07/05/2010

Comerciantes querem Chiado dinâmico até mais tarde

In Jornal de Notícias (7/5/2010)
Cristiano Pereira

«Horários alargados e um novo espaço cultural tentam seduzir a população lisboeta


Os comerciantes do Chiado querem dinamizar a zona no horário nocturno e seduzir a população para combater a desertificação do bairro a partir do final de tarde. Ontem, foram inaugurados 13 novos espaços na antiga Pastelaria Marques, na rua Garrett.

"Lisboa perdeu centenas de milhares de habitantes nos últimos 30 anos e isso nota-se no Chiado ao final de tarde", disse, ao JN, Victor Pereira, presidente da Associação de Valorização do Chiado. "À hora do almoço, o Chiado tem fluxos muito grandes mas ao final da tarde fica desertificado", prosseguiu o representante dos lojistas.

Como tal, Victor Pereira lançou ontem o programa "Chiado After Work 2010", que, entre várias iniciativas, pretende "que as pessoas fiquem no Chiado ao final da tarde e não se metam logo no trânsito com cargas de stress elevadas que se repetem depois logo na manhã seguinte e causam um desgaste terrível".

Na prática, a Associação de Valorização do Chiado pediu a todos os comerciantes que alarguem os horários de abertura até às 20 horas de segunda a sábado e sensibilizou os estabelecimentos de restauração para a necessidade de passarem todos a abrir ao domingo. "É preciso que haja uma ligação entre o final de tarde e a hora de jantar para criar novas vivências", explicou ao JN.

O presidente da Associação de Valorização do Chiado aproveitou para referir que os comerciantes têm sentido que hoje o Chiado é uma mais segura. "A Polícia Municipal tem apoiado e reforçado o policiamento", disse, explicando já ter recebido elogios ao "policiamento de proximidade" e que o surgimento de polícias em "segways" foi encarado com satisfação pelos lojistas. "Sabemos que existem carteiristas e queremos sempre que as coisas melhores mas não há uma sensação de insegurança", asseverou.

O gerente da loja de discos Louie Louie, Jorge Dias, corroborou a ideia. "Nunca tive problemas e há zonas muito mais problemáticas do que esta".

Para assinalar o arranque do programa "Chiado After Work", foi ontem inaugurado um novo espaço nas instalações da antiga Pastelaria Marques, no número 70 da Rua Garrett.

A entrada leva os visitantes a um surpreendente pátio que depois se desdobra por galerias e por 13 diferentes espaços que acolhem projectos de várias áreas criativas da arte contemporânea, cafeteria, livraria, loja de discos de jazz ou até o Cinema Garrett, uma pequena sala para exibição de filmes e documentários de realizadores portugueses. A inauguração foi marcada pela intervenção artística "Burn Out" de Hugo Israel.»

...

E que saudades da Marques!!!

3 comentários:

  1. lá para as 7.30 já é pouca a gente que se ve nas ruas do chiado. Esperemos que isso mude. Lisboa tem imenso potencial para ser uma cidade nocturna. porque não aproveitar isso?

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  2. Anónimo7:49 p.m.

    QUANTO MAIS ANIMAÇÕES TIVEREM, MENOS POPULAÇÃO RESIDENTE E VIDA HAVERÁ NO LOCAL.
    ESTA VERDADE BÁSICA NÃO ENTRA NA CABEÇA DE QUEM DECIDE.
    QUEM SE SUJEITA A MUDAR-SE POR PREÇOS CAROS PARA UM LOCAL RUIDOSO E INABITÁVEL?
    OS TOLOS!
    NC

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  3. Será?
    Parece-me que o problema não são os "preços caros" de um "local ruidoso e inabitável", são os "preços caros" numa parte da cidade que morre.

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