21/04/2010

Lisboa arde, arde, arde, arde...

22 Dezembro de 2009 - incêndio no Hot Clube.
11 de Fevereiro de 2010 - incêndio na Rua Nova do Almada. Morte de uma idosa.
22 de Março de 2010 - incêndio no Palácio Dona Rosa.
20 de Abril de 2010 - incêndio no Rossio. António Costa manda abrir inquérito...

Nota: cronologia retirada do Lisboa S.O.S.

Foto: cobertura ardida do prédio do Rossio/Praça da Figueira

7 comentários:

  1. Já se sabem as causas do incêndio?

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  2. quanto é que os inquilinos pagavam de renda?

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  3. Arde tanto como em qualquer outro sitio.

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  4. A situação é tão grave que a discussão estéril que em regra existe nos comentários deste blog já deixou de ter piada.

    Fazendo um pequeno rastreio da comunicação social temos nos últimos dois anos:

    * 2009.12.21 Incêndio destrói cobertura de prédio devoluto na Praça da Alegria - devoluto

    * 2010.02.06 Lisboa: incêndio no antigo Bingo do Sporting - devoluto

    * 2009.01.11 Rapariga fugiu do colégio e morreu carbonizada - devoluto - duas mortes

    * 2008.11.19 Incêndio em prédio devoluto mata uma pessoa em Lisboa - devoluto - uma morte

    * 2008.12.31 Incêndio atingiu armazém devoluto no Beato - devoluto

    * 2008.01.30 Algés: Incêndio em prédio devoluto causa dois feridos ligeiros - devoluto - dois feridos

    * 2008.11.19 Lisboa: Incêndio em prédio devoluto no Bairro da Liberdade - encontrado um corpo carbonizado - devoluto - um corpo

    * 2008.07.07 Incêndio de grandes proporções deflagra na Avenida da Liberdade

    Notem que tentei não apresentar duplicados à lista do Lisboa SOS e tentei excluir fogos postos cujo motivo não tenha a ver com a especulação imobiliária. Desculpem tb as datas em formato ISO, o software que usei para encontrar estas notícias apresenta-as assim.

    Também é fácil encontrar as estatísticas desta desgraça (e vergonha para a nossa sociedade):

    * 2008.07.08 Avenida tem 65 mil metros quadrados de devolutos

    * 2008.07.07 Lisboa tem 4600 edifícios devolutos

    Larguem as bandeiras partidárias e/ou ideológicas e/ou umbiguisticas e apresentem soluções por favor!

    /Helder

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  5. E as sugestões do amigo Helder são ....

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  6. P/ Luís Alexandre:

    Eu não tenho opiniões definitivas sobre estes problemas. Julgo que o mais importante é, se queremos qualidade de vida em Lisboa, fazer alguma coisa, e já. Em Portugal não só são tomadas medidas muito tontas, como pior que isso, perde-se muito por não decidirmos.

    O que digo a seguir é copy & paste do que já disse em comentários neste blog (e talvez um bocadinho mais):

    • Estudar como foram resolvidos problemas idênticos noutros países e tentar aplicar as ideias recolhidas, nem que para isso seja necessário importar os decisores;

    • Fazer cumprir as leis e regulamentos actuais ou talvez dito de outra forma, fazer com que seja economicamente contraproducente não cumprir as leis e regulamentos actuais;

    • Tornar inviável ter prédios não produtivos - ou seja se não alugo ou vendo, vou perder dinheiro;

    • Não permitir aos bancos empréstimos especuladores. Isto tem duas vertentes:

    a) por um lado se uma pessoa ganha 700 EUROS/mês não pode ter uma hipoteca de 150000 EUROS (não a pode pagar)

    b) por outro lado os bancos deverão fazer uma análise séria dos planos de negócio que sustentam as decisões para atribuir os créditos aos empreendimentos que se fazem por todo o lado com planos de negócio totalmente surreais - isto passa pelo BdP e pela regulação do sector;

    Se conseguíssemos de alguma forma implementar medidas que concretizassem as duas ideias anteriores iríamos secar o dinheiro utilizado para especular com os imóveis. Os preços iriam baixar para valores consentâneos com a nossa economia, os mercados de arrendamento começariam a ser atractivos, as pessoas poderiam começar a voltar para Lisboa.

    • Responsabilizar, pessoalmente, os políticos pelos crimes que, por inacção ou simples incompetência, deixam acontecer;

    • Flexibilizar os processos de arrendamento, por exemplo despejos decretados administrativamente para quem não pagar a renda mais do que um determinado tempo (julgo que a responsabilidade social é do estado, não dos proprietários). Penhora administrativa do valor das rendas em prédios degradados que não são reparados. Tudo isto teria de ser feito de forma transparente e com poucas possibilidades de apelo.

    Eu julgo que muito do que falha em Portugal se deve à deficiente formação que temos das nossas elites. Nós não temos uma escola que forme administradores. As pessoas saem da universidade e muitas vezes têm de inventar os procedimentos que se seguem dentro de uma empresa, chegam muitas vezes a ter de inventar as suas próprias funções! Os gestores utilizam pouco as ferramentas de gestão que têm ao seu dispor, etc... Quem conheça o mundo empresarial sabe que muitas decisões são tomadas por impulso, os estudos de viabilidade económica e financeira são martelados para dar o que o chefe quer em vez de serem entendidos como ferramentas de apoio à decisão, os planos de negócio são abstracções para mostrar aos bancos, etc. Do que vejo nos jornais, parece que o governo e as empresas públicas são governados da mesma forma.

    É claro que tendo em conta esta cultura instalada nunca mudará coisa nenhuma. Necessitamos por isso de medidas que ataquem esta forma tacanha de pensar também.

    Eu penso que seria possível começar a fazer mudanças se fossem criados pequenos grupos, com o poder, enquadramento legal, protecção adequados e normas e procedimentos de actuação bem definidos. Estas células deverão ter o tamanho para ter o impacto desejado, mas pequenas por forma a não serem perigos sistémicos em caso de problemas.

    O que eu disse até poderá ser um disparate por motivos que de momento não descortino. Mas voltando ao inicio deste post, alguma coisa temos de fazer, já.

    /Helder

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  7. de uma maneira ou de outra, parece que os velhos sistemas corta-fogos estão a cumprir o seu papel
    retro avante!!

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