09/03/2010

Hospital do Desterro perde comprador

In Diário de Notícias (8/3/2010)
por DIANA MENDES


«Imóvel deve voltar novamente ao mercado, porque o proprietário não pagou os valores acordados

O edifício do Hospital do Desterro, em Lisboa, encontrou finalmente comprador no final de 2008, mais de ano e meio depois de alienado. No entanto, aquele que foi o único concorrente acabou por perder o imóvel, porque não cumpriu o pagamento devido. O imóvel deverá agora ser novamente colocado à venda.

Fonte oficial da Parpública, afirma que, "na última venda efectuada pela Estamo, em Dezembro de 2008, apenas um concorrente apresentou proposta de preço idêntico ao valor base", neste caso 9,5 milhões de euros. Por isso, o imóvel foi finalmente adjudicado e "celebrado o respectivo contrato promessa de compra e venda".

Adicionalmente, o comprador propôs dedicar 20% da área do imóvel para "construir uma unidade de saúde, eventualmente na área dos cuidados continuados", refere a mesma fonte. Este era, aliás, um dos critérios de atribuição do imóvel neste concurso, à semelhança de uma oferta não inferior ao preço-base.

Depois de um largo período sem ofertas pelo imóvel, a Estamo terá agora de o colocar novamente à venda, porque "o comprador não cumpriu as condições contratuais acordadas. A Estamo avançou unilateralmente com a resolução do referido contrato promessa de compra e venda, tendo ficado com o sinal entretanto". Entre outras condições, "o comprador não cumpriu os reforços de sinal que tinham sido definidos no âmbito do contrato", ressalta a mesma fonte.

Apesar deste imprevisto, ainda não foi avançada uma nova data para a venda pública do imóvel, geralmente anunciada na imprensa. Esta será a terceira venda pública a realizar pela Estamo, empresa subsidiária da Parpública.

Em Dezembro de 2008, a empresa colocou o imóvel à venda pela segunda vez, alterando as condições estabelecidas seis meses antes. No Verão de 2008, a Estamo teve de reduzir em 1,2 milhões de euros o preço do edifício - que antes fora avaliado em 10,75 milhões - perante a ausência de ofertas. Nessa altura, previa-se ainda que os 8400 metros quadrados de área fossem totalmente utilizados para os cuidados continuados, umas das razões prováveis para que o concurso ficasse deserto.

O Ministério da Saúde ainda contactou a União das Misericórdias para avaliar o seu interesse na aquisição do imóvel, que encerrou há cerca de três anos. O presidente, Manuel Lemos, disse em 2008 ao DN que o preço do imóvel e o valor das obras necessárias (cerca de dez milhões) não tornavam a compra apelativa.»

2 comentários:

  1. É a forma e não o conteúdo!
    Como estas situações pontuais são feitas para resolver problemas de pontuais de falta de dinheiro, o estado e autarquia recorrem a estes expedientes.
    Não é o interesse em reabilitar a cidade é a necessidade de tesouraria e imediata.
    São sucessivos casos destes em todo o país.
    Para além de uma enorme falta de imaginação só pode ser incompetência na gestão do nosso património!

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  2. A culpa é das pessoas, que votam sempre nos mesmos, mas lá está, também têm os seus interesses particulares por isso não se queixem.

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