16/07/2010

Obras de arte pública invadem ruas de Lisboa

Mais de 600 obras, realizadas por 246 artistas de 14 nacionalidades compõem a primeira bienal de arte contemporânea Portugal Arte 2010. Lisboa, Grândola, Portimão e Vila Real de Santo António são os palcos escolhidos para esta primeira edição do evento. Até 15 de Agosto

Uma criança a trepar por uma estrutura acastanhada em plena praça do Rossio. Um homem a aproveitar para dormir a sesta logo após o almoço protegido pela sombra dessa mesma estrutura. Não, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, não decidiu investir em novo mobiliário urbano para a capital. É uma das peças de Sterling Ruby que está exposta na praça lisboeta, uma das cerca de 600 que a partir de hoje podem ser vistas e usufruídas em Lisboa, Grândola, Portimão e Vila Real de Santo António no âmbito da 1.ª bienal de arte contemporânea Portugal Arte 2010.

Talvez não fosse bem esta a forma imaginada pela organização para cumprir um dos seus objectivos, mas sem dúvida que estava a ser alcançado: a interacção entre as pessoas e as obras de arte pública era já ontem uma realidade, mesmo antes da abertura oficial do evento, hoje ao final da tarde, em Lisboa.

Mas os objectivos da organização não se ficam por aqui. Miguel Carvalho, presidente da Associação Portugal Arte, explica que a ideia é "promover a ligação de Portugal a instituições culturais internacionais de renome, permitir mostrar o trabalho de artistas portugueses para lá das nossas fronteiras e trazer ao nosso país grandes nomes da arte contemporânea". Tudo isto numa lógica de promover o País como destino turístico cultural.

E para realizar o projecto, escolheu como director artístico Stefan Simchowitz, curador e consultor em várias instituições internacionais, além de produtor cinematográfico. E porquê um estrangeiro, é a pergunta que se impõe. "Porque precisava de alguém com ligações a uma rede internacional de artistas, curadores, escritores, galeristas, designers e mecenas culturais", responde prontamente Miguel Carvalho.

Além disso, Simchowitz conhece bem Portugal - onde vem desde 1988 - e partilha da mesma visão de Miguel Carvalho: "Quando me perguntam que VIP para estar presentes na inauguração respondo que para mim todas as pessoas são VIP", afirmou ao DN, não deixando margem para dúvidas sobre o público-alvo da mostra.

Além das esculturas e instalações em espaços públicos, o Pavilhão de Portugal acolhe em Lisboa o núcleo das mostras colectivas, que se apresentam também na Biblioteca Municipal de Grândola, a partir de amanhã e no Centro Cultural António Aleixo, em Vila Real de Santo António e no Teatro Municipal de Portimão a partir de terça-feira, com entrada grátis.

A bienal irá ainda atribuir um Prémio Internacional de Arte Pública para artistas nacionais e estrangeiros no valor de 10 mil euros.

In DN

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