08/07/2010

PP Parque Mayer e Jardim Botânico: O ALERTA DA LAJB

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«No dia 30 de Junho, a Liga dos Amigos do Jardim Botânico esteve presente na sessão pública da reunião da Câmara Municipal de Lisboa, onde foi aprovada com os votos contra do CDS-PP e a abstenção do PSD, a proposta do Plano de Pormenor do Parque Mayer, Jardim Botânico e Zona Envolvente.

No debate prévio à votação ficaram muitas incertezas, contradições e incoerências por esclarecer, revelando um Plano de Pormenor pouco aprofundado quanto à sua elaboração, pressupostos, execução e consequências.

A requalificação de toda esta área, apresenta uma vocação predominantemente “mercantilista” em detrimento da cultural ecientífica, sendo esta totalmente ignorada no debate. Assim, no Jardim Botânico, a predominância da área comercial - 20 mil m2, e Hotel - 6mil m2, são muito superiores aos 14mil m2 destinados à cultura, quando anteriormente se falava em 23mil m2 para actividades culturais. O mesmo parece passar-se no Parque Mayer, em que a vertente comercial tem preponderância em relação às actividades culturais.

Por outro lado, o Plano de Execução é omisso, no que diz respeito às actividades culturais e comerciais a serem implementadas, bem como está ausente, uma reflexão sobre a gestão cultural de toda esta área. O espaço público está mal definido.

Muitas questões gostaríamos de ver respondidas. Qual o modelo económico que garante a sustentabilidade deste projecto? Como está equacionada a sustentabilidade ecológica do tecido urbano? Qual a percentagem da área que vai ficar impermeabilizada? Qual a percentagem da área drenada? E a protecção? Quais os indicadores que vão ser valorizados, para não haver prejuízos daqui a alguns anos? E a protecção dos logradouros? Como é que se relaciona esta protecção com o que está no projecto? O que pode acontecer com a implementação deste projecto? O que queremos que aconteça?

Com este projecto, a protecção do Jardim Botânico não está eficaz. Para tal, é essencial:


- salvaguardar todos os logradouros confinantes com o jardim; não construção de edifícios de altura superior à cota da cerca pombalina do JB; não ao aumento das cérceas de edifícios na ruado Salitre ( problema que já existe actualmente ), e nas ruas da Alegria e S. Mamede, travessa do Salitre e calçada da Patriarcal; não construção de parques de estacionamento subterrâneo no JB, nos logradouros e jardins, incluídos na Zona Especial de Protecção do JB (50 metros a contar da cerca pombalina do Jardim ); não impermeabilização do solo do Jardim; não ao abate de árvores da colecção viva; não destruição de partes da Cerca Pombalina; preservação dos canais de drenagem atmosférica e hidrológica; manutenção do gradiente de exposição solar; manutenção de anel de protecção ecológica; manutenção do sistema de vistas entre as colinas de Lisboa e o Jardim.


Projecto com visão e futuro era:

- a extensão do Jardim Botânico para o Parque Mayer, criando neste, um espaço verde com espécies da Flora dePortugal, numa interface com o jardim, não desvalorizando a sua vocação recreativa; era dotar o Jardim Botânico de todos os equipamentos em falta e substituir os desadequados e obsoletos; era tratar do património arbóreo do Jardim ( Classe e Arboreto ) com inventariação e orçamentação já efectuada em 2008; era aumentar a cultura científica dos cidadãos, alterar os seus actuais comportamentos insustentáveis; era privilegiar a direcção de mobilidade e não de tráfego, era repor a carreira do eléctrico 24 ( Cais do Sodré-Campolide, via Rua da Escola Politécnica).


Tudo isto e muito mais, está em risco de se perder. Esperava-se essa visão de uma Universidade e de uma Câmara com responsabilidades educativas, cívicas e políticas. A Liga dos Amigos do Jardim Botânico, consciente dessas mesmas responsabilidades para com os seus associados, a sua cidade e o seu país, tudo fará para ajudar e contribuir para esse Portugal futuro.

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LIGA DOS AMIGOS DO JARDIM BOTÂNICO
Rua da Escola Politécnica, 58
1250-102 Lisboa
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