19/11/2010

Governo promete 2,5 milhões para libertar Docapesca

In Público (19/11/2010)
Por Carlos Filipe

«O Governo pretende investir 2,5 milhões de euros na construção de infra-estruturas de apoio à pesca que sirvam de alternativa às instalações de Pedrouços, em Lisboa.

Segundo um documento do Ministério da Agricultura, citado ontem pela Lusa, estão previstas intervenções na doca do Espanhol, em Alcântara, em Santos, em Paço de Arcos, na Trafaria e na Cova do Vapor (Almada). A resolução do Governo que determina a nova utilidade para a doca de Pedrouços diz que em Fevereiro de 2011 aquelas instalações terão de estar desocupadas. "É fundamental que exista um porto de pesca em Lisboa", diz Joaquim Piló, dirigente do Sindicato Livre dos Pescadores e Profissões Afins, uma das estruturas que representam os cerca de 500 profissionais que operam no estuário do Tejo e imediações.

Seja em Lisboa, em Paço de Arcos, (Oeiras), ou na Margem Sul, na zona da Trafaria (Almada), os pescadores não manifestam preferência, desde que lhes garantam um porto de abrigo com todas as valências e instalações de gelo. Só assim admitem deixar as instalações da Docapesca, em Pedrouços, onde vão ser gastos dez milhões de euros na reconversão da doca em marina. Esta nova infra-estrutura servirá, no Verão de 2012, os veleiros da Volvo Ocean Race, uma importante prova de vela que dá a volta ao mundo.

O anúncio de que o Governo pretende investir 2,5 milhões de euros representa para o sindicato apenas mais um episódio de uma longa história de luta. "A Docapesca está desactivada desde 2003, pois para ali havia um plano de candidatura à Taça América em vela", diz Joaquim Piló, que recorda a batalha iniciada nessa altura: "Foi-nos prometido um porto, mas só obtivemos promessas." "Sempre dissemos que queríamos um verdadeiro porto e achamos que muito dinheiro tem sido mal gasto, na Cova do Vapor, frequentemente assoreada, ou na Trafaria, que está melhor para pescadores e embarcações, mas que tem uma lota que é um barracão", frisa.

"Agora querem levar-nos para Santos, que aceitamos provisoriamente, até que nos digam, por escrito, que vamor ter um porto de pesca. Fechar a Docapesca tem custado milhões ao Estado, que agora vai gastar mais em soluções provisórias", lamenta Piló.»

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