€ por L;
    - assumamos que tenho a sorte de, durante o dia de trabalho, estacionar num dos parques mais baratos de Lisboa, com avença a 60€ por mês (e que não estaciono ilegalmente sem pagar).

    Somando tudo, o custo mensal fica a 60€ de parque + 33,30€ de gasolina = 93,93€ por mês.
    Se quisermos ser mais realistas e incluir aqui o peso da aquisição do carro, seguro, manutenção, revisões, este valor dispara rapidamente para o dobro.
    (basta ler este exercício sobre o custo de um carro: http://100diasdebicicletaemlisboaapoio.blogspot.com/2008/02/quanto-custa-ter-e-usar-o-meu-automvel.html)

    Resumindo:
    Hipótese 1 (metro/carris): claramente a mais barata.
    Hipótese 2 (serviço Bus'ina + metro/carris): 143€ a 188€ por mês, pai perde apenas o tempo de deixar a criança num dos vários pontos de encontro.
    Hipótese 3 (carro próprio): 93€ por mês + despesas de manutenção/aquisição do carro; pai gasta o tempo de condução até à creche/escola e depois até ao trabalho

    Parece-me fácil encontrar um grande número de pessoas em que a hipótese 1 não seja viável e, tendo de optar entre a 2 e a 3, a 2 seja a mais barata (ou tenha preço comparável), menos consumidora de tempo e a com menos impacto ambiental.

    Há algum passo do meu exercício que esteja errado?

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  6. Eu vou todos os dias buscar crianças à escola por 60€ mês, entrem em contacto comigo que levo mais barato que essas empresas. Só não passo recibos nem uso um colete refletor, mas de resto a deslocação casa escola está assegurada.

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  7. Fico contente, Xico.
    Quanto mais concorrência houver ao uso exclusivo do carro privado, melhor para quem anda na cidade.

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  8. Acho piada que o barreto faz as contas, para concluir que no fim a banha da cobra dele é mais cara, e mesmo assim teima em recomendá-la. O que se há de fazer. Gosta de ser roubado. há pessoas assim. O Madoff tinha também investidores a bater à porta.

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  9. Filipe,

    Acho notável que em 2 posts teus com a mera intenção de criticares uma ideia que pode ser boa para muitos de nós e tirar mais uns quantos carros da estrada não tenhas conseguido por nenhuns números concretos. Limitas-te a atirar comentários que não fundamentas minimamente para levantar algum ruído, e uns risos do Xico, apenas isso.

    Só tu viste nos meus números uma evidência de que o bus'ina é sempre mais caro que a opção de levar o filho à escola pelo próprio carro.
    O meu exercício foi intencionalmente baseado em pressupostos demasiado simplistas, porque beneficiam em muito a hipótese de usar o próprio carro. Assumo que manutenção, seguro, selo, aquisição custam zero. Assumo 60€ por mês de estacionamento, quando para um vasto número de automobilistas que trazem o carro para trabalhar em lisboa esse número é irrisoriamente baixo.
    Apesar dessas componentes do custo estarem de fora no meu exercício, o carro aproxima-se do preço do bus'ina. Se incluires as componentes, não tenho dúvidas de que *em muitos casos* o bus'ina fica mais barato.
    É essa a conclusão das minhas contas: haverá muitos casos de muitos pais em que o bus'ina compensa (nota que não generalizo a *todos os pais*).

    Acho notável como, para além de teres interpretado mal os meus números, nem te dignaste a esclarecer com números minimamente concretos se tu estarias no caso daqueles em que o bus'ina compensaria, ou se no caso daqueles em que o bus'ina não compensaria.
    Espero que não seja por medo de perderes razão. Vá lá, deixa de parecer um troll e elucida-nos.

    Finalmente: nota que a discussão até agora focou apenas números de euros. Há muitos para quem isso não é tudo.
    O tempo que se poupa ao deixar a criança no ponto de encontro do bus'ina (ou qualquer outro serviço deste tipo) vs o tempo gasto no trânsito a levar a criança no nosso carro é algo que para muitos pais vale muito (ou se quiseres, vale muito dinheiro).
    O facto do bus'ina permitir a alguns deixar o carro paradinho, sem poluir a cidade e os seus peões com fumo e ruído para muitos pais vale também muito.
    Acredites ou não, há alguns que estão até dispostos a pagar mais para ter estas duas vantagens garantidas.

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  10. O que o Filipe está a dizer que há maneiras mais baratas de levar os filhos à escola que o bus,ina. Se contratarem alguem (particular ou taxi com serviço fixo) para o fazer fica mais barato.

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  11. Hmmm não deveria ser responsabilidade da autarquia (na teoria, pelo menos) assegurar que existem meios de transporte especialisados para o transporte de crianças entre casa-escola? Não sei, como a criação de percursos especificos, com autocarros especificos, mais ou menos como as School Buses nos Estados Unidos da América?
    Penso que faria todo o sentido.

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  12. É da lei as câmaras garantirem transportes escolares e cobrarem preços sociais. A CML mais uma vez a ser negligente, mas pelos vistos ninguem se queixa da ilegalidade.
    Em qualquer concelho de Portugal por mais pobre e rural que seja a câmara garante o transporte, em Lisboa dá-se de bandeja aos boys e têm toda a legitimidade para chular.

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  13. Quando se critica a camara de n cumprir a lei, faz-se um silencio. Mas se for para criticar empresas especulativas é um chavascal de todo o tamanho!!!! Vá se lá perceber esta gente do cidadania lx!!!!

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