24/10/2011

Comerciantes de Carnide criticam mudanças na circulação local

In Público (24/10/2011)

«Culpa das quebras de atribuída às alterações ao trânsito. Junta de freguesia duvida que esse seja o motivo da diminuição do número de clientes

Os comerciantes de Carnide criticam as alterações ao trânsito feitas há dois meses na freguesia, afirmam que elas estão a afastar clientes e que há registos de quebras nas vendas na ordem dos 40%. "Arranjaram um problema que não existia. Carnide não tinha problemas de trânsito, tinha de estacionamento. Agora tem os dois", resumiu à Lusa António Correia, proprietário da mercearia Dom Pingas.

No início de Agosto, a Câmara de Lisboa e a junta de freguesia alteraram o trânsito no centro histórico do bairro, cortando várias ruas e invertendo o sentido de trânsito noutras. Os comerciantes queixam-se de que o trânsito piorou e de que as pessoas não conseguem chegar ao centro histórico por falta de sinalização.

Em declarações à Lusa, António Correia disse que "as pessoas não conseguem entrar em Carnide" porque a "informação (com as alterações) é muito pouca". Com a mercearia aberta há sete anos, o comerciante disse que o negócio teve uma quebra de 20% desde o início de Agosto.

O proprietário do restaurante Adega das Gravatas, Alfredo Almeida, disse, por seu lado, que para ir à peixaria, que fica a 65 metros, tem agora de fazer 1,5 quilómetros. "As pessoas não conseguem cá entrar e há carros em sentido contrário todos os dias por causa de 10 metros", disse o comerciante, atribuindo às alterações ao trânsito a culpa pela perda de cerca de 50 clientes por dia.

Do outro lado da rua, a sua irmã Natália Almeida, proprietária do Pregoeiro de Carnide desde 1992, disse que tem uma quebra na ordem dos "40% a 50%". "A crise já é grande e isto só veio fazer com que seja ainda maior", acrescentou a comerciante.

Morador no local e dono de uma padaria, Fernando José Lopes realça que as alterações ao trânsito foram "péssimas" para o negócio. "Há 26 empresas na zona histórica, que empregam um total de 150 pessoas. Com a crise e com esta situação, piora tudo", disse, afirmando que está com quebras de 20% a 30%.

Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Carnide, Paulo Quaresma, ressalvou que estas alterações envolveram "muita discussão prévia de moradores e alguns comerciantes".

"Obviamente que não é um processo pacífico", admitiu o autarca, que assegurou que "a câmara ficou de analisar" as propostas dos comerciantes. Quanto às quebras de venda referidas pelos comerciantes referiu que "está por provar que há efectivamente uma quebra de clientes". "A existir, é inferior ao que se passa em Benfica e em outras zonas da cidade? Ou a quebra de clientes tem a ver com outras razões e não apenas com a questão da circulação?", questionou. Paulo Quaresma admitiu, no entanto, que os comerciantes têm razão no que respeita à falta de sinalização, afirmando que "é preciso" melhorá-la. »

1 comentário:

  1. Vá lá, parece que não fui o unico a jurar e cumprir que não voltaria mais a Carnide desde a aberração no esquema de circulação, que ainda por cima não está explicado em lado nenhum.

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